O inspetor, padre Francisco Alves de Lima, fala sobre a nomeação: “A nomeação do padre Antônio reforça o profundo sentido eclesial vivido pelos filhos de Dom Bosco. O Santo dos Jovens queria que os seus salesianos colocassem todos os seus dons a serviço da Igreja, sobretudo vivendo com a alegria e sem temer os desafios, o serviço dedicado aos jovens, especialmente os mais pobres. Filho da Amazônia, o padre Antônio de Assis saberá partilhar os seus dons com a Igreja Particular de Belém, com o mesmo zelo pastoral, dedicação e entusiasmo que estão entre as muitas de suas características. Em nome de todos os salesianos e demais grupos da Família Salesiana rogo ao Bom Pastor que faça frutificar o ministério pastoral que generosamente o padre Antônio assume agora como bispo auxiliar de Belém”.
Primeiro bispo nativo da Amazônia
Padre Antônio de Assis Ribeiro - padre Bira, como é conhecido, é natural da zona rural do município de Capitão Poço, no nordeste do Estado do Pará. Ele é o primeiro bispo salesiano nativo da Amazônia e se juntará a outros salesianos que trabalham nesta região, como dom Bruno Pedron, bispo de Ji-Paraná, dom Flávio Giovenale, bispo de Santarém, dom Edmilson Tadeu Canavarros, bispo auxiliar de Manaus, dom Walter Ivan de Azevedo, bispo emérito de São Gabriel da Cachoeira, e dom Antonio Possamai, bispo emérito de Ji-Paraná.
Questionado sobre os desafios que encontrará como bispo auxiliar em Belém, padre Bira enumerou três: “O primeiro desafio é aprender a ser bispo tomando consciência dessa nova missão; o segundo é tomar conhecimento, passo a passo, da nova realidade na qual eu devo trabalhar, isso significa acolher e estabelecer uma relação de amizade com o clero da arquidiocese, os religiosos (as), as instituições católicas, o estilo de Igreja e seu dinamismo pastoral; o terceiro penso que seja aquele de inserção na vida do povo, percebendo seus valores, suas carências, seus desafios na vida de fé. Acredito que os cinco anos de trabalhos em Belém de 2000-2005, me ajudarão a me inserir nesse novo contexto eclesial com mais facilidade”.
Foco na juventude
Seguindo o foco principal da Congregação Salesiana que é o cuidado e a atenção ao jovem, em especial aos mais necessitados, padre Antônio pretende, dentro de sua futura missão como bispo auxiliar, continuar tendo um olhar diferenciado para com os jovens e a Família Salesiana: “Eu sempre serei Salesiano de Dom Bosco; a espiritualidade salesiana faz parte da minha vida, da minha sensibilidade e mentalidade, isso é um dom para a Igreja; vou levar a salesianidade onde eu for. Um carinho especial pela juventude faz parte do carisma salesiano”.
Atual referente para a Pastoral Juvenil Salesiana em âmbito nacional, padre Bira pede aos jovens “que sempre se lembrem que a vida é o mais precioso dom que recebemos de Deus; que para ser bem vivida é preciso cultivar responsabilidade, pois a vida é dom (presente) mas também é responsabilidade. Para viver responsavelmente e sermos felizes temos que ter um projeto de vida no qual apostar, e é preciso não ter medo de se tomar decisões”. Ainda como mensagem à juventude, ele afirma que “o mais profundo sentido da vida vem da fé, se a vida vem de Deus, ela se torna vazia sem Ele. A vida espiritual nos leva a viver com dignidade fazendo o bem, por isso procurem se engajar na vida da Igreja... é bonito encontrar jovens que testemunham a própria vida de fé sem medo e com alegria, evangelizando outros jovens”.
Traços biográficos
Antônio de Assis Ribeiro nasceu em 26 de julho de 1966 em Capitão Poço, PA. É filho de agricultores, de família numerosa, sendo o quinto de 11 irmãos (8 homens e 3 mulheres).Aos 14 anos entrou como aspirante no Centro Vocacional Salesiano em Ananindeua, região metropolitana de Belém, onde passou cinco anos, até o segundo ano do ensino médio.
Em 1985 iniciou a primeira fase da formação específica para a vida religiosa salesiana em Manaus, ingressando no pré-noviciado. Fez o noviciado Salesiano na cidade de São Carlos, SP, emitindo a profissão religiosa no dia 10 de janeiro de 1987. De 1990 até agosto de 1991, fez seu tirocínio pedagógico-pastoral como formador no noviciado em Candeias do Jamari, RO, no aspirantado e pré-noviciado em Manaus.
Cursou Teologia na Universidade Pontifícia Salesiana em Roma (Itália). No dia 17 de junho de 1995 foi ordenado sacerdote por dom Miguel Maria Giambelli bispo da Diocese de Bragança, na Cidade de Ourém, PA, assumindo desde então diversas responsabilidades dentro e fora da Inspetoria Salesiana Missionária da Amazônia.
Trabalhou por cinco anos (2000 – 2005) nas obras Salesianas no Pará, onde foi diretor da Escola Salesiana do Trabalho – EST, em Belém; nesse mesmo período também trabalhou como professor de Teologia Moral no Centro de Formação Presbiteral da Arquidiocese de Belém. Em 2003 fundou o Centro Associação Damas Salesianas em Ananindeua, PA, uma ONG voltada para a promoção do voluntariado feminino com o espírito salesiano; de 2004-2005 foi conselheiro nacional da Associação Damas Salesianas, um dos grupos da Família Salesiana. De 2002 a 2004 foi membro do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente - CEDCA/PA, e em 2005 assumiu o cargo de Conselheiro Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente da capital paraense, de onde saiu para assumir a direção da Missão Salesiana de Yauaretê, uma área indígena no Alto Rio Uaupés, Amazonas.
Nos anos 2007-2008 foi diretor do Colégio Dom Bosco e Pároco da Paróquia Dom Bosco, centro de Manaus, AM, e de 2009 a 2013 foi diretor do Centro Juvenil Salesiano e pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Manicoré, na Diocese de Humaitá.
Desde 2014 é coordenador da Comissão Nacional da Pastoral Juvenil Salesiana e assessor do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (AJS). De 2013 a 2017 assumiu o serviço como vice-inspetor da Inspetoria São Domingos Sávio; sendo simultaneamente também delegado inspetorial para a Pastoral Juvenil Salesiana e Vocacional, encarregado da promoção do voluntariado Juvenil Inspetorial e diretor-sócio da Faculdade Salesiana de Dom Bosco (FSDB) em Manaus. Foi conselheiro provincial por três mandatos, somando nove anos de serviço inspetorial.