"O presente, a ser entregue segunda-feira, 22 de junho, quer ser", escreveu o ‘Síndico’, "uma visível manifestação do orgulho que nutrimos pela história piemontesa, capaz de criar as condições para o surgir e desenvolver daqueles Santos sociais a quem tanto deve, quer a Doutrina Social da Igreja, quer a reflexão leiga sobre a solidariedade”.
Das Cartas originais, adquiridas no seu tempo pela então província de Turim e conservadas na ‘Biblioteca de História e Cultura do Piemonte José Grosso’, emerge com evidência o 'leitmotiv', ou motivo condutor, do contínuo pedido de ajuda ao Barão Ricci des Ferres: desde dinheiro até aos mais variados objetos que pudessem ser de utilidade nos oratórios, nas casas salesianas, nas oficinas e nas demais obras do Santo.
Em um linguajar sempre sóbrio, imediato e natural, os pedidos do ‘Santo dos Jovens’ são acompanhados de sinceras expressões de agradecimento ao Barão, ao qual o sacerdote transmite a sua profunda espiritualidade e vibração por aquilo que mais lhe interessava: a salvação eterna. O bilhete de janeiro de 1888, por exemplo, é fruto da mão tremente do Santo, já próximo à morte; e se conclui com um pedido de orações.
“Senhor Barão, escreve Dom Bosco, deveis absolutamente salvar vossa alma; deveis dar aos pobres todo o vosso supérfluo: quanto vos deu o Senhor. Peço a Deus que vos conceda esta graça extraordinária. Espero nos vejamos na feliz eternidade. Rezai pela salvação da minha alma”.
Entre as cartas de maior interesse deve-se assinalar a de 11 de outubro de 1883, relativa às missões na Patagônia, em que Dom Bosco pede ao Barão Ricci ajuda para a viagem de 30 entre sacerdotes e catequistas à Patagônia, confiada pelo Papa ao pastoreio dos Salesianos.
Ao lado das cartas firmadas por Dom Bosco, conservam-se na Biblioteca outras cartas enviadas ao Barão Ricci por sacerdotes estreitos colaboradores do Santo e continuadores da sua missão, como o padre Federico Oreglia, o bem-aventurado padre Filipe Rinaldi, padre Paulo Albera e padre Carlo Cays (no século Conde Cays).