Duas Filhas de Maria Auxiliadora (FMA) para as Missões, participaram do evento. Um dos empenhos das missionárias é justamente o de promover uma mentalidade evangélica, capaz de analisar e compreender as dinâmicas e os desafios do fenômeno migratório, em continuação com o Projeto Para uma Casa comum na diversidade dos povos. Trata-se, realmente, de uma ação de cidadania evangélica, na ótica e em continuação com as opções do Capítulo Geral 23 das FMA, recém concluído.
Para uma missionariedade renovada, não se trata somente de ir, mas de acolher. Não apenas sair emigrando, mas também fazer espaço hospedando em casa. Os migrantes pertencem ao nosso cotidiano, estão em nossa cidade, em nossos bairros, estão em nossos ambientes. Onde quer que vamos, os encontramos! E o que encontram eles em nós? Se não chegam a nós, estamos prontas a ir-lhes ao encontro? Somos um Instituto em saída?!.
O objetivo do Congresso foi refletir sobre a situação da migração atual, que marca tão fortemente a sociedade moderna, de discernir e propor à Igreja novas orientações pastorais em âmbito internacional, regional e local. Falou-se da família migrante como fonte de cultura da vida, necessitada de um atento acompanhamento pastoral, para sanar as feridas causadas pelo abandono das próprias raízes e para recuperar o valor do amor. Enfrentou-se a realidade da migração feminina, que já representa quase 50% da população migratória; as mulheres hoje são protagonistas e não se deslocam mais somente para voltar a reunir a família, mas, sempre mais vezes, elas também partem em busca de melhores condições de vida. Foram analisados ainda os problemas e as potencialidades ligadas à migração juvenil; sempre mais jovens se afastam de casa para encontrar trabalho e chegam aos países de acolhimento com todas as suas fragilidades e expectativas.
O Papa Francisco, na audiência aos participantes do VII Congresso Mundial da Pastoral das Migrações, disse: “Infelizmente os migrantes vivem, muitas vezes, situações de desilusão, de desconforto e de solidão e, diria ainda, de marginalização. Com efeito, o trabalhador migrante se encontra tenso entre perder as raízes e integrar-se. É também aí que a Igreja procura ser lugar de esperança: elabora programas de formação e de sensibilização; levanta a voz em defesa dos direitos dos migrantes; oferece assistência, também material, sem exclusões, para que cada um seja tratado como filho de Deus”.
O Congresso foi uma ocasião para perceber proveitos e desafios do fenômeno migratório, dirigindo a atenção para os direitos e identidade dos migrantes, para garantir sua dignidade e promover sinergias, para construir bases sólidas para o futuro.