Durante 15 dias, padre Daniel visitou obras sociais como o Pró-Menor Dom Bosco, que hoje recebe quase 1.500 alunos em seus cursos profissionalizantes. Ele participou do ‘Bom Dia’ e conversou com os jovens, incentivando-os a serem alegres, como foram Dom Bosco, Domingos Sávio e Laura Vicuña: “Um jovem nunca é triste, o coração de um jovem triste bate devagar. Vocês têm que buscar o sol [falando sobre o futuro profissional], acreditar em vocês e ter sempre em mente este mantra ‘Assim bate feliz um coração jovem... Assim bate feliz um coração jovem’ assim eram aqueles três jovens na parede deste auditório” disse apontando aos quadros dos santos salesianos.
Padre Daniel reuniu-se com a equipe de ação social da Inspetoria São Domingos Sávio, que apresentou a ele a realidade dos jovens ribeirinhos e de áreas de risco atendidos pelas obras sociais. As assistentes sociais Angela de Almeida e Josefa (Vera) Sampaio, representantes das inspetorias dos Salesianos (SDB) e das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), junto com a secretária da ISDS, mostraram o trabalho integrado entre as inspetorias nas áreas de filantropia, ação social e captação de recursos.
Reformas e recursos
A preocupação com as atuais reformas governamentais no Brasil tem assustado o dia a dia dos colaboradores, que tentam driblar a escassez de recursos que assola a atualidade: “O governo sofreu, em 2009,mudança nas leis e o governo estadual precisou passar os projetos, a partir deste ano, para o município, que não se preparou e deixou de contemplar nossas obras sociais. O trabalho hoje na Amazônia é o de ajustar verbas e buscar alternativas, reinventar formas de obter recursos para que nossas obras não parem”, explicou Angela ao padre Daniel. Ele escutou atento a todas as informações apresentadas, assim como admirou-se ao ver em fotos, vídeos e mapas a forma como os trabalhos são conduzidos, em especial nas missões no Alto Rio Negro.
Após dar ideias para a mudança da situação atual a ele apresentada, padre Daniel Reynoso encontrou-se com representantes e educadores das obras sociais da ISDS e representantes das inspetorias Laura Vicuña e Santa Teresinha (FMA). Fez questão de perguntar sobre o trabalho por eles desenvolvido, as preocupações, os problemas, as dificuldades e os sonhos.
Mensagem aos educadores
Após todas as apresentações, padre Daniel falou de sua experiência pelo mundo, das viagens a todas as presenças salesianas nos continentes e onde encontra as mais variadas formas de vida de jovens, exatamente como Dom Bosco sonhou. “Independente do país onde os jovens estejam, os educadores salesianos tem em seu discurso a vivência de Deus na vida de cada um, porque a experiência da fé está no DNA de cada um, não consegue-se dividir ou separar. O pensamento é o mesmo” disse, e continuou: “A obra social não é um setor que se trabalha a pastoral, não é uma tarefa, é a raiz, é a resposta as necessidades de cada criança, é experiência de vida, é testemunho. O educador da obra social é o maior desafio do educador salesiano”.
“Os bons educadores tem que escutar os jovens, questiona-los, conhecer o mundo em que eles vivem, contemplar o coração de cada um, e silenciar para poder apenas observar o que cada um tem a oferecer. O trabalho realizado por vocês segue exatamente o que Dom Bosco sonhou: educar com coração, com a intervenção conjunta do testemunho de Deus. Vocês são a referência, o modelo de vida para esses jovens”, disse padre Daniel ao finalizar o encontro.
MISSÃO SALESIANA ENTRE O POVO YANOMAMI
Por Pe Antonio de Assis Ribeiro (Pe Bira)
Durante uma semana (de 12 a 19 de março) acompanhei o Pe. Daniel Reynoso na visita à Missão Salesiana de Maturacá, entre o povo indígena Yanomami.
Maturacá é uma aldeia do povo Yanomani que está situada na Reserva Nacional do Pico da Neblina (fronteira com a Venezuela). Para se chegar lá é um desafio de muitas horas: 2 horas de avião até São Gabriel da Cachoeira (sede do município), 3 horas de caminhonete 4x4 pela floresta por uma estrada com lamaçais e mais 4 horas de lancha. Uma maravilhosa aventura cheia de expectativas.
Visitamos quatro comunidades, que nos permitiram ter uma experiência muito enriquecedora. O povo Yanomani e a comunidade salesiana nos acolheram com muita alegria e generosidade.
Encontramos uma região geograficamente linda, um povo animado, afetuoso e sonhador que luta para superar seus desafios existenciais através da educação, conservando seus valores. Atualmente, todos os professores dessa aldeia são indígenas Yanomami graduados.
Contemplamos também muitas necessidades materiais e de recursos humanos. Um campo aberto para a solidariedade. Apesar das ameaças, é forte a consciência de identidade cultural deles e, assim, conservam sua língua, tradições e costumes. Com certeza, foi uma experiência pastoral e de apoio aos irmãos em missão.