No mês de maio deste ano surgiu um novo cenário que também se constitui uma situação de emergência: começaram a chegar a Tijuana e a outras cidades limítrofes, migrantes procedentes de várias partes do mundo, em sua maioria do Haiti, e ali estão naquela que é a fronteira com o maior movimento de pessoas do mundo! Sua esperança é ser acolhidos pelas autoridades da imigração dos Estados Unidos por meio de um pedido de asilo.
O processo é lento: e são poucos os migrantes recebidos por dia, em relação ao número de pessoas que ali chegam diariamente. No momento estima-me que haja cerca de 8.000 haitianos. Além disso, os dados atualizados em 30 setembro, reportavam que nos limites entre Guatemala e México havia outras 4700 pessoas. Estima-se que do Brasil para o México estejam para chegar, ou pretendam viajar, mais 17.000 pessoas.
A situação ultrapassou a capacidade de Tijuana de absorever essa demanda, cidade já habituada ao trânsito dos migrantes. Hotéis e centros de acolhida estão lotados... A situação agora é a de uma cidade com duplo fluxo migratório: ‘de’ e ‘para’ os EUA.
Os Salesianos estão ali há quase 30 anos, com seis oratórios, uma paróquia, uma escola elementar gratuita e um refeitório – o “Refeitório Salesiano Padre Chava”, que oferece comida, hospitalidade, assistência psicológica e legal, formação ao trabalho, serviços higiênicos, assistência médica, barbeiro e telefone gratuito. Utilizam o refeitório em média 1200 pessoas por dia.
Também os serviços aumentaram em consequência da extraordinária presença de migrantes; e em um dos oratórios salesianos mais um abrigo está sendo preparado para enfrentar a emergência. Entre as pessoas dispostas a colaborar há também empresários de Tijuana, que dão trabalho a quantos decidem continuar ali. No momento, entretanto, a situação é de verdadeira emergência. Os Salesianos, junto de outras instituições, estão na fronteira com a intenção de dedicar-se com generosidade e misericórdia, com a certeza de que Nossa Senhora Auxiliadora indicará um jeito de assistir, como Filhos de Dom Bosco, a tantas pessoas, em geral jovens, que andaram milhares de quilômetros perseguindo um sonho que talvez jamais seja alcançado.