Na manhã de 8 de dezembro, o XI sucessor de Dom Bosco, padre Fábio Attard, Reitor-mor dos Salesianos presidiu a solene eucaristia pela Solenidade da Imaculada Conceição de Maria, na Basílica do Sagrado Coração de Jesus, em Roma. Com ele, concelebraram conselheiros gerais, coirmãos da Sede Central e leigos da paróquia, que também recordaram a data que é o verdadeiro “dia das origens” para os Filhos de Dom Bosco.
“Maria, tabernáculo vivo: nela o humano e o divino se encontram”
Começando à celebração, o Reitor-mor convidou a assembleia a voltar o olhar a Maria - “Àquela que esperou e acolheu a Palavra no coração, tornando-se tabernáculo vivo do Filho de Deus”.
Com essa consciência, padre Attard relembrou que a Imaculada Conceição é uma festividade profundamente ligada à vocação salesiana: “para nós, salesianos, este é o dia em que Dom Bosco reconhece o início de nossa experiência missionária-oratoriana. Todo dia ‘8 de dezembro’, voltamos àquela graça originária para compreender quem somos e a quem somos mandados”.
Uma solenidade que põe o humano perante o divino
Na homilia, o padre Attard colocou a Festa da Imaculada no caminho do Advento - num itinerário que prepara ao evento que muda a história, o Natal de Jesus. “A solenidade da Imaculada nos leva ao coração de uma experiência única que pertence a Maria, humilde jovem que se encontra perante o projeto de Deus; mas uma experiência que está aberta a todos nós: é que toda festa mariana é uma ocasião para que nossa história pessoal se deixe alcançar por este ponto em que o divino e o humano se encontram”.
Maria: surpresa e ousadia perante o amor
Padre Attard mostrou como a experiência de Maria reflete as dinâmicas mais profundas da vida humana: surpresa, medo, dúvida, temor perante o que supera todas as expectativas e pensamentos humanos. “Como para Maria, também para nós a maturidade da fé não consiste antes de tudo em fazer, mas em reconhecer-se amados. Daí a disponibilidade para dizer: ‘Senhor, eu não mereço, mas aqui estou’”.
Ligação com Dom Bosco
Entrando no coração da tradição salesiana, o Reitor-mor relacionou a experiência de Maria com a de Dom Bosco: “quando Dom Bosco, há 184 anos, encontrou-se com Bartolomeu Garelli, não fez nada além do que havia recebido: o amor de Deus não pode ser guardado para si mesmo. O dom deve ser vivido e compartilhado”. E recordou o Sonho dos Nove Anos, as transformações dos “animais ferozes” em “cordeiros”; lembrou, depois, o segundo sonho que os vê se tornando pastores - até a experiência concreta do oratório: um lugar onde os jovens, especialmente os mais feridos, podem experimentar pessoalmente ‘o serem amados, acompanhados, ouvidos’. “Este é o paradigma de Maria: perturbação, medo, mas no final plena disponibilidade. É também assim que nasce a missão salesiana”.
O gesto simbólico do Oratório nascente
No final da concelebração, o Reitor-mor e todos os concelebrantes foram para altar de Maria Auxiliadora dentro da Basílica. Lá foi lido, das Memórias do Oratório, o famoso episódio de 8 de dezembro de 1841, contado pelo próprio Dom Bosco: o encontro entre Dom Bosco e Bartolomeu Garelli, a primeira ‘Ave-Maria’, a semente do Oratório.
Após a leitura, toda a assembleia rezou a Ave-Maria, unindo-se espiritualmente a todos os Salesianos do mundo que, em 8 de dezembro, recordam as origens da sua vocação e confiam à Nossa Senhora a missão educativa e evangelizadora pelos jovens.