‘Romanhol’ de Faenza, provém de uma família de santos: dos três filhos sobreviventes, ele é venerável; a irmã Maria Raffaella, sua irmã, da Congregação das Irmãs Hospitalares da Misericórdia, foi beatificada em 12 de maio de 1996; Luigi, salesiano irmão e missionário na América Latina, morreu em conceito de santidade.
Aos três anos, o pequeno Vicente é já órfão de pai. Poucos dias depois é levado pela mãe à Igreja Paroquial onde Dom Bosco está a pregar: "Vicentinho, olhe, olhe lá Dom Bosco!" e o levanta acima da cabeça de todos. Salesiano aos 17 anos, padre aos 24, Vicente acumula títulos de estudo: diploma de composição pelo Conservatório de Parma; láurea em Filosofia, em Pedagogia e em Agricultura, em Turim. Por 20 anos é professor e brilhantíssimo compositor no Colégio de Valsálice, Turim.
No Natal de 1925 o então reitor-mor padre Rinaldi o manda como chefe a fundar a missão e a obra salesiana no Japão, onde trabalhará por 40 anos. Conquista o coração dos japoneses por sua finura e talento artístico: dirige concertos com estrondoso sucesso e mais ainda com sua bondade. Vai aos mais pobres, às crianças, aos velhos, aos doentes. Abre orfanatos, oratórios, escolas profissionais. Funda em Tóquio uma editora.
Em 1935, a missão de Miyazáki-Oita se erige em Prefeitura Apostólica. E o padre Cimatti se torna o primeiro superior com o título e insígnias de ‘Monsenhor’. Avesso a títulos, escreve imediatamente a Turim, pedindo que o deixem trabalhar tranquilo e sem adornos como Dom Bosco. E aos amigos da Itália que lhe tinham enviado o enxoval de monsenhor, devolve tudo imediatamente: “Vendam tudo e mandem-me o dinheiro para os meus pobres”. Nomeiam-no a seguir inspetor. Depois da terrível prova da Guerra (1939-45), reconstroi tudo com redobrada coragem. Por fim retira-se, para abrir espaço aos jovens. Morre aos 86 anos no dia 6 de outubro de 1965. Dissera um dia: "Gostaria de morrer aqui para tornar-me terra japonesa". Foi declarado ‘Venerável’ no dia 21 de dezembro de 1991.
Para recorrência e na esteira do bicentenário do nascimento de Dom Bosco, o padre Gaetano Compri, guarda e difusor da memória do monsenhor Cimatti, preparou uma nova publicação: “Padre Cimatti mestre de vida. Assim viveu, assim escreveu”. Não se trata de uma biografia, mas do seu ensino e espiritualidade, baseada nos trechos mais significativos das suas cartas. São 338 trechos, postos em ordem cronológica, com breves palavras de ambientação. Um documento de fé e de direção espiritual sobre os mais variados assuntos da vida, segundo a espiritualidade de São Francisco de Sales e de Dom Bosco. Seu título é revelador, porque Cimatti foi definido “o Dom Bosco do Japão”.