Em Gumbo, as explosões e os disparos são ouvidas nitidamente, sobretudo, à tarde. E também na noite de segunda–feira, 11 de julho, isto é, mesmo depois de ter sido proclamado o cessar fogo por ambas as partes. Foi terrível: “Troar de canhões, disparos de metralhadoras e balas que se elevavam ao céu como fogos de artifício... Em pouco tempo os disparos chegavam de todas as direções e se aproximavam também do nosso campo”, contou o salesiano missionário, Tiago Comino.
Já na tarde de domingo, 10, a missão salesiana começara a receber centenas, depois milhares, de pessoas em fuga: “Improvisamente centenas de pessoas começaram a chegar ao nosso campo, em sua maioria mães, com uma criança às costas e outras quatro e cinco pela mão, carregando uma enorme trouxa na cabeça, com o indispensável que podiam levar”.
Ação salesiana
Os salesianos fizeram todo o possível para acolhê-los e ajudá-los: abriram as salas de aula e a porta da igreja, deram de comer utilizando as reservas de alimentos que vários organismos internacionais lhes haviam destinado para o seu trabalho no campo de refugiados. E estão fazendo de tudo para ser uma casa acolhedora para quem tanto precisa.
Mas para a missão é impossível atender às necessidades dos milhares de refugiados (dada também a impossibilidade de proceder a novas estocagens, por causa do bloqueio das estradas e do aeroporto).
Apelo
Por isso, os salesianos pretendem ser a voz de quem não tem voz, da pobre gente que chegou, em massa e sem praticamente nada, à missão. Dirigimos, portanto, um convite às comunidades internacional, às ONGS e à opinião pública, para que não desviem o olhar: é preciso agir rápido, em todas as sedes oportunas, para prolongar e estabilizar o cessar-fogo, fazendo retornar ao diálogo entre os grupos em litígio, e para que possam renascer imediatamente a paz e o equilíbrio social na região.
No canal ANSChannel do YouTube, está disponível o testemunho de uma mulher acolhida na missão salesiana.