Depois de benzido, o relicário foi levado em procissão e colocado no altar de Maria Auxiliadora, na Igreja do Clarisseum, onde o jovem irmão viveu grande parte da sua vida religiosa a serviço dos jovens, como mestre de Artes Gráficas e como educador querido e estimado pelos coirmãos e pelos jovens.
O relicário é uma obra de arte, projetada e realizada pelo ourives e restaurador János Szabó, cuja família na época estava em contato com os Salesianos e que, desde criança, frequentou o Oratório Festivo de Óbuda.
O relicário guarda alguns ossos do beato, achados e identificados, graças a buscas e pesquisas históricas e aos exames científicos feitos nos anos 2018-2019. Como era procedimento durante o regime comunista, as vítimas, depois de condenadas em processos-farsa e justiçadas, faziam-se desaparecer e sepultar sem qualquer sinal de identificação.
O relicário é feito em cobre e aço inoxidável, envolvido numa tela metálica com alojamento em vidro arredondado. Na frente, vê-se Estêvão Sándor lendo o ‘Boletim Salesiano’, para lembrar como foi que conheceu Dom Bosco e o mundo salesiano, além de recordar a sua missão educativa na área da imprensa como mestre de Artes Gráficas.
Atrás, o beato é representado junto com dois coirmãos salesianos: o padre László Ádám (1892-1977), que era o inspetor salesiano no seu tempo e que foi seu companheiro de prisão; e por Tibor Dániel (1925-1956), jovem clérigo salesiano, colega de Estêvão no período da clandestinidade, na hora da prova, e que morreria em consequência das torturas e dos espancamentos suportados no período da detenção. Ambos com a mão nos ombros do Mártir como sinal de comunhão fraterna no carisma salesiano e na hora da perseguição.
Desde o céu, Dom Bosco estende, sobre todos, seus braços, abençoando. Como pano de fundo, o edifício do Clarisseum, naquele tempo sede inspetorial dos Salesianos, na Hungria.
Nos lados, representa-se a cruz da profissão do salesiano, com o Bom Pastor e com o lema salesiano “Procure fazer-se amar”. Simbolicamente, a cruz rompe as grades do cárcere, grades que se enquadram nos símbolos do regime comunista ateu, que prendeu, torturou, injustamente, condenou e matou Estêvão Sándor e, como a ele, inúmeras vítimas do regime ditatorial.
A Cruz derrota e vence todas as formas de mal, e todas as ideologias e sistemas que combatem Cristo, a Igreja e a dignidade da pessoa humana.
Nos ângulos laterais se representam algumas páginas reproduzindo artigos das Constituições Salesianas, indicando como o jovem mártir viveu com radicalidade a sequela de Jesus, no espírito de Dom Bosco, até à doação suprema da vida, confirmando quanto afirmam essas mesmas Constituições: ‘quando um salesiano morrer trabalhando pelas almas, a Congregação terá alcançado um grande triunfo’ (V. art. 54).
Na cobertura superior reproduz-se parte da frase pronunciada pelo cardeal Angelo Amato por ocasião da beatificação de Estêvão Sándor, em Budapeste, no dia 19 de outubro de 2013: “Os mártires se acendem como estrelas, nos céus escuros da maldade humana, para iluminar os caminhos do amor, da compreensão e do respeito mútuo”.
A memória litúrgica do beato Estêvão Sándor, mártir, ocorre no dia 8 de junho.