Em sua mensagem, intitulada “Cristãos e muçulmanos: juntos para o cuidado da Casa comum”, o Cardeal assegura a solidariedade orante dos Católicos neste tempo de jejum no mês de Ramadã e para a celebração final do “Id al-Fitr”, com os melhores votos de serenidade, alegria e abundantes frutos espirituais.
A mensagem deste ano é particularmente oportuna e significativa, pois há 50 anos, precisamente em 1967, três anos após a criação do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, o Papa Paulo VI, enviou, pela primeira vez, sua Mensagem para a ocasião (19 de maio de 1964).
Entre as numerosas atividades deste Organismo vaticano, para a promoção do diálogo com os Muçulmanos, a mais importante, nestes longos anos, é a mensagem anual para o Ramadã e “Id al-Fitr”, dirigida aos muçulmanos do mundo inteiro.
A experiência de ambas as comunidades confirma o valor desta mensagem para a promoção das relações cordiais entre os amigos cristãos e muçulmanos, mediante reflexões sobre os desafios atuais e urgentes.
A mensagem deste ano do Organismo vaticano para o Diálogo Inter-religioso é inpirada na Encíclica "Laudato Si” do Papa Francisco, sobre o cuidado da Casa comum. Na Carta Encíclica ele chama a atenção para os danos causados ao meio ambiente, a nós e aos nossos semelhantes, devido aos nossos estilos de vida e decisões.
Há, por exemplo, algumas perspectivas filosóficas, religiosas e culturais que representam uma ameaça para a relação da humanidade com a natureza. Este desafio envolve todos nós, quer professemos ou não uma fé religiosa.
O próprio título da Encíclica é expressivo: o mundo é uma "casa comum", uma morada para todos os membros da família humana. Por sua vez, nenhuma pessoa, nação ou povo pode impor, de modo exclusivo, sua compreensão sobre o planeta.
Por isso, o Papa convida a "renovar o diálogo sobre o modo em que estamos construindo o futuro do nosso planeta, porque o desafio ambiental e suas raízes humanas envolvem a todos".
Francisco afirma ainda que "a crise ecológica é um apelo a uma profunda conversão interior". Por isso, é preciso educação, abertura espiritual e "conversão ecológica global" para enfrentar adequadamente este desafio. Como crentes, a nossa relação com Deus deve ser cada vez mais evidente pelo modo em que tratamos o mundo que nos circunda.
O Papa ressalta também que a nossa vocação de ser guardiões da obra de Deus não é facultativa e nem marginal, mas essencial em relação ao nosso compromisso religioso como cristãos e muçulmanos.
O Cardeal Jean-Louis Tauran conclui sua mensagem para o Ramadã e o “Id al-Fitr” auspiciando que os pensamentos religiosos, que derivam das bênçãos do jejum, da oração e das boas obras, possam sustentar a todos, com a ajuda de Deus, no caminho da paz e da bondade, ao cuidar dos membros da família humana e de toda a Criação! (MT/REI)