A indiferença hoje é, frequentemente, associada a várias formas de individualismo que produzem isolamento, ignorância, egoísmo e isso leva ao desinteresse. O aumento das informações em si não é sinônimo de maior atenção aos problemas, se não for acompanhado por uma abertura das consciências no sentido de solidariedade; para obter tal objetivo é indispensável a contribuição que podem dar, além das famílias, os educadores, todos os formadores, os agentes culturais e da mídia, os intelectuais e os artistas. Na verdade, a indiferença pode ser vencida somente enfrentando juntos este desafio.
A paz deve ser conquistada: não é um bem que se obtém sem esforços, sem conversão, sem criatividade e sem dialética. Trata-se de sensibilizar e formar ao sentido de responsabilidade em relação às graves questões que afligem a família humana, como o fundamentalismo e seus massacres, as perseguições por causa da fé e de pertença étnica, as violações da liberdade e dos direitos dos povos, o abuso e a escravidão das pessoas, a corrupção e o crime organizado, as guerras que causam o drama dos refugiados e dos emigrantes forçados.
Este trabalho de sensibilização e de formação olhará, ao mesmo tempo, também às oportunidades e possibilidades para combater esses males: o amadurecimento de uma cultura da legalidade e a educação ao diálogo e à cooperação, que neste contexto, são formas fundamentais de relação construtiva.
Uma área na qual se pode construir a paz cotidianamente superando a indiferença é aquele das formas de escravidão presentes no mundo, às quais foi dedicada a Mensagem para o Dia Mundial da Paz de 2015, “Não escravos, mas irmãos”. É necessário levar adiante esse compromisso, com maior consciência e colaboração.
A paz é possível lá onde o direito de cada ser humano é reconhecido e respeitado, segundo a liberdade e a justiça.
A Mensagem de 2016 pretende ser um ponto de partida para todas as pessoas de boa vontade, em particular àquelas que atuam na educação, na cultura e nos meios de comunicação, para que ajam, cada uma segundo suas próprias possibilidades e de acordo com as melhores aspirações, para construírem juntas um mundo mais consciente e misericordioso e, portanto, mais livre e mais justo.
O Dia Mundial da Paz foi instituído pelo Papa Paulo VI e se celebra todos os anos no dia primeiro de janeiro.