Ele escreveu uma variedade de textos, como hagiografias, textos históricos sobre a Igreja, mas também escritos sobre educação, religião e formação em geral. Existem 1.174 de documentos seus. E não é só isso. Nosso fundador também era jornalista. Em 1877, ele fundou o Boletim Salesiano e trabalhou nele até sua morte.

A lista de suas publicações cresceu de forma constante nos anos seguintes, praticamente até sua morte. Nos 37 volumes das Opere Edite, publicados pela LAS entre 1977 e 1987, há nada menos que 219 títulos, incluindo biografias, textos de história, manuais de oração, textos jurídicos e regulamentos, hagiografias, catecismos e histórias edificantes. A maioria desses escritos ainda é desconhecida pela família espiritual que se originou dele.

Um escritor e editor generoso, com uma visão abrangente da comunicação, mesmo em seu tempo. Criou uma rede formada por um movimento de pessoas - salesianos, leigos, amigos - com um único objetivo: fazer o bem e dar visibilidade ao bem.

Seu processo criativo era notável. De uma ideia, nascia uma carta; de uma carta, um livro; de um livro, uma série editorial, até a criação de uma editora e a publicação do Boletim Salesiano. Em um círculo virtuoso, surgiu do Boletim Salesiano uma rede de relações entre as pessoas.

Sua mente brilhante tinha o superpoder da agregação!

Escreveu, pensando em criar uma rede de leitores. Educou, envolvendo amigos, coirmãos e educadores; de um pequeno grupo nasceu a Congregação Salesiana. Foi o comunicador que seguiu com paixão a dinâmica evangélica da semente que cai em terra boa.

Ele pensava coisas grandiosas!

Dom Bosco escreveu uma canção e queria que um coral a interpretasse. Depois, ele queria uma orquestra. Assim, o oratório foi enriquecido com um teatro e ganhou vida com música, liturgia e jogos em uma rede contínua de ação e envolvimento. 

Cada rede de comunicação partia de um impulso interior: um sonho, uma paixão, um propósito. Seu sistema de comunicação era um verdadeiro caleidoscópio. Um mosaico de cores e desenhos. Cada gesto seu tinha como objetivo envolver os jovens, promovendo seu protagonismo e crescimento para a glória de Deus e graças ao impulso de Maria Auxiliadora.

O Boletim Salesiano de hoje deve ser a expressão de uma revista que ativa uma rede. Deve ser um canal de informação mundial, uma revista para criar vínculos, para mostrar o bem que os Salesianos fazem aos jovens pobres do mundo, para expressar a força e a beleza do amor.

Somos Dom Bosco que se comunica!

Cabe a cada um de nós, em cada inspetoria, ser criativo, corajoso e determinado a fazer do Boletim Salesiano uma revista em rede que expresse a vitalidade e a relevância do carisma salesiano.

A sociedade atual passa por grandes mudanças sociais e culturais e é formada por pessoas que têm um coração que anseia por amar, que buscam significado em suas vidas e acreditam na grandeza da caridade a serviço dos mais pobres.

Como continuar a publicar um Boletim Salesiano relevante e significativo hoje? Como redigir o Boletim Salesiano em uma linguagem nova e atraente que toque a imaginação e o coração das pessoas? Como promover o valor carismático do Boletim Salesiano em nossas inspetorias? Como aumentar a qualidade e o número de publicações do Boletim Salesiano? Como tornar o Boletim Salesiano autossustentável? O que nossa revista deve ser na era da inteligência digital e artificial? Como fazer do Boletim Salesiano uma revista em sintonia com o caminho da Congregação Salesiana e da Igreja?

A partir da realidade cultural de cada inspetoria, devemos continuar a manter um canal que divulgue as obras positivas realizadas pela Família Salesiana no mundo. Para isso, é muito importante renovar em cada inspetoria as linhas educativas, pastorais e econômicas do Boletim e trabalhar em sintonia com o inspetor, o seu conselho, a Pastoral Juvenil, a missão, a formação e a vocação da Família Salesiana.

É essencial continuar a gestão a partir de uma equipe que planeja, realiza e entrega o Boletim a cada obra salesiana, envolvendo os leigos em todos esses processos.

Devemos buscar artigos de qualidade, criatividade na forma de redigir textos com linguagem simples e atraente, apresentar histórias interessantes de experiências concretas, usar imagens com poder evocativo.

Trabalhar em rede significa criar parcerias com nossas editoras, nossas estações de rádio, nossos sítios institucionais, nossas redes sociais, para que o logotipo do Boletim Salesiano seja reconhecido e tenha um valor específico.

O protagonismo juvenil é uma expressão de nossa maneira de educar e evangelizar. Os jovens conhecem a linguagem e a maneira de se comunicar no mundo digital. O Boletim deve ser um espaço para expressar seus sonhos, sua fé e seu compromisso com o mundo atual.

O gerenciamento do Boletim, da criação à distribuição, é fundamental! Precisamos ter coragem e iniciativa para envolver os responsáveis da comunidade, da escola e da paróquia a participarem da divulgação.

Por fim, precisamos criar uma ponte entre as versões impressa e digital e levar seu conteúdo para as redes sociais, de forma atualizada, dinâmica, constante e criativa.

Dom Bosco hoje é cada um de nós!

Temos um Pai, um Fundador, um Santo e um Comunicador.

Neste mundo em transformação, cabe a cada um de nós continuar a importante missão de dar identidade, profissionalismo, qualidade e atualidade ao nosso Boletim. Ao mesmo tempo, é muito importante para todos nós manter sua dimensão carismática e colaborar com o Reitor-mor, Sucessor de Dom Bosco, para que o Boletim continue a ser um canal importante e significativo a serviço da missão salesiana.

Fonte: Padre Gildásio Mendes dos Santos – Conselheiro Geral da Congregação Salesiana