O Salesiano viveu em cinco missões, em diversas regiões do País; agora, reside em Gambella, capital da região homônima; os habitantes são 350 mil, dos quais 25 mil muçulmanos. “Nós Salesianos – explica o padre Marcandalli – esforçamo-nos tanto para sustentar e encorajar as boas ligações entre cristãos e muçulmanos, como para favorecer relações serenas entre as diversas etnias. Nesta obra, a escola tem um papel insubstituível”.
Em Gambella o padre Marcandalli é pároco da catedral e, com seus dois irmãos, coordena o Instituto Técnico Dom Bosco, um centro profissional frequentado por 150 jovens, e uma escola que acolhe 720 crianças e adolescentes dos 7 aos 17 anos. O oratório, que também oferece uma seguidíssima escola de futebol, tornou-se ao longo dos anos um ponto de referência para mais de 1.500 jovens.
Os Salesianos também atuam na campanha contra o tráfico de seres humanos e, com o seu serviço em quatro campos de refugiados, dão assistência espiritual e garantem a formação para muita gente pobre.
Quanto às relações entre cristãos e muçulmanos na Etiópia, embora em algumas zonas “a convivência pacífica entre cristãos e muçulmanos seja ainda um horizonte não plenamente alcançado”, como explica o padre Marcandalli, em muitas outras caminha serenamente. “Por exemplo, há anos fomos chamados por uma pequena comunidade católica para abrir uma missão numa zona de maioria muçulmana e foram as próprias autoridades muçulmanas, conhecidas as nossas exigências, a oferecer-nos o terreno onde edificar a capela e as nossas estruturas. Fiquei muito admirado pela sua disponibilidade”.
Entre os muitos amigos muçulmanos do Salesiano há também Nuriye Yesufed, de 30 anos, casado e pai de um menino, que trabalha como secretário do Instituto Técnico Dom Bosco depois de ter sido ali professor de informática. Ali, diz, sempre esteve bem e desde quando chegou como aluno foi acolhido “como alguém da família”.
Fonte: ANS