Salesianos pela Síria: reconstruir sonhos e pessoas

Sexta, 16 Dezembro 2016 14:56 Escrito por  InfoANS
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Se você vive em Aleppo e tem menos de 10 anos, o único cenário de vida de que se pode recordar é o de guerra. Se você for apenas adolescente, a guerra já lhe terá marcado todo o seu passado recente e o presente: e já será suficientemente grande para poder recordar-se, com nostalgia, da paz. Como fazem então os salesianos, que vivem para os jovens, para manter a esperança em tais circunstâncias?

Padre Pier Jabloyan, diretor do oratório salesiano de Aleppo, chama de “força brutal da guerra” essa capacidade da violência de não só matar gente, mas também sonhos, projetos, ideais, sobretudo, entre os jovens. Mas a vontade de sobreviver substitui a vontade de viver. É qualquer coisa que toca os mesmos religiosos, que antes podiam ocupar-se tranquilamente do cuidado por sua grei, por seus fiéis; enquanto agora devem dividir esse tempo em achar água, comida...

 

O caso sírio, além disso, é com frequência muito mal entendido no Exterior. “Quando me perguntam sobre Aleppo, dou-me conta de que existe uma desinformação pavorosa”. A única coisa clara para todos é que está em ato uma “guerra ‘vicária’, suja, muito concreta”, onde diversos interesses encontraram na Síria “um campo de batalha” e onde “a pagar pelas consequências, também com a vida, são os civis”.

 

Apesar disso, afirma o padre Jabloyan, “como salesianos, temos a esperança de um futuro melhor: por isso ficamos e trabalhamos com os jovens. Se nos fôssemos, quereria dizer que já a teríamos perdido. Entretanto, ainda que mínimo, um raio de luz nos mantém: então, quando a guerra terminar, a nossa grande missão será reconstruir tudo quanto tiver sido demolido; mas não só do ponto de vista físico”.

 

Por isso é ainda possível achar alguns aspectos positivos: o medo da guerra deu-nos também a capacidade de dar valor às coisas pequenas, de saber fazer festa pela mínima circunstância. “É um pouco de quanto procuro transmitir quando no Facebook compartilho ‘o sorriso do dia’: testemunhos dos espaços de vida que nos restam, da tomada de consciência que cada momento que passa é precioso”...

A precariedade, além disso, tem reforçado a fé de muitos, transformando-os por sua vez, em anunciadores. “Parece que se revive a realidade dos primeiros cristãos e que, como então, existe a consciência de um martírio possível. Ninguém o procura, mas a atitude é a de quem diz: «Senhor, não queremos, mas seja feita a vossa Vontade»”.

 

Leia também: a esperança de uma paz duradoura em Aleppo e na Síria

 

 

 

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Última modificação em Domingo, 25 Dezembro 2016 19:40

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Se você vive em Aleppo e tem menos de 10 anos, o único cenário de vida de que se pode recordar é o de guerra. Se você for apenas adolescente, a guerra já lhe terá marcado todo o seu passado recente e o presente: e já será suficientemente grande para poder recordar-se, com nostalgia, da paz. Como fazem então os salesianos, que vivem para os jovens, para manter a esperança em tais circunstâncias?

Padre Pier Jabloyan, diretor do oratório salesiano de Aleppo, chama de “força brutal da guerra” essa capacidade da violência de não só matar gente, mas também sonhos, projetos, ideais, sobretudo, entre os jovens. Mas a vontade de sobreviver substitui a vontade de viver. É qualquer coisa que toca os mesmos religiosos, que antes podiam ocupar-se tranquilamente do cuidado por sua grei, por seus fiéis; enquanto agora devem dividir esse tempo em achar água, comida...

 

O caso sírio, além disso, é com frequência muito mal entendido no Exterior. “Quando me perguntam sobre Aleppo, dou-me conta de que existe uma desinformação pavorosa”. A única coisa clara para todos é que está em ato uma “guerra ‘vicária’, suja, muito concreta”, onde diversos interesses encontraram na Síria “um campo de batalha” e onde “a pagar pelas consequências, também com a vida, são os civis”.

 

Apesar disso, afirma o padre Jabloyan, “como salesianos, temos a esperança de um futuro melhor: por isso ficamos e trabalhamos com os jovens. Se nos fôssemos, quereria dizer que já a teríamos perdido. Entretanto, ainda que mínimo, um raio de luz nos mantém: então, quando a guerra terminar, a nossa grande missão será reconstruir tudo quanto tiver sido demolido; mas não só do ponto de vista físico”.

 

Por isso é ainda possível achar alguns aspectos positivos: o medo da guerra deu-nos também a capacidade de dar valor às coisas pequenas, de saber fazer festa pela mínima circunstância. “É um pouco de quanto procuro transmitir quando no Facebook compartilho ‘o sorriso do dia’: testemunhos dos espaços de vida que nos restam, da tomada de consciência que cada momento que passa é precioso”...

A precariedade, além disso, tem reforçado a fé de muitos, transformando-os por sua vez, em anunciadores. “Parece que se revive a realidade dos primeiros cristãos e que, como então, existe a consciência de um martírio possível. Ninguém o procura, mas a atitude é a de quem diz: «Senhor, não queremos, mas seja feita a vossa Vontade»”.

 

Leia também: a esperança de uma paz duradoura em Aleppo e na Síria

 

 

 

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