Nos seus primeiros meses de Turim do ano de 1841, enquanto continua os estudos e a preparação, Dom Bosco reflete sobre a missão que, sente cada vez mais claramente, Deus lhe confiou. Mas a realização do sonho é muito complexa. E hirta de obstáculos. Foi no dia 8 de dezembro de 1841 que Dom Bosco se encontrou com Bartolomeu Garelli e o acolheu: era um rapaz necessitado de educação humana e religiosa. Um jovem que, no decorrer dos anos, se haveria de revelar um protótipo dos tantos outros que seriam atendidos, antes por Dom Bosco, depois por seus Filhos e pela vasta Família Salesiana (FS).
No Boletim Salesiano, edição italiana, de abril de 2013, pode-se ler uma caracterização dos jovens que frequentavam Turim naqueles anos; anos em que Dom Bosco ia percebendo, cada vez mais clara e progressivamente que a sua missão seria entre os mais necessitados do seu tempo: “Os meninos que nesses primeiros tempos frequentavam o nascente oratório eram prevalentemente ‘operários’ e ‘braçais’ que passavam na cidade de Turim somente uma parte do ano: aquela livre das atividades agrícolas, de novembro ao fim de junho. Tratava-se de saboianos, suíços, valdostanos, bielenses, novarenses, lombardos. Esse tipo de jovens, migrantes sazonais, continuará a prevalecer no oratório de Dom Bosco até a metade dos anos cinquenta do século XIX quando a imigração em Turim se estabiliza. Os rapazes se reuniam na sacristia da Igreja de São Francisco de Assis e no pequeno pátio adjacente, para o catecismo e para entreter-se alegremente”. É possível ler este texto no Boletim Salesiano italiano, clicando aqui.
Enfim, nas ‘Memórias do Oratório’, escritas por Dom Bosco, se narra como o trabalho feito com os jovens com precedentes penais (egressos de prisão) abriu uma gama de opções que ainda hoje se torna fonte da missão da FS: “Pude então constatar", escreve, "que os rapazes que saem de lugares de castigo, caso encontrem mão bondosa que deles cuide, os assista aos domingos, procure arranjar-lhes emprego com bons patrões e os visite de quando em quando ao longo da semana, tais rapazes dão-se a uma vida honrada, esquecem o passado, tornam-se bons cristãos e honestos cidadãos”. (MO 122-123).
No ano do bicentenário de nascimento de Dom Bosco, estamos certos, como Família Salesiana, que o encontro do educador turinense com Bartolomeu Garelli se repete cada dia nas diferentes Obras Salesianas pelo mundo afora, onde quer que se busque descobrir, como fez Dom Bosco em seu tempo, de que modo acompanhar os jovens mais pobres e necessitados.
Assim fazendo, a FS continua a realizar, hoje, o sonho de Dom Bosco.
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