Realizados a cada seis anos, os Capítulos Gerais são o momento para que o Instituto possa avaliar a caminhada percorrida no último período e definir as diretrizes que serão tomadas pelas FMA. No CG, as irmãs elegem a madre-geral – sucessora de Madre Mazzarello na condução e animação das Filhas de Maria Auxiliadora – e seu Conselho Geral. Este é também um período de aprofundamento da reflexão sobre o carisma das FMA e a fidelidade aos fundadores. Como ressalta a madre Yvonne Reungoat, na circular coral nº 947, todas as irmãs são convidadas a viver o CG XXIII como uma “oportunidade significativa para avaliar a nossa fidelidade a Dom Bosco, solicitando a refletrir se estamos realizando o seu ‘sonho’ e interrogando-nos sobre o que podemos fazer para que resplandeça hoje aquele Monumento vivo de agradecimento à Auxiliadora, ideado por ele ao fundar a nossa Família religiosa. O obrigada a Maria, continuamente renovado, pede que sejamos com Ela, mulheres do Magnificat!”.
Com os jovens
Irmã Maria Helena Moreira, inspetora da Inspetoria Madre Mazzarello (Belo Horizonte, MG) e uma das capitulares, explica que o objetivo do Capítulo Geral é estudar as questões relativas às diversas situações socioculturais, eclesiais e outras, para tomar decisões que aumentem a vitalidade do Instituto na fidelidade ao espírito das origens e ao momento histórico da Igreja. “A significatividade deste Capítulo XXIII encontra-se expressa já na sua temática: ‘Ser, com os jovens, casa que evangeliza’. Esse ‘com’ requer de nós a disponibilidade em fazer caminho com os jovens, ser evangelizadas por eles e com eles; portanto exige novos processos de mudança e de conversão pastoral”, considera ela.
A complexidade e a atualidade do tema do CG XXIII são destacados também por irmã Ana Teresa Pinto, inspetora da Inspetoria Nossa Senhora da Penha (Rio de Janeiro, RJ): “A palavra ‘Hoje’ nos coloca em uma realidade concreta, atual, contextualizada e situada. ‘Com os Jovens’ é o nosso campo de trabalho, razão da nossa missão. ‘Casa’, ambiente, espaço e comunicação de vida, de encontro e convivência, onde é possível realizar a proposta do Reino de Deus no meio de nós. Visualizando o mundo de hoje, com todos os desafios e possibilidade, de modo especial para os jovens, podemos constatar o quanto é importante e atual este Capítulo”.
O XXIII Capítulo Geral tem ainda a peculiaridade de realizar-se em um momento de grandes mudanças na Igreja, como alerta a irmã Maria Floriani, inspetora da Inspetoria Nossa Senhora Aparecida (Porto Alegre, RS): “O papa Francisco nos convida a sermos uma Igreja em ‘saída’ até as periferias geográficas e existenciais. Suas propostas têm uma grande incidência no nosso Instituto. Ser hoje com os jovens casa que evangeliza, como nos propõe o Capítulo, requer de cada FMA e de cada comunidade, muitas ‘saídas’. Exige abertura de mente e de coração; atenção às novas gerações; reaprender novos métodos educativos pastorais; flexibilidade e habilidade para trabalhar em rede”.
Em cada inspetoria
A preparação para o CG XXIII é realizada, em todas as inspetorias ao redor do mundo, por meio da reflexão e do estudo da realidade social e do Instituto. Em cada inspetoria é realizado o Capítulo Inspetorial, no qual são feitas a avaliação dos trabalhos realizados e a programação do próximo período, bem como uma reflexão mais ampla em preparação ao Capítulo Geral. No Capítulo Inspetorial também é eleita a delegada ao CG e sua suplente.
A síntese dos estudos feitos em cada capítulo inspetorial é enviada ao Conselho Geral que, junto a uma Comissão Capitular (composta por representantes dos vários continentes), elabora o Instrumento de Trabalho do Capítulo Geral. Este é logo enviado a cada capitular para que seja conhecido ainda antes do Capítulo.
O Capítulo Geral propriamente dura cerca de dois meses, durante os quais as delegadas refletem sobre as várias temáticas em pauta, tendo como referência o tema geral. Neste XXIII, como destaca irmã Ana Teresa, a centralidade deverá estar sobre “os jovens e a qualidade carismática da nossa presença junto deles, pois como muito bem dizem as nossas Constituições: ‘Nascemos como FMA para sermos resposta de salvação às profundas aspirações dos Jovens’”.
Sobre quais seriam as ressonâncias fundamentais do CG XIII para as FMA no Brasil, irmã Maria Helena afirma que há uma forte convocação para que as Filhas de Maria Auxiliadora sejam “profecia da alegria, como comunidades discípulas missionárias” e que, nesse contexto, são muitos os aspectos que incidem diretamente sobre o Instituto no Brasil. “O CG XXIII abrirá novas perspectivas, seguras de que o Espírito de Deus nos lançará para novos e inesperados horizontes. Horizontes marcados pela genuinidade de Mornese e Valdocco, que nos convocam à audácia de Madre Mazzarello e Dom Bosco, juntamente com os jovens”, completa.
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