Há mais de um ano, a República Democrática do Congo luta contra uma nova epidemia de ebola. Desde o dia 1° de agosto de 2018, mais de 2.700 pessoas foram diagnosticadas com o vírus e mais de 1.800 morreram. Apesar do incansável trabalho e divulgação sobre as formas de controle da epidemia das autoridades e agentes de saúde, a população ainda não se conscientizou das verdadeiras consequências dessa doença.
"O primeiro caso de ebola foi confirmado no dia 18 de julho, em Goma, uma das cidades mais populosas da República Democrática do Congo, acionando imediatamente o alarme", explicam os missionários salesianos que trabalham na cidade. A vítima tinha 46 anos e, desde então, já foram confirmados outros sete casos positivos da doença (em Goma). Mesmo assim, a rotina da cidade continua a mesma.
"Apesar dos esforços do Ministério da Saúde e das medidas preventivas em vigor, a população não respeita as diretrizes e não acredita no que está acontecendo", afirmam os salesianos. Os missionários avisam: "Eles não acreditam nos alertas dados pelos agentes da área de saúde e não praticam as medidas preventivas que lhes são propostas".
No Centro juvenil ‘Don Bosco Ngangi’ e na escola técnica na qual os salesianos trabalham, os responsáveis conferem diariamente se as crianças e os jovens estão bem. "Também nos preocupamos com o que acontece no lado de fora de nossas portas. Todos nós temos algum contato com as pessoas da cidade, por meio das crianças e jovens, de suas famílias, funcionários... Não podemos garantir que eles estejam aplicando as medidas de prevenção. Em alguns casos a ameaça está no fato de que as pessoas não querem acreditar no perigo; em outros, no fato de que, na família, todos usam o mesmo sabão e a mesma banheira ou porque não têm dinheiro para comprar desinfetantes", concluem.
O vírus ebola se espalhou amplamente na província de Kivu do Norte e Ituri, onde já está fora de controle: foram registradas 2.850 vítimas e 1.913 mortes por esse vírus. As autoridades do país confirmaram que, em Mwenga, na província de Kivu do Sul, os exames de uma mãe e de seu filho de sete meses deram positivo para o vírus, o que suscita preocupações sobre o risco de expansão internacional, devido à proximidade de países como Ruanda, Burundi e Tanzânia. Esta foi considerada a epidemia do ebola mais letal deste país africano e a segunda mais letal do mundo.
Visto que em setembro as portas dos centros de educação são reabertas para centenas de crianças e jovens, o receio nos centros salesianos de Goma é grande!