Além disso, “Há casos de contágio em lugares que antes estavam livres do vírus. Assim, 15 pessoas morreram em Tikonko (Bo), refere o padre Jorge Crisafulli, superior da Inspetoria da África Ocidental Anglófona. Trata-se de áreas muito pobres, destituídas de material sanitário e com nenhum conhecimento da doença ou de como preveni-la”.
Crise
Os salesianos na Serra Leoa estão também preocupados com a situação das crianças contaminadas pelo Ebola ou deixadas órfãs por causa do vírus. “Há mais de 1.560 crianças de quarentena porque perderam os pais ou porque foram rejeitadas por suas famílias. São crianças que ficaram traumatizadas pela perda dos familiares, foram discriminadas e separadas de suas famílias e, em alguns casos, acusadas de serem a causa do mal, explica o padre Crisafulli. Não é nada fácil levar avante o centro para crianças órfãs por causa do Ebola. Tivemos um caso de infecção e reforçamos as medidas de segurança. Além disso, muitas pessoas têm medo de aí trabalhar”.
Na Libéria, os missionários salesianos referem que “a situação está feia, apesar da chegada de ajudas internacionais e do fato de que o número de lugares-leito tenha aumentado”. Neste país o Ebola causou mais de 2.700 vítimas. Os salesianos estão concentrados “na prevenção e na distribuição de comida e implementos sanitários, que é o aspecto mais urgente. Mas estamos preocupados também pela situação de milhares de crianças e jovens que estão perdendo o ano escolar, e pela gente que não pode trabalhar no campo”. Por este motivo, está sendo planejado o lançamento imediato de um projeto para a criação de hortas; e ministrar formação à distância.
O Ebola na Guiné Conacri está se difundindo novamente. Há novos casos e para mais de 900 mortos. “Ninguém fala do Ebola: é tabu. E a sensibilização deve ser feita com muita prudência, visto que houve casos de voluntários que se dedicavam a informar para prevenir os quais foram nada menos que atacados pelas comunidades” , explicam os missionários na região.
Apelo
Perante tudo isso, a Procuradoria Missionária Salesiana, de Madri, renova o seu apelo à Comunidade Internacional para que ela combata a epidemia. “Só com a ajuda internacional estaremos em condições de sair dessa. Suplicamos que nos mandem camas, laboratórios, especialistas, médicos, enfermeiros, a fim de evitar uma epidemia global!”, diz Wagner.