O relatório distingue entre refugiados, ou seja, os que fugiram para um país estrangeiro, e os deslocados internos. Estes últimos são 26 milhões, mas nas estatísticas faltam muitos países nos quais o UNHCR não é operativa, porque as autoridades não lhe pediram atuação. Tanto que um outro relatório, o ‘Internal Displacement Monitoring Centre (IDMC), Centro de monitoramento acerca das deslocações internas, apresentado na última primavera (do Hemisfério Norte), falava de 34 milhões de pessoas. Os refugiados, ao invés, são 13 milhões, mesmo neste caso o número mais elevado dos últimos 20 anos.
Assim, o total das pessoas assistidas pelo UNHCR em meados de 2014 chegou a 46,3 milhões.
Entre os países de proveniência dos refugiados, em primeiro lugar está a Síria (três milhões), que há apenas dois anos sequer estava entre as 30 nações de origem e que agora se vê torturada por uma guerra civil e as violências do estado islâmico. Seguem os 2,7 milhões de refugiados afegãos; depois os Somalis (mais de um milhão); o Sudão (670 mil); o Sudão do Sul (509 mil); a República Democrática do Congo (493 mil); o Mianmar (480 mil); o Iraque (426 mil) e a Colômbia (397 mil).
O fenômeno dos refugiados desencadeia com frequência, efeitos econômicos e sociais, já pesados em países em dificuldade: “Os custos econômicos, sociais e humanos de assistir aos refugiados e deslocados internos é sustentado, sobretudo, por comunidades pobres, aquelas que menos o poderiam fazer”, disse o alto comissário da ONU, António Guterres.
Quanto aos países que acolhem está o Paquistão (mais ou menos 1,6 milhões de refugiados afegãos); o Líbano (1,1 milhão, praticamente um quarto da sua população); o Irã (982 mil), a Turquia (824 mil), a Jordânia (737 mil), a Etiópia (588 mil), o Quênia (537 mil) e o Chade (455 mil).
Ao lado do UNHCR e de outras agências internacionais, também os Salesianos estão ativos em todo o mundo para aliviar os sofrimentos de refugiados e deslocados, fornecendo socorro de base, educação e formação, suporte humano e espiritual. Só para citar algumas dentre as muitas realidades, os filhos de Dom Bosco operam no Centro de refugiados, de Kakuma, Quênia, e em Juba, no Sudão do Sul; acolheram mais de uma vez deslocados e refugiados na República Democrática do Congo, todas as vezes que as situações de emergência político-social o exigiram; e continuam acolhendo na República Centro-Africana, na Turquia, no Líbano, no Paquistão e na mesma Síria; enquanto em vários países ocidentais, como a Alemanha, Itália, Canadá, Áustria e Espanha, ativaram programas para a inserção sociotrabalhista de muitos refugiados.