Aumenta a violência em Burundi

Quinta, 17 Dezembro 2015 11:48 Escrito por  InfoANS
Aumenta a violência em Burundi imagens web
O conflito em Burundi é sutil, porque não há nenhuma declaração de guerra, e, todavia, os mortos aumentam diariamente em ações violentas, mas aparentemente isoladas. No último dia 11 de dezembro decorreu uma das mais sangrentas desde o fim da guerra, quando um grupo de oponentes ao governo atacou quatro casernas de Bujumbura e as forças governamentais responderam com a execução dos jovens dos bairros habitados pelos opositores. Somando os de ambas as facções, houve pelo menos 87 mortos em um só dia.

 

As ruas de Bujumbura, capital de Burundi, amanheceram, no dia 12 de dezembro, cobertas dos cadáveres de dezenas de jovens, no geral de etnia tútsi. Segundo informam fontes locais à Agência Fides, “o balanço oficial dos mortos é de 87. Mas várias organizações da sociedade civil e outras fontes garantem que os mortos pelas ruas podem ser  mais de 200... Grande parte desses cadáveres foi  encontrada com as mãos atadas às costas e com tiros na cabeça. (….). A crise atual é política, não é étnica, aas sacrifica a maioria tútsi da oposição e poupando até agora a hutu, quer-se tentar atribuir  essa característica à crise ”.

 

O salesiano padre Ferdinando Ntunzwe, diretor da Cité des Jeunes, em Buterere, subúrbio de Bujumbura, informou que sexta-feira “tivemos de suspender as aulas, porque só tinham vindo alguns rapazes das vizinhanças da Capital e nenhum professor, porque a cidade está bloqueada e os bairros, cercados. Somos prisioneiros do nosso próprio bairro”.

 

Este é apenas um dentre os episódios de violência verificados em Burundi desde abril, isto é, desde que o presidente Pierre Nkurunziza mudou a Constituição para concorrer a um terceiro mandato, estratégia que lhe valeu a reeleição no mês de julho. A violência agora pode descambar em um novo conflito armado, visto que a intensificação das agressões está reproduzindo cenários que levaram àquela guerra civil que devastou o país entre 1993 e 2005.

 

Os salesianos, presentes em três cidades – Ngozi, Rukago, Bujumbura,  temem por um iminente reinício de guerra: “Estamos claramente em uma situação de perigo: tiros esporádicos durante a noite já se tornaram um hábito. A Capital paralisada é um mau presságio. Devemos, todavia, esperar e ver como irá evoluir a coisa. Por ora, conclui o padre Ntunzwe, só nos resta rezar por uma solução pacífica da situação”.

 

InfoANS 

 

 

 

 

 

 

 

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Última modificação em Sexta, 18 Dezembro 2015 20:33

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Quinta, 17 Dezembro 2015 11:48 Escrito por  InfoANS
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O conflito em Burundi é sutil, porque não há nenhuma declaração de guerra, e, todavia, os mortos aumentam diariamente em ações violentas, mas aparentemente isoladas. No último dia 11 de dezembro decorreu uma das mais sangrentas desde o fim da guerra, quando um grupo de oponentes ao governo atacou quatro casernas de Bujumbura e as forças governamentais responderam com a execução dos jovens dos bairros habitados pelos opositores. Somando os de ambas as facções, houve pelo menos 87 mortos em um só dia.

 

As ruas de Bujumbura, capital de Burundi, amanheceram, no dia 12 de dezembro, cobertas dos cadáveres de dezenas de jovens, no geral de etnia tútsi. Segundo informam fontes locais à Agência Fides, “o balanço oficial dos mortos é de 87. Mas várias organizações da sociedade civil e outras fontes garantem que os mortos pelas ruas podem ser  mais de 200... Grande parte desses cadáveres foi  encontrada com as mãos atadas às costas e com tiros na cabeça. (….). A crise atual é política, não é étnica, aas sacrifica a maioria tútsi da oposição e poupando até agora a hutu, quer-se tentar atribuir  essa característica à crise ”.

 

O salesiano padre Ferdinando Ntunzwe, diretor da Cité des Jeunes, em Buterere, subúrbio de Bujumbura, informou que sexta-feira “tivemos de suspender as aulas, porque só tinham vindo alguns rapazes das vizinhanças da Capital e nenhum professor, porque a cidade está bloqueada e os bairros, cercados. Somos prisioneiros do nosso próprio bairro”.

 

Este é apenas um dentre os episódios de violência verificados em Burundi desde abril, isto é, desde que o presidente Pierre Nkurunziza mudou a Constituição para concorrer a um terceiro mandato, estratégia que lhe valeu a reeleição no mês de julho. A violência agora pode descambar em um novo conflito armado, visto que a intensificação das agressões está reproduzindo cenários que levaram àquela guerra civil que devastou o país entre 1993 e 2005.

 

Os salesianos, presentes em três cidades – Ngozi, Rukago, Bujumbura,  temem por um iminente reinício de guerra: “Estamos claramente em uma situação de perigo: tiros esporádicos durante a noite já se tornaram um hábito. A Capital paralisada é um mau presságio. Devemos, todavia, esperar e ver como irá evoluir a coisa. Por ora, conclui o padre Ntunzwe, só nos resta rezar por uma solução pacífica da situação”.

 

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