O Prêmio Nobel da Paz 2018 foi atribuído a Denis Mukwege, ginecologista congolês, e à iraquiana, Nádia Murad Basee Taha, vítima dos crimes cometidos pelo Isis no Iraque. O anúncio foi feito, na manhã desta sexta-feira (05/10), em Oslo, Noruega, pelo Comitê do Nobel.
Ambos os vencedores, - explicou o Comitê – “deram uma contribuição essencial para chamar a atenção mundial sobre os crimes de guerra. Graças ao seu trabalho, muitas vezes destacado pela mídia internacional, contribuíram para tornar atual o tema das violências sexuais nos conflitos armados e nas guerras, permitindo até identificar os criminosos”.
Denis Mukwege dedicou a sua vida para ajudar as mulheres a se recuperarem do trauma da violência e dos estupros no leste da República Democrática do Congo, devastado pela guerra.
Crimes de guerra
Por sua vez, Nádia Murad tornou-se uma ativista depois de ter sido sequestrada pelas milícias do grupo do Estado Islâmico, que a manteve como escrava sexual.
Agora, de escrava do Isis, Nádia é Embaixadora junto às Nações Unidas para a Dignidade dos sobreviventes do tráfico de seres humanos. Seu papel a torna "aliada do Papa". Por isso, queria muito conhecê-lo pessoalmente, o que aconteceu em maio de 2017, à margem da Audiência Geral, na Praça São Pedro. Na ocasião, ela contou a Francisco sua história impressionante!
Nádia, da comunidade étnica religiosa Yazidis, tinha 22 anos quando foi sequestrada, na sua aldeia de Kocho, ao norte do Iraque, em 3 de agosto de 2014, e foi testemunha ocular da morte de seis irmãos e da sua mãe. Levada para Mosul, com duas irmãs, Nádia passou por todos os tipos de abuso, a ponto de ser vendida, várias vezes, como escrava. Depois de três meses, conseguiu fugir.
Violência
Desde então, a jovem mulher denuncia, com coragem, as atrocidades perpetradas contra o seu povo, levando adiante a sua batalha "para que ninguém sofra tanta violência e seja tratado como animal".
Fonte: Vatican News