“Eis que se nos depara aos olhos a imagem de Domingos Sávio, grácil adolescente, de físico frágil, mas de alma tensa em pura oblação ao amor soberanamente delicado e exigente de Cristo. Em idade deveras tão tenra esperar-se-ia embater em apenas boas e amáveis disposições de espírito; nele se deparam em vez, com estupor, as vias maravilhosas das inspirações da graça, uma adesão constante e sem reservas às coisas do Céu, que a sua Fé percebia com assaz rara intensidade.
À escola do seu Mestre espiritual, o grande Santo Dom Bosco, ele aprendeu como a alegria de servir a Deus e de fazê-lo amar aos outros pode tornar-se um poderoso meio de apostolado. O dia 8 de dezembro de 1854 viu-o elevado em um êxtase de amor para com a Virgem Maria; e pouco depois reunia seus amigos na ‘Companhia da Imaculada’, a fim de avançar em grandes passadas pelo caminho da santidade e evitar até mesmo o mínimo pecado.
Ele incitava seus colegas à piedade, ao bom comportamento, à frequência dos Sacramentos, à récita do Santo Terço, à fuga do mal e das tentações. Sem deixar-se amedrontar por péssimas acolhidas ou respostas insolentes, intervinha com firmeza, mas caridosamente, para chamar ao dever os volúveis e os perversos. Transbordante já nesta vida pela familiaridade e dons do doce Hóspede da alma, muito cedo deixou a terra para receber, com a intercessão da celeste Rainha, o prêmio por seu filial amor”.