“A não violência: estilo de uma política para a Paz”: este é o tema escolhido por Francisco para o próximo Dia Mundial da Paz, o quarto do seu Pontificado.
A violência e a paz estão na origem de dois modos opostos de construir a sociedade. A difusão dos focos de violência gera experiências sociais gravíssimas e negativas.
O Papa resume esta situação na expressão “Terceira guerra mundial em capítulos”.
Em vez, a paz tem consequências sociais positivas e permite um verdadeiro progresso. Devemos, portanto, agir nos espaços possíveis, negociando caminhos de paz, até mesmo onde tais caminhos parecem tortuosos ou impraticáveis.
Diálogos de Paz
Deste modo, a “não violência” pode assumir um significado mais amplo e novo: não apenas aspiração, inspiração, rejeição moral à violência, às barreiras, aos impulsos destruidores, mas também método político realista, aberto à esperança.
Trata-se de um método político fundado na primazia do direito. Se o direito e a igual dignidade de cada ser humano são salvaguardados sem discriminações e distinções. Consequentemente, a “não violência”, entendida como método político, pode constituir um meio realista para superar os conflitos armados.
Direitos e deveres
Nesta perspectiva, é importante reconhecer, sempre mais, não o direito da força, mas a força do direito. Com esta Mensagem para o Dia Mundial da Paz, o Santo Padre deseja indicar um passo posterior, um caminho de esperança apropriado às circunstâncias históricas presentes: chegar à solução das controvérsias por meio de negociações, evitando que elas se degenerem em conflito armado.
Sensibilidade
Atrás desta perspectiva, há também o respeito pela cultura e a identidade dos povos, portanto, a superação da ideia segundo a qual uma parte é moralmente superior à outra. Mas, ao mesmo tempo, isto não significa que uma nação possa ser indiferente diante das tragédias de outras. Pelo contrário, significa reconhecer a primazia da diplomacia diante dos estrondos das armas.
O tráfico mundial das armas é tão vasto a ponto de ser subestimado. O tráfico das armas sustenta muitos conflitos no mundo. A “não violência”, como estilo político, pode e deve fazer muito mais para superar este flagelo.
Tradição
O Dia Mundial da Paz teve início por desejo do Beato Paulo VI e é celebrado todos os anos no dia 1° de janeiro. A Mensagem do Papa é enviada a todas as chancelarias do mundo e assinala as diretrizes diplomáticas da Santa Sé.