Rádio Vaticana: Por ocasião do bicentenário de nascimento do santo turinense, a Congregação quis dedicar um triênio de preparação e aprofundamento. Hoje é inaugurado o terceiro ano. De que se trata?
Padre Filiberto: É um ano que nós chamamos ‘da espiritualidade de Dom Bosco’. O primeiro ano foi o ano ‘da história’, para conhecer e imitar Dom Bosco; para fazer dos jovens a nossa missão como foi a missão de Dom Bosco. No segundo ano tivemos aquilo que para nós, Igreja, é muito específico: a nossa espiritualidade pedagógica. Vimos o Evangelho e apresentamos o Evangelho da alegria como uma ‘pedagogia da bondade’, isto é, fazer presente aos jovens que eles são amados assim como são. Neste ano – o terceiro ano de preparação, temos o ano ‘da espiritualidade’ – queremos caminhar justamente na santidade de Dom Bosco, aquela que ele nos ensinou: fazer tudo e viver para a glória de Deus e a salvação das almas, de modo particular a salvação dos jovens. Em 2014 – em 16 de agosto - terão início as celebrações. Estes três anos, são anos de uma preparação específica em todos os sentidos: história, pedagogia e espiritualidade.
Rádio Vaticana: Há 198 anos do nascimento do fundador, o que fascina um jovem que deseja seguir Cristo neste carisma particular?
Padre Filiberto: Antes de tudo ser ‘amado’: nós salesianos sentimos que os jovens têm necessidade de entender e sentir que são amados e também nós nos sentirmos amados: amados incondicionalmente. Neste mundo nós vemos que este ponto específico – o de ser amado – é um ponto verdadeiramente importante e que eles entenderão muito bem. Segundo ponto, como vocação, é aquele de ser ‘chamado’: se Deus me ama e me chama é porque tem confiança em mim. Deus confia em mim para eu transmitir aos outros; não para ser melhor que os outros, mas para tornar-me ainda melhor, mas junto aos outros. O terceiro ponto é aquele de ser ‘enviado’: isto é, ser missionário junto à Igreja e com a Igreja; missionário dos jovens que vai às periférias onde eles se encontram – periférias da vida - para dizer a eles que Deus os ama. Penso que isto atraia muitíssimo a vocação de um jovem, porque é uma oferta de autenticidade, de amor para com Deus e de Deus para conosco.
Rádio Vaticana: Como os filhos de Dom Bosco estão empenhados hoje em enfrentar os diversos tipos de dificuldades no mundo juvenil e o que diria o santo sobre os jovens de hoje?
Padre Filiberto: Nestas dificuldades, os jovens encontram a falta de um sentido, a falta também de esperança. Neste sentido, o que nos oferece o santo turinense: em primeiro lugar, a alegria da vida. A vida não é uma vida de sofrimento, mas é uma vida verdadeiramente bonita, porque Deus a deu àqueles a quem ama. Para nós, dizer a eles que a vida é o maior e mais belo presente que Deus nos deu, é dizer a eles que a vida tem um sentido e um futuro. O santo turinense, Dom Bosco, oferece a sua proximidade: estar onde eles estão. Para nós, de fato, o critério da vida é estar onde encontram-se os jovens”.