A promessa de uma Ave-Maria

Quarta, 20 Mai 2020 13:34 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
No mês de maio de 1861, Dom Bosco foi convidado a pregar um retiro no Seminário Episcopal de Bérgamo (Itália). Cativou a todos os clérigos não só pelo vigor da pregação, mas também pela familiaridade com que tratava os seminaristas… se o reitor tivesse permitido, todos aqueles jovens teriam partido com Dom Bosco para o Oratório de Turim. Foi indescritível o fruto que operou.  

Deste retiro, tem-se memória através de uma carta escrita em 1891 por um sacerdote jesuíta que dele participou.

 

Mui Reverendo Senhor,

 

Sinto-me muito satisfeito em poder levar também meu pequeno contributo de estima e de grato afeto à santa memória de Dom Bosco. Conto-lhe um fato que presumo não seja inútil para quem tiver a ventura de escrever a vida dele…

 

Em uma de suas meditações nos disse mais ou menos o seguinte: “Numa certa ocasião pedi a Nossa Senhora a graça de poder ter perto de mim no paraíso alguns milhares de jovens (acho que ele disse também o número dos milhares de jovens, mas eu não lembro). E Maria Santíssima me prometeu. Se vocês também quiserem pertencer a este número, eu ficaria muito satisfeito em inscrevê-los, contanto que assumam o compromisso de, todo dia, pelo resto da vida, rezar uma Ave-Maria possivelmente durante a missa, ainda melhor, na hora da consagração”.

 

Não sei que importância os outros deram a esta proposta. De minha parte eu topei com alegria, e isso pela grande estima que naqueles dias eu criei para com Dom Bosco. Não esqueci nem um dia… de rezar a Ave-Maria segundo aquela intenção. Com o correr dos anos veio-me uma dúvida que resolvi depois com o próprio Dom Bosco...

 

Na noite do dia 3 de janeiro de 1882 eu passava por Turim indo para Chieri para entrar no Noviciado da Companhia de Jesus. Consegui falar com Dom Bosco. Acolheu-me com muita bondade. Disse-lhe que estava para entrar no noviciado da Companhia. Ele falou: - Oh! Como me alegro com isso! Quando ouço que alguém entra na Companhia de Jesus sinto tão grande satisfação como se entrasse entre os meus Salesianos.

 

Depois eu lhe disse: - Se permitir, eu gostaria de pedir-lhe um esclarecimento... O senhor se lembra de quando veio ao Seminário de Bergamo pregar os exercícios espirituais? - Sim, lembro! - Lembra-se de ter falado de uma graça pedida a Nossa Senhora etc.? - Sim! Lembro! - Lembrei aquelas palavras, o pacto etc.. - Sim! Lembro! - Pois bem! Aquela Ave-Maria eu sempre a recitei, recitá-la-ei por toda a vida... mas... o senhor falou de milhares de jovens. Por acaso eu estou nessa multidão? Tenho medo de ficar fora do número...

 

E Dom Bosco com toda segurança: - Continue a rezar aquela Ave-Maria e nos encontraremos juntos no paraíso. - Recebi a santa bênção e beijei-lhe a mão com afeto. Despedi-me imensamente feliz com a doce certeza de que um dia encontrar-me-ia com ele no céu.

 

…. Saiba que eu estou prontíssimo a confirmar o conteúdo, mesmo sob juramento.

  1. Estêvão Scaini, SJ. - Lonello, 4 de março de 1891.

 

Pode ser que você já tenha ouvido alguém da Família Salesiana falar dessa Ave-Maria no momento da consagração durante a celebração da Eucaristia… Ela já entrou em nossa espiritualidade. Neste mês dedicado a Maria Auxiliadora, vale a pena essa lembrança, essa prática. As intenções devem ir além do desejo de fazer parte dos “milhares de jovens” com Dom Bosco lá no céu. Por exemplo: é a hora de pedir o que preciso melhorar para chegar lá, graça que mais necessito para ser um cristão e um cidadão melhor. É a hora de pedir o que precisamos à Mãe do céu justamente no momento em que seu Filho vem a nós nas duas mesas: do pão da Palavra e do pão da Eucaristia! A Ele, por ela! A Jesus por Maria Auxiliadora, a mulher dos tempos difíceis!

Feliz mês mariano para todos nós!

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

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A promessa de uma Ave-Maria

Quarta, 20 Mai 2020 13:34 Escrito por  Pe. Osmar A. Bezutte, SDB
No mês de maio de 1861, Dom Bosco foi convidado a pregar um retiro no Seminário Episcopal de Bérgamo (Itália). Cativou a todos os clérigos não só pelo vigor da pregação, mas também pela familiaridade com que tratava os seminaristas… se o reitor tivesse permitido, todos aqueles jovens teriam partido com Dom Bosco para o Oratório de Turim. Foi indescritível o fruto que operou.  

Deste retiro, tem-se memória através de uma carta escrita em 1891 por um sacerdote jesuíta que dele participou.

 

Mui Reverendo Senhor,

 

Sinto-me muito satisfeito em poder levar também meu pequeno contributo de estima e de grato afeto à santa memória de Dom Bosco. Conto-lhe um fato que presumo não seja inútil para quem tiver a ventura de escrever a vida dele…

 

Em uma de suas meditações nos disse mais ou menos o seguinte: “Numa certa ocasião pedi a Nossa Senhora a graça de poder ter perto de mim no paraíso alguns milhares de jovens (acho que ele disse também o número dos milhares de jovens, mas eu não lembro). E Maria Santíssima me prometeu. Se vocês também quiserem pertencer a este número, eu ficaria muito satisfeito em inscrevê-los, contanto que assumam o compromisso de, todo dia, pelo resto da vida, rezar uma Ave-Maria possivelmente durante a missa, ainda melhor, na hora da consagração”.

 

Não sei que importância os outros deram a esta proposta. De minha parte eu topei com alegria, e isso pela grande estima que naqueles dias eu criei para com Dom Bosco. Não esqueci nem um dia… de rezar a Ave-Maria segundo aquela intenção. Com o correr dos anos veio-me uma dúvida que resolvi depois com o próprio Dom Bosco...

 

Na noite do dia 3 de janeiro de 1882 eu passava por Turim indo para Chieri para entrar no Noviciado da Companhia de Jesus. Consegui falar com Dom Bosco. Acolheu-me com muita bondade. Disse-lhe que estava para entrar no noviciado da Companhia. Ele falou: - Oh! Como me alegro com isso! Quando ouço que alguém entra na Companhia de Jesus sinto tão grande satisfação como se entrasse entre os meus Salesianos.

 

Depois eu lhe disse: - Se permitir, eu gostaria de pedir-lhe um esclarecimento... O senhor se lembra de quando veio ao Seminário de Bergamo pregar os exercícios espirituais? - Sim, lembro! - Lembra-se de ter falado de uma graça pedida a Nossa Senhora etc.? - Sim! Lembro! - Lembrei aquelas palavras, o pacto etc.. - Sim! Lembro! - Pois bem! Aquela Ave-Maria eu sempre a recitei, recitá-la-ei por toda a vida... mas... o senhor falou de milhares de jovens. Por acaso eu estou nessa multidão? Tenho medo de ficar fora do número...

 

E Dom Bosco com toda segurança: - Continue a rezar aquela Ave-Maria e nos encontraremos juntos no paraíso. - Recebi a santa bênção e beijei-lhe a mão com afeto. Despedi-me imensamente feliz com a doce certeza de que um dia encontrar-me-ia com ele no céu.

 

…. Saiba que eu estou prontíssimo a confirmar o conteúdo, mesmo sob juramento.

  1. Estêvão Scaini, SJ. - Lonello, 4 de março de 1891.

 

Pode ser que você já tenha ouvido alguém da Família Salesiana falar dessa Ave-Maria no momento da consagração durante a celebração da Eucaristia… Ela já entrou em nossa espiritualidade. Neste mês dedicado a Maria Auxiliadora, vale a pena essa lembrança, essa prática. As intenções devem ir além do desejo de fazer parte dos “milhares de jovens” com Dom Bosco lá no céu. Por exemplo: é a hora de pedir o que preciso melhorar para chegar lá, graça que mais necessito para ser um cristão e um cidadão melhor. É a hora de pedir o que precisamos à Mãe do céu justamente no momento em que seu Filho vem a nós nas duas mesas: do pão da Palavra e do pão da Eucaristia! A Ele, por ela! A Jesus por Maria Auxiliadora, a mulher dos tempos difíceis!

Feliz mês mariano para todos nós!

Padre Osmar A. Bezutte, SDB, é revisor da nova tradução das Memórias Biográficas de São João Bosco (Editora Edebê).

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