Iniciando a sua fala o cardeal Rodríguez Maradiaga evocou a situação das crianças, obrigadas a abandonar suas casas na Síria, das impossibilitadas de ir à escola em Gaza, e dos cristãos do Norte do Iraque, cujas casas são marcadas com a inicial da palavra “Nazareno” a fim de que sejam identificadas. Perante tanto mal, “o Ocidente busca construir uma aliança militar e mandar mais caças e ‘drones’ (veículos aéreos remotamente tripulados) à Síria e ao Iraque. Mas a violência nunca é uma resposta. Levará apenas a uma maior ‘inútil carnificina’, como disse o Papa Bento XV a respeito da Grande Guerra de 1914-1918”, afirmou o cardeal. “Para a Confederação das Caritas a primeira tarefa é a humanitária. O desafio é enorme”, disse o prelado salesiano; que constatando as dificuldades de enfrentar as numerosos frentes de emergência com a diminuição dos recursos disponíveis, também acrescentou: “Vários países, incluídos os do Conselho de Segurança das Nações Unidas, estão fornecendo armas e munições para sustentar as guerras e as suas consequências. Muitos daqueles países que reduzem o seu empenho em fornecer ajuda humanitária estão entre os que fornecem o maior número de armas. Parece que não há dinheiro suficiente para ambas as coisas, e as agendas políticas vêm antes das pessoas”.
O cardeal Rodríguez Maradiaga sublinhou a seguir algumas necessidades para uma paz duradoura no Oriente Médio: parar o envio de armas aos países em guerra; fim do bloqueio da Faixa de Gaza pelos israelianos; reconhecimento, por parte de Israel, da Palestina; a volta dos dois países aos limites dos 1967; e, mais, um empenho pela paz no Iraque e nos outros lugares em guerra, que não pretenda ser imposta desde o exterior, mas que se procure cultivar em seu interior.
O cardeal concluiu a sua fala convidando a empenhar-se por buscar a paz também por meio da contínua oração.