O Dicastério para as Causas dos Santos enviou o decreto no qual, em 23 de março, o Papa Francisco declara que “As virtudes teologais da fé, esperança e caridade para com Deus e para com o próximo, as virtudes cardeais da Prudência, Justiça, Fortaleza e Temperança e as demais virtudes conexas, praticadas em grau heroico pelo Servo de Deus Carlo (Carlos) Crespi Croci, Sacerdote Professo da Sociedade Salesiana de São João Bosco, no caso e para os fins em questão".
O documento começa citando a frase bíblica da primeira carta de São Paulo aos Tessalonicenses: “Tornamo-nos amorosos entre vós, como uma mãe que cuida de seus filhos. Assim, em nossa ternura por vós, desejávamos não só comunicar-vos o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, porquanto nos sois mui queridos” (1Ts 2,7-8).
O texto indica que a vida missionária do Servo de Deus Carlos Crespi Croci foi profundamente caracterizada pela benevolência salesiana e pela incansável laboriosidade típica do Sistema Preventivo de São João Bosco, do qual foi fiel e apaixonado seguidor na terra do Equador, tanto entre o povo Shuar quanto na cidade de Cuenca, onde passou a maior parte de sua longa vida.
A causa da beatificação
Depois de resumir as etapas da vida do grande missionário, o decreto sintetiza as passagens que acompanharam a causa de beatificação:
Em virtude da fama de santidade, o processo diocesano foi realizado na Cúria Arquiepiscopal de Cuenca (Equador) de 2 de março a 7 de dezembro de 2007, cuja validade foi reconhecida por decreto de 15 de janeiro de 2010.
Uma vez pronta, «Positio» foi submetida ao exame dos Consultores Teológicos em 11 de outubro de 2022.
A sessão ordinária dos cardeais e bispos foi celebrada em 7 de março de 2023.
Primeira partida para as missões
Vale lembrar que, há apenas 100 anos, em 24 de abril de 1923, o jovem Carlos Crespi desembarcava no Equador, terra de sua infatigável e apaixonada fronteira missionária. Mais tarde, em carta, ele recordava com grande emoção a sua primeira partida para as missões:
“Lembro-me da minha partida de Gênova no dia 22 de março de 1923 [...]. Quando, removidas as pontes que ainda nos ligavam à nossa pátria, o navio zarpou e minha alma foi invadida por uma alegria tão avassaladora, tão sobre-humana, tão inefável, qual eu nunca havia experimentado em minha vida, nem mesmo no dia da minha Primeira Comunhão, nem mesmo no dia da minha primeira missa. Naquele instante, comecei a compreender o que era o missionário e o que Deus reservava para ele [...].
Rezem fervorosamente, para que Deus nos conserve na santa vocação e nos torne dignos da nossa santa missão; para que nenhuma das almas - que Deus, em seus decretos eternos, quis que se salvassem por meio de nós – pereça; para que Ele nos torne campeões intrépidos da fé até à morte, até ao martírio".