Com os corpos pintados para festa, os indígenas com suas famílias se reuniram no centro da aldeia para a celebração. O sacramento foi ministrado pelo pároco, padre Juan Carlos Uscola, e pelo vigário, padre Joseph Tran Van Lich.
Eles foram preparados nas próprias aldeias, pertencentes à Terra Indígena de Sangradouro, Cabeceira da Pedra, Cachoeira, Sangradouro, Bom Jesus, São Sebastião, São João, Bom Sucesso, Tsimitsuté, Cantina e Santa Ângela.
De acordo com o padre Lich, algumas aldeias enviaram os seus catecúmenos para fazerem a preparação em Sangradouro, na sede da paróquia onde, às terças-feiras, ocorria a catequese debaixo das mangueiras.
“Os catequistas dessa catequese foram Valeriano e José, os dois xavantes daqui de Sangradouro. Nas aldeias, contamos com catequistas da própria aldeia, normalmente um cristão mais velho da aldeia ou uma pessoa que já foi batizada e manifesta bons exemplos da vida de cristão”, explica o missionário salesiano.
Por causa do período de pandemia, já fazia três anos que não se celebrava o Batismo entre os jovens xavante. Mesmo assim, o pároco acompanhou a preparação dos catecúmenos por um ano até chegar o dia do Batismo.
O trabalho não é tão simples porque o significado do sacramento não é facilmente assimilado pela cultura xavante. “Claro que recordamos uma nova vida em Jesus Cristo, assumido uma nova e desafiadora caminhada como cristão no mundo”, explica o padre Joseph Lich.
Na celebração, os xavante foram batizados e receberam também a Primeira Eucaristia. De acordo com o pároco, padre Juan Carlos, haverá a continuidade da catequese para que os xavante sejam preparados para receber o Sacramento da Crisma, que será ministrado pelo bispo da diocese.
“Essa catequese vai começar no próximo ano, porque todos os que ainda não receberam a Crisma também poderão participar da mesma catequese”, afirmou o pároco.
Fonte: Euclides Fernandes Brites