As MB representam, para os Salesianos, uma fonte fundamental sobre Dom Bosco: nelas é possível ler suas palavras, seus escritos, seus documentos. Sem dúvida, os esboços, elaborados por grandes escritores como padre Eugenio Ceria, SDB, assumem um prestígio de obras-mestras, que merecem ser estudadas ainda hoje.
Como foram encontrados esses originais? O padre Natale Vitali, conselheiro regional para a América Cone Sul, conta: "Durante a Visita Extraordinária à Inspetoria da Argentina Sul, visitei a casa de Fortín Mercedes onde, por muitos anos, trabalhou o padre Juan Vecchi, oitavo sucessor de Dom Bosco. A casa tem um santuário dedicado a Maria Auxiliadora, onde os restos mortais do Beato Zeferino Namuncurá repousaram por muitos anos. Esta presença era constituída por uma escola, uma casa de retiro e um museu. Hoje é uma casa salesiana sem a presença de uma comunidade religiosa".
Foi durante a visita à biblioteca da casa que encontraram o tesouro escondido: o volume XVII das Memórias Biográficas, editado pelo padre Ceria. Trata-se de dois cadernos que foram doados pelo autor ao padre Giuseppe Parolini, SDB, nascido em Lanzada, província de Sondrio, Itália, em 1905 e missionário italiano na Patagônia. Na primeira página, pode-se ler uma dedicatória escrita de próprio punho pelo padre Ceria: "Para o padre Parolini: quando eu morrer, reze por mim".
"Depois de consultar o padre Francesco Motto, do Instituto Histórico Salesiano", conta o padre Vitali, "soube que estes eram os originais que faltavam no Arquivo Central Salesiano de Roma. O arquivo de Bahia Blanca fez uma cópia e eu pude trazer os dois cadernos comigo de volta a Roma".
Com a morte do padre João Batista Lemoyne, SDB, autor dos primeiros dez volumes das MB, o Reitor-mor na época, beato Filippo Rinaldi, decidiu dar a continuidade da obra histórico-cronológica ao padre Ceria, um escritor "com um estilo leve e de fácil leitura", comenta o padre Lenti.
Fonte: ANS