A Semana Santa é a mais importante do ano litúrgico católico, quando se celebram os mistérios da paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Ela acontece entre o Domingo de Ramos e a Páscoa. Conheça a seguir o significado de cada dia da Semana Santa.
Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos celebra a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém, pouco antes de ser traído e sofrer a paixão. A data recebeu este nome porque o povo cortou ramos de árvores para cobrir o chão por onde Jesus passaria. Com isso, os mestres da Lei e sacerdotes da época sentiram a inveja e o medo de perder o poder, iniciando a trama para denunciá-lo e condená-lo.
Segunda-feira Santa
Neste dia, durante a missa, é proclamado o Evangelho segundo São João, que narra a chegada de Jesus a Betânia para fazer a última visita aos amigos: “Ela guardava este perfume para a minha sepultura” (cf. João 12,7). Jesus já havia anunciado que a sua hora havia chegado. A primeira leitura é a do servo sofredor: “Olha o meu servo, sobre quem pus o meu Espírito”, disse Deus por meio de Isaías. A Igreja vê um paralelo entre o servo de Javé cantado pelo profeta Isaías e Cristo.
Terça-feira Santa
No Evangelho deste dia, há uma antecipação da Quinta-feira Santa. Jesus anuncia a traição de Judas e as fraquezas de Pedro. “Jesus insiste: ‘Agora é glorificado o Filho do homem e Deus é glorificado nele’”. A primeira leitura é o segundo canto do servo de Javé; nesse canto, descreve-se a missão de Jesus. Deus o destinou a ser “luz das nações, para que a salvação alcance até os confins da terra”. O Salmo é o 70: “Minha boca cantará Teu auxílio”.
Quarta-feira Santa
Em muitas paróquias, especialmente no interior do país, realiza-se a “Procissão do Encontro” na Quarta-feira Santa. Os homens saem de uma igreja ou local determinado com a imagem de Nosso Senhor dos Passos; as mulheres saem de outro ponto com Nossa Senhora das Dores. Acontece, então, o doloroso encontro entre a Mãe e o Filho. O padre proclama o célebre “Sermão das Sete Palavras”, fazendo uma reflexão, que chama os fiéis à conversão e à penitência.
Quinta-feira Santa
Uma das cerimônias litúrgicas da Quinta-feira Santa é a bênção dos santos óleos usados durante todo o ano pelas paróquias. São três os óleos abençoados nesta celebração: do Crisma, dos Catecúmenos e dos Enfermos. É um momento de reafirmar o compromisso de servir a Jesus Cristo.
O Lava-pés também é realizado durante a celebração da Quinta-feira Santa. Jesus, ao lavar os pés dos discípulos, demonstra seu amor por cada um e mostra a todos que a humildade e o serviço são o centro de sua mensagem. O rito do lava-pés não é uma encenação dentro da missa, mas um gesto litúrgico que repete o mesmo gesto de Jesus.
Com a Santa Missa da Ceia do Senhor, celebrada na tarde ou na noite da Quinta-feira Santa, a Igreja dá início ao chamado Tríduo Pascal e faz memória da Última Ceia, quando Jesus, na noite em que foi traído, ofereceu ao Pai o seu Corpo e Sangue sob as espécies do Pão e do Vinho, e os entregou aos apóstolos para que os tomassem, mandando-os também oferecer aos seus sucessores. A palavra “Eucaristia” provém de duas palavras gregas “eu-cháris”, que significa “ação de graças”, e designa a presença real e substancial de Jesus Cristo sob as aparências de Pão e Vinho.
Sexta-feira Santa
Com a Paixão de Jesus, segundo o Evangelho de João, contemplamos o mistério do Crucificado, com o coração do discípulo Amado, da Mãe, do soldado que o transpassou o lado. Há um ato simbólico muito expressivo e próprio deste dia: a veneração da santa cruz, momento em que esta é apresentada solenemente à comunidade.
Ao longo da Quaresma, e em especial na Sexta-feira Santa, muitos fiéis realizam a Via-Sacra como uma forma de meditar o caminho doloroso que Jesus percorreu até a crucifixão e morte na cruz. Em muitas paróquias e comunidades é realizada a encenação da Paixão, da Morte e da Ressurreição de Jesus Cristo por meio da meditação das 14 estações da Via-Crucis.
Sábado Santo
Cristo está no sepulcro, desceu à mansão dos mortos, ao mais profundo que pode ir uma pessoa. O próprio Jesus está calado.
Durante o Sábado Santo, a Igreja permanece junto ao sepulcro do Senhor, meditando sua Paixão e Morte. A celebração da Vigília Pascal acontece no sábado à noite. É uma vigília em honra ao Senhor, de maneira que os fiéis, seguindo a exortação do Evangelho (cf. Lc 12,35-36), tenham acesas as lâmpadas, como os que aguardam seu senhor chegar, para que ele os encontre em vigília e os convide a sentar à sua mesa.
Fora da Igreja, prepara-se a fogueira. Estando o povo reunido em volta dela, o sacerdote realiza a Bênção do Fogo. Em seguida, o Círio Pascal é apresentado ao sacerdote, que faz nele o sinal da cruz.
Na Procissão do Círio Pascal, as luzes da igreja devem permanecer apagadas. O diácono toma o Círio e o ergue, por algum tempo, proclamando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem: “Demos graças a Deus!”. Os fiéis acendem suas velas no fogo do Círio Pascal e entram na igreja. O Círio, que representa o Cristo Ressuscitado, a luz que nos guia pelas trevas e nos indica o caminho à terra prometida, avança em procissão.
O povo permanece em pé com as velas acesas. O presidente da celebração incensa o Círio Pascal. Em seguida, a Páscoa é proclamada. Esse hino de louvor, em primeiro lugar, anuncia a todos a alegria da Páscoa, que procede da vitória de Cristo sobre as trevas. Terminada a proclamação, apagam-se as velas.
Domingo da Ressurreição
Este é o dia santo mais importante da religião cristã. Depois de morrer crucificado, o corpo de Jesus foi sepultado, ali permaneceu até a ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. Do hebreu “Peseach”, Páscoa significa a passagem da escravidão para a liberdade. Quando dizemos “Cristo vive” não estamos usando um modo de falar, como pensam alguns, para dizer que vive somente em nossa lembrança.
Fonte: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB e Jovens Conectados