Um projeto da ONG salesiana Bosco Global, apoiado pela Agência de Cooperação para o Desenvolvimento da Extremadura (AEXCID), tem permitido melhorar a vida das comunidades rurais de Cochabamba, Bolívia, segundo critérios de ecossustentabilidade. Trata-se do projeto “Construção de um modelo produtivo, participativo e equitativo, que promove a soberania alimentar nas comunidades rurais de Cochabamba”. A iniciativa foi fundamental para promover o desenvolvimento das comunidades a partir da melhoria da produtividade agropastoril.
A formação e treinamento de promotores agropastoris era uma clara prioridade do projeto, porque também tinha como objetivo alargar o seu campo de ação, permitindo replicar os conhecimentos transmitidos em cada comunidade. Ao mesmo tempo, o projeto também atua no sentido de promover a soberania alimentar, ou seja, a possibilidade de agricultores e criadores controlarem também os mecanismos e políticas de produção e distribuição de alimentos; e a responsabilização e o empoderamento das mulheres.
Os campos de ação do projeto são: cultivo de batatas e vegetais em estufas; manejo e controle de pragas e viveiros em campo aberto para a produção de pinheiros; criação comunitária de suínos e a criação comunitária de peixes, principalmente trutas, em tanques especiais.
Os beneficiários do projeto testemunham: “no curso aprendemos a manejar o cultivo de batatas e quando voltamos compartilhamos este conhecimento com todos na base. Isto é importante para nós: podermos aprender alguma coisa”. “Melhoramos nossa alimentação em relação à antes”, acrescenta outro agricultor. Uma jovem compartilha: “fomos ajudados a cultivar os campos, a construir os tanques de trutas...”. Outro agricultor conta: “no campo sempre vivemos da agricultura. Esta é a nossa vida e agradecemos por tudo isso”.
A utilização de sementes melhoradas na cultura da batata, além do uso correto de fertilizantes e fungicidas, tem permitido obter rendimentos muito superiores ao usual, atingindo a média de 25 toneladas/hectares. Com o uso das sementes tradicionais (não melhoradas) utilizadas anteriormente, a colheita mal chegava a 6 a 12 toneladas/hectares.
Além disso, com a gestão de 2019, a colheita da batata beneficiava 54 famílias, em 2020 já beneficia 91.
Na suinicultura, o projeto envolveu dez famílias beneficiárias de sete comunidades diferentes e suas granjas foram ampliadas e melhoradas. Agora a criação está a todo vapor: das comunidades de Calacalani e Chuchuata, os suínos já estão sendo levados ao centro de Kami para o abate e o processo de transformação de sua carne. Com o rótulo "Embutidos Kami", produtos como presunto tipo serrano, presunto defumado, salame de porco, salame de lhama, chouriço grelhado são comercializados com sucesso também nos mercados de Hipermaxi e Ticti, no norte da cidade de Cochabamba.