Sínodo, Instrumentum Laboris: uma Igreja em missão com o compromisso de todos

Terça, 09 Julho 2024 14:45 Escrito por  Isabella Piro – Vatican News
Sínodo, Instrumentum Laboris: uma Igreja em missão com o compromisso de todos Sínodo dos Bispos Vatican Media
Foi publicado o texto-base que orientará os trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, programada de 2 a 27 de outubro. O documento está em continuidade com todo o processo sinodal iniciado em 2021 e apresenta propostas para uma Igreja cada vez mais "sinodal em missão", mais próxima do povo e na qual todos os batizados participam de sua vida. Entre os pontos de reflexão estão a valorização da mulher e a necessidade de transparência e prestação de contas

 

Como ser Igreja sinodal missionária? Esta é a pergunta básica da qual parte o Instrumentum laboris (IL) da próxima sessão do Sínodo dos Bispos, programada de 2 a 27 de outubro, a segunda da XVI Assembleia Geral Ordinária, depois da de 2023. O IL - publicado esta terça-feira, 9 de julho, e apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé - não oferece nenhuma "resposta pré-fabricada", mas sim "indicações e propostas" sobre como a Igreja, como um todo, pode responder "à necessidade de ser 'sinodal em missão'", ou seja, uma Igreja mais próxima das pessoas, menos burocrática, que seja casa e família de Deus, na qual todos os batizados sejam corresponsáveis e participem de sua vida na distinção de seus diferentes ministérios e papéis.

 

As cinco partes do documento

O documento está estruturado em cinco seções: introdução, fundamentos e três partes centrais. A introdução relembra o caminho percorrido até agora e destaca as metas já alcançadas, como o uso generalizado da metodologia sinodal da Conversação do Espírito. Seguem-se os fundamentos (n. 1-18), que se concentram na compreensão da sinodalidade, vista como um caminho de conversão e de reforma. Em um mundo marcado por divisões e conflitos, enfatiza-se, a Igreja é chamada a ser sinal de unidade, instrumento de reconciliação e de escuta para todos, especialmente para os pobres, os marginalizados e as minorias afastadas do poder.

 

Valorização das mulheres na Igreja

Os Fundamentos também dão amplo espaço (n.13-18) à reflexão sobre o papel das mulheres em todas as áreas da vida da Igreja, destacando "a necessidade de dar um reconhecimento mais pleno" aos seus carismas e vocação. "Deus escolheu certas mulheres para serem as primeiras testemunhas e anunciadoras da ressurreição", lembra o IL; elas, portanto, "em virtude do Batismo, estão em uma condição de plena igualdade, recebem a mesma efusão de dons do Espírito e são chamadas ao serviço da missão de Cristo".

 

Parte I - Relações com Deus, entre irmãos e entre as Igrejas

Após a introdução e os fundamentos, o IL se detém nas relações (n. 22-50) que permitem que a Igreja seja sinodal na missão, ou seja, as relações com Deus Pai, entre irmãos e irmãs e entre as Igrejas. Os carismas, ministérios e ministérios ordenados são, portanto, essenciais em um mundo e para um mundo que, em meio a tantas contradições, está em busca de justiça, paz e esperança. Das Igrejas locais, emerge também a voz dos jovens que clamam por uma Igreja não de estruturas, nem de burocracia, mas fundada em relações que suscitam e vivem em dinâmicas e caminhos. Nessa perspectiva, a Assembleia de outubro poderá analisar a proposta de dar vida a novos ministérios, como o da "escuta e do acompanhamento".

 

Parte II - Percursos formativos e discernimento comunitário

Essas relações devem, então, ser desenvolvidas de maneira cristã ao longo de percursos (n. 51-79) de formação e de "discernimento comunitário", o que permite que as Igrejas tomem decisões apropriadas, articulando a responsabilidade e a participação de todos. "O entrelaçamento de gerações é uma escola de sinodalidade", afirma o IL. "Todos, os fracos e os fortes, as crianças, os jovens e os idosos, têm muito a receber e muito a dar" (n. 55).

 

Parte III - Os lugares do diálogo ecumênico e inter-religioso

O IL analisa, em seguida, os lugares (n. 80-108) onde as relações e os percursos tomam forma. Lugares que devem ser entendidos como contextos concretos, caracterizados por culturas e dinamismos da condição humana. Convidando a superar uma visão estática das experiências eclesiais, o documento de trabalho reconhece a sua pluralidade, que permite à Igreja - una e universal - viver em uma circularidade dinâmica "nos lugares e a partir dos lugares". E é nesse horizonte que se inserem os grandes temas do diálogo ecumênico, inter-religioso e com as culturas. Nesse contexto, insere-se também a busca de formas de exercício do ministério petrino abertas à "nova situação" do caminho ecumênico (n. 102 e 107).

 

Peregrinos da esperança

Em seguida, o Instrumentum laboris conclui-se com um convite para prosseguir o caminho como "peregrinos da esperança", também na perspectiva do Jubileu de 2025 (nº 112).

Fonte: Vatican News

 

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Sínodo, Instrumentum Laboris: uma Igreja em missão com o compromisso de todos

Terça, 09 Julho 2024 14:45 Escrito por  Isabella Piro – Vatican News
Sínodo, Instrumentum Laboris: uma Igreja em missão com o compromisso de todos Sínodo dos Bispos Vatican Media
Foi publicado o texto-base que orientará os trabalhos da segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária, programada de 2 a 27 de outubro. O documento está em continuidade com todo o processo sinodal iniciado em 2021 e apresenta propostas para uma Igreja cada vez mais "sinodal em missão", mais próxima do povo e na qual todos os batizados participam de sua vida. Entre os pontos de reflexão estão a valorização da mulher e a necessidade de transparência e prestação de contas

 

Como ser Igreja sinodal missionária? Esta é a pergunta básica da qual parte o Instrumentum laboris (IL) da próxima sessão do Sínodo dos Bispos, programada de 2 a 27 de outubro, a segunda da XVI Assembleia Geral Ordinária, depois da de 2023. O IL - publicado esta terça-feira, 9 de julho, e apresentado na Sala de Imprensa da Santa Sé - não oferece nenhuma "resposta pré-fabricada", mas sim "indicações e propostas" sobre como a Igreja, como um todo, pode responder "à necessidade de ser 'sinodal em missão'", ou seja, uma Igreja mais próxima das pessoas, menos burocrática, que seja casa e família de Deus, na qual todos os batizados sejam corresponsáveis e participem de sua vida na distinção de seus diferentes ministérios e papéis.

 

As cinco partes do documento

O documento está estruturado em cinco seções: introdução, fundamentos e três partes centrais. A introdução relembra o caminho percorrido até agora e destaca as metas já alcançadas, como o uso generalizado da metodologia sinodal da Conversação do Espírito. Seguem-se os fundamentos (n. 1-18), que se concentram na compreensão da sinodalidade, vista como um caminho de conversão e de reforma. Em um mundo marcado por divisões e conflitos, enfatiza-se, a Igreja é chamada a ser sinal de unidade, instrumento de reconciliação e de escuta para todos, especialmente para os pobres, os marginalizados e as minorias afastadas do poder.

 

Valorização das mulheres na Igreja

Os Fundamentos também dão amplo espaço (n.13-18) à reflexão sobre o papel das mulheres em todas as áreas da vida da Igreja, destacando "a necessidade de dar um reconhecimento mais pleno" aos seus carismas e vocação. "Deus escolheu certas mulheres para serem as primeiras testemunhas e anunciadoras da ressurreição", lembra o IL; elas, portanto, "em virtude do Batismo, estão em uma condição de plena igualdade, recebem a mesma efusão de dons do Espírito e são chamadas ao serviço da missão de Cristo".

 

Parte I - Relações com Deus, entre irmãos e entre as Igrejas

Após a introdução e os fundamentos, o IL se detém nas relações (n. 22-50) que permitem que a Igreja seja sinodal na missão, ou seja, as relações com Deus Pai, entre irmãos e irmãs e entre as Igrejas. Os carismas, ministérios e ministérios ordenados são, portanto, essenciais em um mundo e para um mundo que, em meio a tantas contradições, está em busca de justiça, paz e esperança. Das Igrejas locais, emerge também a voz dos jovens que clamam por uma Igreja não de estruturas, nem de burocracia, mas fundada em relações que suscitam e vivem em dinâmicas e caminhos. Nessa perspectiva, a Assembleia de outubro poderá analisar a proposta de dar vida a novos ministérios, como o da "escuta e do acompanhamento".

 

Parte II - Percursos formativos e discernimento comunitário

Essas relações devem, então, ser desenvolvidas de maneira cristã ao longo de percursos (n. 51-79) de formação e de "discernimento comunitário", o que permite que as Igrejas tomem decisões apropriadas, articulando a responsabilidade e a participação de todos. "O entrelaçamento de gerações é uma escola de sinodalidade", afirma o IL. "Todos, os fracos e os fortes, as crianças, os jovens e os idosos, têm muito a receber e muito a dar" (n. 55).

 

Parte III - Os lugares do diálogo ecumênico e inter-religioso

O IL analisa, em seguida, os lugares (n. 80-108) onde as relações e os percursos tomam forma. Lugares que devem ser entendidos como contextos concretos, caracterizados por culturas e dinamismos da condição humana. Convidando a superar uma visão estática das experiências eclesiais, o documento de trabalho reconhece a sua pluralidade, que permite à Igreja - una e universal - viver em uma circularidade dinâmica "nos lugares e a partir dos lugares". E é nesse horizonte que se inserem os grandes temas do diálogo ecumênico, inter-religioso e com as culturas. Nesse contexto, insere-se também a busca de formas de exercício do ministério petrino abertas à "nova situação" do caminho ecumênico (n. 102 e 107).

 

Peregrinos da esperança

Em seguida, o Instrumentum laboris conclui-se com um convite para prosseguir o caminho como "peregrinos da esperança", também na perspectiva do Jubileu de 2025 (nº 112).

Fonte: Vatican News

 

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