Papa aos jovens: "Não se calem!"

Segunda, 26 Março 2018 12:27 Escrito por  Vatican News
Neste frio Domingo de Ramos, dezenas de milhares participaram da missa presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano. Veja AQUI o pedido do Papa aos jovens para que não se calem.  

Neste Domingo de Ramos (25/03), o Papa presidiu missa na Praça São Pedro diante de dezenas de milhares de pessoas. Antes, no centro da Praça, junto ao obelisco, Francisco abençoou os ramos e as oliveiras. Foi feita a leitura do Evangelho de Marcos e no sagrado, a narração da Paixão de Cristo.

 

Jornada Mundial da Juventude

Grande parte dos fiéis eram jovens de Roma que aderiram à celebração diocesana da XXXIII Jornada Mundial da Juventude, que teve o tema “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus” (Lc 1,30).

 

Após a celebração da Eucaristia, antes da Benção Apostólica, foram entregues ao Papa as conclusões da Reunião Pré-sinodal realizada nesta semana no Vaticano em preparação ao Sínodo dos Bispos de outubro próximo sobre a juventude.

 

Alegria e sofrimento

Em sua homilia, o Papa propôs uma reflexão evocando os sentimentos contrastantes de discípulos e fariseus quando Jesus entra em Jerusalém.

 

“Nesta celebração, parecem cruzar-se histórias de alegria e sofrimento, de erros e sucessos que fazem parte da nossa vida diária como discípulos, porque consegue revelar sentimentos e contradições que hoje em dia, com frequência, aparecem também em nós, homens e mulheres deste tempo: capazes de amar muito... mas também de odiar (e muito!); capazes de sacrifícios heroicos mas também de saber ‘lavar as mãos’ no momento oportuno; capazes de fidelidade, mas também de grandes abandonos e traições”.

 

Nesta narração evangélica fica evidente que a alegria suscitada em alguns por Jesus é motivo de incômodo e irritação para outros. A alegria é a de tantos pecadores perdoados que reencontraram ousadia e esperança; e o desconforto é o daqueles que que se consideram justos e ‘fiéis’ à lei e aos preceitos rituais. 

 

“Como é difícil, para quem procura justificar-se e salvar a si mesmo, compreender a alegria e a festa da misericórdia de Deus! Como é difícil, para quantos confiam apenas nas suas próprias forças e se sentem superiores aos outros, poder compartilhar esta alegria!”

 

O Papa lembrou o grito ‘Crucifica-O!’ emerso entre o povo: a voz de quem manipula a realidade criando uma versão favorável a si próprio e não tem problemas em ‘tramar’ os outros para ele mesmo se ver livre. O grito de quem não tem escrúpulos em procurar os meios para reforçar a sua posição e silenciar as vozes dissonantes”.

 

As intrigas da autossuficiência

É o grito de quem deseja defender a sua posição, desacreditando especialmente quem não se pode defender. É o grito produzido pelas ‘intrigas’ da autossuficiência, do orgulho e da soberba, que proclama sem problemas: “crucifica-O, crucifica-O!”. “É o grito que pretende cancelar a compaixão”.

 

Mas, ressaltou o Pontífice, perante todas essas vozes que gritam, o melhor antídoto é olhar a cruz de Cristo e deixar-se interpelar pelo seu último grito. Cristo morreu, gritando o seu amor por cada um de nós: por jovens e idosos, santos e pecadores, amor pelos do seu tempo e pelos do nosso tempo.

 

Alegria torna o jovem difícil de ser manipulado

No dia em que a Igreja, em cada diocese no mundo, celebra a sua Jornada da Juventude, o Papa se dirigiu diretamente aos jovens: “Queridos jovens, a alegria que Jesus suscita em vós é, para alguns, motivo de irritação, porque um jovem alegre é difícil de manipular. Calar os jovens é uma tentação que sempre existiu”.

 

“Há muitas maneiras de tornar os jovens silenciosos e invisíveis; muitas maneiras de os anestesiar e adormecer para que não façam ‘barulho’, para que não se interroguem nem ponham em discussão. Há muitas maneiras de os fazer estar tranquilos, para que não se envolvam, e os seus sonhos percam altura tornando-se rasteiros, mesquinhos, tristes”, continuou Francisco.

 

“Neste Domingo de Ramos, em que celebramos o Dia Mundial da Juventude, faz-nos bem ouvir a resposta de Jesus aos fariseus de ontem e de todos os tempos: ‘Se eles se calarem, gritarão as pedras’ (Lc 19, 40). Cabe a vós não ficar calados. Se os outros calam, se nós, idosos e responsáveis - muitas vezes corruptos - silenciamos, se o mundo se cala e perde a alegria, pergunto-vos: vós gritareis? Por favor, decidi-vos antes que gritem as pedras...”, completou o Papa.

Veja AQUI o pedido do Papa aos jovens

 

Fonte: Vatican News

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Última modificação em Quinta, 27 Junho 2024 19:26

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Papa aos jovens: "Não se calem!"

Segunda, 26 Março 2018 12:27 Escrito por  Vatican News
Neste frio Domingo de Ramos, dezenas de milhares participaram da missa presidida pelo Papa Francisco na Praça São Pedro, no Vaticano. Veja AQUI o pedido do Papa aos jovens para que não se calem.  

Neste Domingo de Ramos (25/03), o Papa presidiu missa na Praça São Pedro diante de dezenas de milhares de pessoas. Antes, no centro da Praça, junto ao obelisco, Francisco abençoou os ramos e as oliveiras. Foi feita a leitura do Evangelho de Marcos e no sagrado, a narração da Paixão de Cristo.

 

Jornada Mundial da Juventude

Grande parte dos fiéis eram jovens de Roma que aderiram à celebração diocesana da XXXIII Jornada Mundial da Juventude, que teve o tema “Não tenhas medo, Maria! Encontraste graça junto a Deus” (Lc 1,30).

 

Após a celebração da Eucaristia, antes da Benção Apostólica, foram entregues ao Papa as conclusões da Reunião Pré-sinodal realizada nesta semana no Vaticano em preparação ao Sínodo dos Bispos de outubro próximo sobre a juventude.

 

Alegria e sofrimento

Em sua homilia, o Papa propôs uma reflexão evocando os sentimentos contrastantes de discípulos e fariseus quando Jesus entra em Jerusalém.

 

“Nesta celebração, parecem cruzar-se histórias de alegria e sofrimento, de erros e sucessos que fazem parte da nossa vida diária como discípulos, porque consegue revelar sentimentos e contradições que hoje em dia, com frequência, aparecem também em nós, homens e mulheres deste tempo: capazes de amar muito... mas também de odiar (e muito!); capazes de sacrifícios heroicos mas também de saber ‘lavar as mãos’ no momento oportuno; capazes de fidelidade, mas também de grandes abandonos e traições”.

 

Nesta narração evangélica fica evidente que a alegria suscitada em alguns por Jesus é motivo de incômodo e irritação para outros. A alegria é a de tantos pecadores perdoados que reencontraram ousadia e esperança; e o desconforto é o daqueles que que se consideram justos e ‘fiéis’ à lei e aos preceitos rituais. 

 

“Como é difícil, para quem procura justificar-se e salvar a si mesmo, compreender a alegria e a festa da misericórdia de Deus! Como é difícil, para quantos confiam apenas nas suas próprias forças e se sentem superiores aos outros, poder compartilhar esta alegria!”

 

O Papa lembrou o grito ‘Crucifica-O!’ emerso entre o povo: a voz de quem manipula a realidade criando uma versão favorável a si próprio e não tem problemas em ‘tramar’ os outros para ele mesmo se ver livre. O grito de quem não tem escrúpulos em procurar os meios para reforçar a sua posição e silenciar as vozes dissonantes”.

 

As intrigas da autossuficiência

É o grito de quem deseja defender a sua posição, desacreditando especialmente quem não se pode defender. É o grito produzido pelas ‘intrigas’ da autossuficiência, do orgulho e da soberba, que proclama sem problemas: “crucifica-O, crucifica-O!”. “É o grito que pretende cancelar a compaixão”.

 

Mas, ressaltou o Pontífice, perante todas essas vozes que gritam, o melhor antídoto é olhar a cruz de Cristo e deixar-se interpelar pelo seu último grito. Cristo morreu, gritando o seu amor por cada um de nós: por jovens e idosos, santos e pecadores, amor pelos do seu tempo e pelos do nosso tempo.

 

Alegria torna o jovem difícil de ser manipulado

No dia em que a Igreja, em cada diocese no mundo, celebra a sua Jornada da Juventude, o Papa se dirigiu diretamente aos jovens: “Queridos jovens, a alegria que Jesus suscita em vós é, para alguns, motivo de irritação, porque um jovem alegre é difícil de manipular. Calar os jovens é uma tentação que sempre existiu”.

 

“Há muitas maneiras de tornar os jovens silenciosos e invisíveis; muitas maneiras de os anestesiar e adormecer para que não façam ‘barulho’, para que não se interroguem nem ponham em discussão. Há muitas maneiras de os fazer estar tranquilos, para que não se envolvam, e os seus sonhos percam altura tornando-se rasteiros, mesquinhos, tristes”, continuou Francisco.

 

“Neste Domingo de Ramos, em que celebramos o Dia Mundial da Juventude, faz-nos bem ouvir a resposta de Jesus aos fariseus de ontem e de todos os tempos: ‘Se eles se calarem, gritarão as pedras’ (Lc 19, 40). Cabe a vós não ficar calados. Se os outros calam, se nós, idosos e responsáveis - muitas vezes corruptos - silenciamos, se o mundo se cala e perde a alegria, pergunto-vos: vós gritareis? Por favor, decidi-vos antes que gritem as pedras...”, completou o Papa.

Veja AQUI o pedido do Papa aos jovens

 

Fonte: Vatican News

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