Serra Leoa: salesianos promovem atividades para jovens detentos

Quinta, 03 Novembro 2016 11:50 Escrito por  InfoANS
 Há dois anos, a Organização Mundial da Saúde declarou vencida a epidemia do ebola na África Ocidental: a epidemia causou cerca de 4.000 mortos e 14.000 casos de contágio. Hoje, dois anos depois, Serra Leoa caiu no esquecimento. Mais: este país experimentou uma das mais longas e cruéis guerras civis. Entretanto, os Filhos de Dom Bosco sempre optaram por ficar perto da população, perto dos jovens.

 Eles estão, igualmente, sobretudo desde 2001, empenhados na recuperação de centenas de soldados (as) mirins. Ocupam-se, além disso, de crianças que ficaram órfãs por causa do vírus ebola, de meninos (as) de rua e de vítimas de abusos; e já iniciaram atividades com jovens detentos. É este um serviço tipicamente salesiano e dá-se diretamente no cárcere de Pademba Road. Ali infelizmente centenas de adolescentes e jovens compartilham a cela com criminosos adultos de todo tipo. “Ali fomos três salesianos e um leigo”, conta o padre Jorge Crisafulli, SDB.

 

Visitaram “o inferno na terra”, como se chama esse cárcere: projetado para 300 pessoas, ali ‘residem’ 1.876. O ar,  misto de suor, urina, fezes, só podia ser repugnante. Vistoriaram todo o cárcere: celas, cozinha, enfermaria, oficinas, pátios…tudo em ruínas, velho, abandonado. Exceto uma capela católica, feita por um missionário há muitos anos.

 

Agora, todas as sextas-feiras, os salesianos visitam a cadeia: celebram a Eucaristia, rezam, cantam, falam com os adolescentes e os jovens. Ouvem as suas histórias, buscam ajuda legal para resolver seus casos. Os que deixaram o cárcere já têm mais de 30 anos. Muitos deles vivem agora em uma casa especial no âmbito de um programa chamado “Group Home” (casa de grupo). Lá podem ficar e estudar a fim de começar a reconstruir suas vidas.

 

Padre Crisafulli reconta a história de um desses jovens achado no cárcere. Chamava-se ‘John Bosco’. "Lembro que lhe disse: ‘Com esse nome você não deveria estar aqui’. Tinha perdido os pais durante a guerra civil. Decidira ir à Capital em busca de trabalho. Foi detido pela polícia como, acreditem, ‘delinquente potencial’ ”.

 

Hoje o John Bosco está fora da cadeia de Pademba Road. Voltou a sorrir. Suas feridas, internas e externas, graças ao trabalho dos Salesianos, estão em vias  lentas de recuperação.

 

InfoANS

 

 

 

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Última modificação em Quarta, 03 Julho 2024 18:59

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Serra Leoa: salesianos promovem atividades para jovens detentos

Quinta, 03 Novembro 2016 11:50 Escrito por  InfoANS
 Há dois anos, a Organização Mundial da Saúde declarou vencida a epidemia do ebola na África Ocidental: a epidemia causou cerca de 4.000 mortos e 14.000 casos de contágio. Hoje, dois anos depois, Serra Leoa caiu no esquecimento. Mais: este país experimentou uma das mais longas e cruéis guerras civis. Entretanto, os Filhos de Dom Bosco sempre optaram por ficar perto da população, perto dos jovens.

 Eles estão, igualmente, sobretudo desde 2001, empenhados na recuperação de centenas de soldados (as) mirins. Ocupam-se, além disso, de crianças que ficaram órfãs por causa do vírus ebola, de meninos (as) de rua e de vítimas de abusos; e já iniciaram atividades com jovens detentos. É este um serviço tipicamente salesiano e dá-se diretamente no cárcere de Pademba Road. Ali infelizmente centenas de adolescentes e jovens compartilham a cela com criminosos adultos de todo tipo. “Ali fomos três salesianos e um leigo”, conta o padre Jorge Crisafulli, SDB.

 

Visitaram “o inferno na terra”, como se chama esse cárcere: projetado para 300 pessoas, ali ‘residem’ 1.876. O ar,  misto de suor, urina, fezes, só podia ser repugnante. Vistoriaram todo o cárcere: celas, cozinha, enfermaria, oficinas, pátios…tudo em ruínas, velho, abandonado. Exceto uma capela católica, feita por um missionário há muitos anos.

 

Agora, todas as sextas-feiras, os salesianos visitam a cadeia: celebram a Eucaristia, rezam, cantam, falam com os adolescentes e os jovens. Ouvem as suas histórias, buscam ajuda legal para resolver seus casos. Os que deixaram o cárcere já têm mais de 30 anos. Muitos deles vivem agora em uma casa especial no âmbito de um programa chamado “Group Home” (casa de grupo). Lá podem ficar e estudar a fim de começar a reconstruir suas vidas.

 

Padre Crisafulli reconta a história de um desses jovens achado no cárcere. Chamava-se ‘John Bosco’. "Lembro que lhe disse: ‘Com esse nome você não deveria estar aqui’. Tinha perdido os pais durante a guerra civil. Decidira ir à Capital em busca de trabalho. Foi detido pela polícia como, acreditem, ‘delinquente potencial’ ”.

 

Hoje o John Bosco está fora da cadeia de Pademba Road. Voltou a sorrir. Suas feridas, internas e externas, graças ao trabalho dos Salesianos, estão em vias  lentas de recuperação.

 

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