Mais de 4 mil pessoas já morreram na África ocidental desde o início da pior epidemia do Ebola, da história. “Uma crise sanitária que se tornou uma emergência humanitária, explica o padre Jorge Crisafulli, superior da Inspetoria Salesiana África Ocidental Anglófona. As fronteiras fechadas fazem com que não haja comércio; milhares de pessoas perderam o trabalho; os preços dos alimentos continuam a subir; as escolas estão fechadas; faltam médicos e enfermeiros. Essa é a realidade que vivemos cada dia. A situação fugiu ao controle de todos: dos sistemas sanitários, das autoridades...”.
Os salesianos continuam enfrentando o Ebola na Guiné Conacri, na Libéria e em Serra Leoa: sensibilizando, cuidando dos órfãos, distribuindo comida e produtos sanitários. Essas são algumas das tarefas que se podem fazer no momento. “Mas, sobretudo, continuamos a acompanhar a população. Ficamos a seu lado e o povo nos sente perto”, dizem os religiosos.
Para além da gravidade da epidemia, a Procuradoria Missionária de Madri quer alertar que cerca de 10 mil pessoas morrem por dia de fome no mundo. Por isso, recordando o ‘Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza’, ocorrido em 17 de outubro, a Procuradoria de Madri pede à comunidade internacional que se empenhe mais na luta contra a pobreza e as desigualdades.
Mais de 800 milhões de pessoas vivem em condições de pobreza. Os esforços do mundo podem inverter a crise econômica ou as epidemias como a do Ebola. “Entretanto, à raiz dessa epidemia está na pobreza. E, por isso, é importante sensibilizar acerca do fato que a luta contra a pobreza é a luta para o desenvolvimento global”, afirma Ana Muñoz, porta-voz da Procuradoria Missionária, de Madri.