A família nunca sai de moda

Quarta, 08 Fevereiro 2017 16:07 Escrito por 
A família nunca sai de moda O Reitor-mor em visita à Índia
Nesse campo, todos temos uma “bússola do coração” que não falha: a nossa experiência pessoal. A família foi o ninho em que nos sentimos amados, acolhidos, protegidos e sustentados enquanto não tínhamos condições de voar com as nossas asas. 

Meus caros leitores do Boletim Salesiano, amigos e amigas de Dom Bosco e das suas obras em todo o mundo e caríssima Família Salesiana, eu os saúdo com todo o afeto do meu coração e ainda com votos de que o Senhor nos conceda que 2017 seja repleto de graça e de bênçãos.

Fiel à tradição de Dom Bosco, uma vez mais ofereço um belo Lema para todo este ano recentemente iniciado. Em sintonia com a Exortação Apostólica Amoris Laetitia do Papa Francisco, tem como tema a família, todas as famílias do mundo, com o título: “Somos Família! Cada casa uma escola de Vida e de Amor”. Precisamente este título e tudo o que escrevi como comentário à Estreia permite-me fazer essa reflexão de que, com toda a sinceridade, insisto em que as famílias nunca saem de moda: são sempre atuais, sempre vitais e essenciais para a vida das pessoas. Mudam os tempos e as culturas, mas, como todos os estudos e investigações evidenciam, essa verdade permanece incontestável.

 

Berço da vida

Nesse campo, todos temos uma “bússola do coração” que não falha: a nossa experiência pessoal. Cada um de nós deve reconhecer que, para além das limitações e dos possíveis defeitos, a nossa família de “carne e osso”, não obstante as inevitáveis imperfeições, é a realidade mais importante e mais bela da nossa vida. A vocação laical de muitos de vocês nasceu do calor e da satisfação da própria experiência familiar.

Foi o verdadeiro berço da vida, o ninho em que nos sentimos amados, acolhidos, protegidos e sustentados enquanto não tínhamos condições de voar com as nossas asas.

Na nossa família aprendemos o alfabeto do amor, a força prodigiosa dos laços e dos afetos. É esse o oásis em que podemos reencontrar serenidade, satisfação e harmonia pessoal.

 

Assim como nós

Ao escrever a carta à Família Salesiana do mundo, senti uma alegria encantadora e emocionante ao meditar que também o Filho de Deus, Jesus de Nazaré, teve uma mãe escolhida por Deus e uma família que O amou e acolheu, uma família na qual viveu fazendo experiência, precisamente como nós. Nos trinta anos de Nazaré, Jesus aprendeu a ser homem.

E pensei em Dom Bosco. Ele mesmo nos contou o que significa perder o pai aos dois anos e ser órfão, mas que grande dom pode ser o ter uma família com uma mãe excecional, como Mamãe Margarida.

Pensei em Maria Domingas Mazzarello (Main), menina feliz e adolescente num contexto religioso e rural tão semelhante ao de Dom Bosco, mas com a alegria de crescer serenamente sempre na sua aldeia natal, Mornese, e numa família numerosa e com a proteção preciosa de um pai e de uma mãe.

E quantas histórias de vida e de famílias poderia contar a vocês!

As viagens pelo mundo ajudaram-me a compreender como é importante a família, embora na sua diferença cultural e étnica, mas sempre fundamento indispensável de toda a sociedade, como primeira escola de humanidade.

 

O valor da família

Com tudo isso, eu os convido, amigos leitores, como fez o Papa Francisco, a levar a sério o valor e o contato com as famílias, que são lar, refúgio e ninho para todas as crianças do mundo. É no coração da família, no “ramerrame” cotidiano, entre acordos e desacordos, perdões e reconciliações como é típico de toda a existência, que podem aprender a arte do diálogo, da comunicação, da compreensão, do perdão.

Em família, podem sentir-se as limitações, mas também os valores mais preciosos e essenciais como o amor, a fé, a liberdade, o respeito, a justiça, o trabalho, a honestidade, que assim lançam raízes na vida de cada pessoa.

Outros ingredientes, que hoje já não estão na moda, encontram sentido na família: a educação à sobriedade e ao autocontrole, à fidelidade, ao compromisso com a dignidade das pessoas. E, sobretudo, a transmissão da fé.

 

Práticas

Que resposta podemos então dar ao forte apelo do Papa? Que podemos fazer pelas famílias que todos os dias encontramos, especialmente nas nossas presenças educativas?

Ocorrem-me algumas “sugestões”:

  • Acompanhar na medida do possível as famílias que conhecemos, com cordialidade e empatia.
  • Ajudar os pais a educar com coração “salesiano”.
  • Declarar-nos “casa aberta”, estando sempre prontos a acolher os amigos e as famílias dos filhos.
  • Favorecer os projetos dos jovens que sonham uma vida matrimonial.
  • Não ter medo de propor valores humanos, morais e espirituais aos nossos jovens e às suas famílias, como certamente eles mesmos desejam (mesmo que não ousem dizê-lo).
  • Encorajar as famílias dos nossos destinatários a viver a “alegria” do amor.
  • Banir qualquer forma de discriminação contra as meninas e as mulheres.
  • Manter sempre uma atitude de compreensão e simpatia para compreender melhor as situações, muitas vezes difíceis, que vive parte das famílias que nos são próximas.
  • Criar com todas as nossas forças aquele autêntico clima de família tão amado por Dom Bosco em Valdocco.

Certamente poderíamos realizar algumas dessas práticas. Que para isso a Sagrada Família de Nazaré nos dê força e proteção, como reza o Papa Francisco:

“Sagrada Família de Nazaré,

faz com que todos nos tornemos conscientes

do caráter sagrado e inviolável da família,

da sua beleza no projeto de Deus”.

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Última modificação em Quarta, 08 Fevereiro 2017 16:33

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A família nunca sai de moda

Quarta, 08 Fevereiro 2017 16:07 Escrito por 
A família nunca sai de moda O Reitor-mor em visita à Índia
Nesse campo, todos temos uma “bússola do coração” que não falha: a nossa experiência pessoal. A família foi o ninho em que nos sentimos amados, acolhidos, protegidos e sustentados enquanto não tínhamos condições de voar com as nossas asas. 

Meus caros leitores do Boletim Salesiano, amigos e amigas de Dom Bosco e das suas obras em todo o mundo e caríssima Família Salesiana, eu os saúdo com todo o afeto do meu coração e ainda com votos de que o Senhor nos conceda que 2017 seja repleto de graça e de bênçãos.

Fiel à tradição de Dom Bosco, uma vez mais ofereço um belo Lema para todo este ano recentemente iniciado. Em sintonia com a Exortação Apostólica Amoris Laetitia do Papa Francisco, tem como tema a família, todas as famílias do mundo, com o título: “Somos Família! Cada casa uma escola de Vida e de Amor”. Precisamente este título e tudo o que escrevi como comentário à Estreia permite-me fazer essa reflexão de que, com toda a sinceridade, insisto em que as famílias nunca saem de moda: são sempre atuais, sempre vitais e essenciais para a vida das pessoas. Mudam os tempos e as culturas, mas, como todos os estudos e investigações evidenciam, essa verdade permanece incontestável.

 

Berço da vida

Nesse campo, todos temos uma “bússola do coração” que não falha: a nossa experiência pessoal. Cada um de nós deve reconhecer que, para além das limitações e dos possíveis defeitos, a nossa família de “carne e osso”, não obstante as inevitáveis imperfeições, é a realidade mais importante e mais bela da nossa vida. A vocação laical de muitos de vocês nasceu do calor e da satisfação da própria experiência familiar.

Foi o verdadeiro berço da vida, o ninho em que nos sentimos amados, acolhidos, protegidos e sustentados enquanto não tínhamos condições de voar com as nossas asas.

Na nossa família aprendemos o alfabeto do amor, a força prodigiosa dos laços e dos afetos. É esse o oásis em que podemos reencontrar serenidade, satisfação e harmonia pessoal.

 

Assim como nós

Ao escrever a carta à Família Salesiana do mundo, senti uma alegria encantadora e emocionante ao meditar que também o Filho de Deus, Jesus de Nazaré, teve uma mãe escolhida por Deus e uma família que O amou e acolheu, uma família na qual viveu fazendo experiência, precisamente como nós. Nos trinta anos de Nazaré, Jesus aprendeu a ser homem.

E pensei em Dom Bosco. Ele mesmo nos contou o que significa perder o pai aos dois anos e ser órfão, mas que grande dom pode ser o ter uma família com uma mãe excecional, como Mamãe Margarida.

Pensei em Maria Domingas Mazzarello (Main), menina feliz e adolescente num contexto religioso e rural tão semelhante ao de Dom Bosco, mas com a alegria de crescer serenamente sempre na sua aldeia natal, Mornese, e numa família numerosa e com a proteção preciosa de um pai e de uma mãe.

E quantas histórias de vida e de famílias poderia contar a vocês!

As viagens pelo mundo ajudaram-me a compreender como é importante a família, embora na sua diferença cultural e étnica, mas sempre fundamento indispensável de toda a sociedade, como primeira escola de humanidade.

 

O valor da família

Com tudo isso, eu os convido, amigos leitores, como fez o Papa Francisco, a levar a sério o valor e o contato com as famílias, que são lar, refúgio e ninho para todas as crianças do mundo. É no coração da família, no “ramerrame” cotidiano, entre acordos e desacordos, perdões e reconciliações como é típico de toda a existência, que podem aprender a arte do diálogo, da comunicação, da compreensão, do perdão.

Em família, podem sentir-se as limitações, mas também os valores mais preciosos e essenciais como o amor, a fé, a liberdade, o respeito, a justiça, o trabalho, a honestidade, que assim lançam raízes na vida de cada pessoa.

Outros ingredientes, que hoje já não estão na moda, encontram sentido na família: a educação à sobriedade e ao autocontrole, à fidelidade, ao compromisso com a dignidade das pessoas. E, sobretudo, a transmissão da fé.

 

Práticas

Que resposta podemos então dar ao forte apelo do Papa? Que podemos fazer pelas famílias que todos os dias encontramos, especialmente nas nossas presenças educativas?

Ocorrem-me algumas “sugestões”:

  • Acompanhar na medida do possível as famílias que conhecemos, com cordialidade e empatia.
  • Ajudar os pais a educar com coração “salesiano”.
  • Declarar-nos “casa aberta”, estando sempre prontos a acolher os amigos e as famílias dos filhos.
  • Favorecer os projetos dos jovens que sonham uma vida matrimonial.
  • Não ter medo de propor valores humanos, morais e espirituais aos nossos jovens e às suas famílias, como certamente eles mesmos desejam (mesmo que não ousem dizê-lo).
  • Encorajar as famílias dos nossos destinatários a viver a “alegria” do amor.
  • Banir qualquer forma de discriminação contra as meninas e as mulheres.
  • Manter sempre uma atitude de compreensão e simpatia para compreender melhor as situações, muitas vezes difíceis, que vive parte das famílias que nos são próximas.
  • Criar com todas as nossas forças aquele autêntico clima de família tão amado por Dom Bosco em Valdocco.

Certamente poderíamos realizar algumas dessas práticas. Que para isso a Sagrada Família de Nazaré nos dê força e proteção, como reza o Papa Francisco:

“Sagrada Família de Nazaré,

faz com que todos nos tornemos conscientes

do caráter sagrado e inviolável da família,

da sua beleza no projeto de Deus”.

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