Foi o que anunciou o presidente do Pontifício Conselho para a Família, dom Vincenzo Paglia, durante uma coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 24 de maio, na Sala de Imprensa da Santa Sé.
“É o primeiro grande encontro das famílias do mundo depois do Sínodo dos Bispos, após o qual o Papa Francisco publicou a Exortação Apostólica AmorisLaetitia, que se torna, obviamente, a ‘Carta Magna’ de todo o encontro, quer na sua preparação como na sua celebração”, afirmou dom Paglia.
O arcebispo destacou que a Exortação Apostólica, que foi às Igrejas locais para ser acolhida, abraçada, aprofundada e aplicada nos diversos contextos culturais, terá em Dublin uma etapa significativa desta recepção. Ele explicou que o documento requer não uma simples atualização da pastoral familiar, mas bem mais do que isso: um novo modo de viver a Igreja, um novo modo de realizar aquele amor que torna alegre a vida do povo de Deus, das famílias e da própria sociedade.
Neste sentido, dom Paglia acrescentou que o Encontro de Dublin assume uma característica particular em relação aos outros Encontros Mundiais.
Sinodalidade
“É a nossa intenção viver os próximos meses e os anos acentuando ou promovendo esta sinodalidade que está no coração da Exortação Apostólica Amoris Laetitia. O Papa, de fato, sugere uma espécie de enculturação, um aprofundamento de temas, é um verdadeiro itinerário, não somente uma preparação – entre aspas – exterior. É um verdadeiro processo eclesial do qual a Irlanda, junto ao Pontifício Conselho, assume a sua responsabilidade”.
O Pontifício Conselho está trabalhando para elaborar catequeses e instrumentos de reflexão.
O Arcebispo disse que a Irlanda, marcada por um delicado momento de transição, também através deste Encontro Mundial pode ajudar a si mesmo, a Europa e o mundo, a reencontrar a força, a energia, e a tensão missionária, mediante a redescoberta da vocação e da missão da família.
O título do Encontro Mundial “O Evangelho da família, alegria para o mundo” é, segundo ele, um convite a escolher o “nós” da família para responder à necessidade de amor que brota de cada homem e cada mulher.
Organização
O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, defendeu por sua vez, que o evento deve ser mundial em nível de preparação. “Às vezes, vemos críticas a eventos que parecem mundiais, mas a preparação é local”. Para ele, a realização desse evento será uma ocasião para a renovação eclesial e a Igreja na Irlanda poderá ser um estímulo para outros países. “É esse o desafio que a Igreja na Irlanda deve enfrentar, mas estou certo de que conseguiremos vencê-lo bem”.
Os organizadores do encontro anteciparam que gostariam de envolver na preparação também os movimentos voltados à espiritualidade das famílias, que normalmente vivem fora das paróquias e, por isto, quem sabe, participam em massa do evento, mas não nos percursos de preparação.
“Precisamente ontem, falávamos disso em uma reunião da Conferência Episcopal irlandesa e pensamos a um momento de partilha de experiências de todos os movimentos familiares europeus. Falta somente a data, mas será provavelmente em setembro ou outubro”, revelou dom Martin.
Dom Paglia informou que o Pontifício Conselho para a Família está organizando diversas iniciativas voltadas aos movimentos, com o envolvimento de teólogos de todo o mundo e de comunidades e universidades.