Os 40 anos da presença salesiana em Areia Branca

Quinta, 07 Junho 2018 10:53 Escrito por  Danielly Mendonça – Nordeste Hoje
Os 40 anos da presença salesiana em Areia Branca Os primeiros missionários: Padre Brenno Guastala, Padre Bernardo Roana, Ir. Toni Cibin Foto: Divulgação
Membros da congregação religiosa fundada no século XIX, na Itália, por São João Bosco, os salesianos há quarenta anos atuam na Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Areia Branca, RN, evangelizando, trabalhando com a juventude, escolas profissionalizantes, oratórios, entre outras atividades ligadas à comunidade católica areiabranquense.  

Os primeiros religiosos da Congregação Salesiana, vindos da Inspetoria de Verona, na Itália, chegaram a Areia Branca no dia 18 de junho de 1978. Foram eles os padres Bernardo Roana, Breno Guastalla e o salesiano coadjutor Antônio Cibin. Dois meses depois, chegou o padre Giuseppe Venturelli.

 

O convite para que os salesianos da longínqua Inspetoria de Verona viessem dirigir a Paróquia de Areia Branca foi feito pelo bispo dom Gentil Diniz Barreto, por intermédio do padre Guido Tonelloto, que se encontrava em missão na Diocese. Os salesianos, seguindo o seu carisma espiritual, arregaçaram as mangas e começaram a desenvolver um trabalho de organização e evangelização na paróquia.

 

Naquela época, Areia Branca estava carente de infraestrutura e necessitando de ações de cunho social. Dentre as várias ações de evangelização, destacamos a organização da catequese, por meio da formação de grupos de catequistas e a realização de cursos de formação.

 

No ano de 1979, foi criada uma pequena escola com três salas para prevenir e combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Este espaço funcionou como um anexo da Escola Estadual Dr. Dagmar Sabino, até ser transformado na residência dos salesianos, com o objetivo de ficarem estes mais próximos e acompanharem o Cento Juvenil.

 

Nos anos 1980, na pessoa do irmão Antonio Cibin, os salesianos reconstruíram a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes e construíram o Centro Juvenil Dom Bosco. Em regime de mutirão, construíram casas e urbanizaram os bairros Baixa da Maré, Nossa Senhora dos Navegantes (SOMOBAN) e São João.

 

No período entre 87 a 90, foram implantados dois projetos de grande alcance social: a Oficina Escola Dom Bosco, que ao longo dos anos formou centenas de jovens, contribuindo enormemente para o desenvolvimento socioeconômico local, tendo à frente o irmão Giovanni Pavan e mais tarde o irmão Conrado Carpamó; e o Centro de Educação Especial Maria Lauretânia Rolim Bezerra do Vale (CEESLAUVA), uma referência em educação para pessoas com deficiência. A Escola Especial, construída conforme a legislação da época, ficou parecendo não mais alinhada ao novo modelo criado pela Lei de Inclusão das Pessoas com Deficiência. Mas foi, de fato, a única que por 30 anos realizou o que a Lei visava, criando em seu espaço um centro dotado de pessoas profissionalmente preparadas para o atendimento às “exigências especiais” e ficou sendo lugar de inclusão na escola estadual que aí funcionava em regime de comodato.

 

Em Areia Branca, os salesianos tiveram uma preocupação com as lutas do povo para defender sua terra contra latifundiários, a exemplo de comunidades como Morro Pintado, Serra Vermelha e Canto do Amaro, como também Serra de Ponta do Mel e mais tarde, moradores da Praia do Rosado. Os assentamentos acontecidos nessas localidades são fruto desta atividade que, ao contrário do que muitas vezes foi noticiado, era e continua sendo uma luta pela paz.

 

Na Serra do Mel, o padre fGiuseppe Venturelli liderou a luta pela consolidação do assentamento dos colonos e pela organização dos mesmos através de um Grupo de Estudo e Ação Social – GEAS e a criação de uma Escola Família Agrícola. Isso abriu caminho para solucionar o problema da água, cavando um poço de 1360m, num lote da Vila Espírito Santo, atendendo toda cidade. A Escola Família Agrícola posteriormente foi transformada em Fazenda da Esperança.

 

Em Tibau, a obra que está na memória daquele povo é o centro catequético que teve como idealizador e construtor o padre Giovanni Venturelli.

 

Em Grossos, além das várias capelas, na sede do município são visíveis: o Centro Catequético e o Centro Juvenil - local em que hoje funciona a Secretaria de Assistência Social. Também, foi construída a Igreja “dos Coqueiros” e a Capela de Gado Bravo.

 

Vale frisar que, além do trabalho social ,o caráter evangelizador e missionário também esteve e está presente nos quatro municípios em que a Paróquia atuou. Podemos lembrar, a propósito, as vocações surgidas nesse contexto: padre Raimundinho, padre Eudes Barreto, padre Francisco de Assis, dom Mauro Félix, padre Antonio José do Vale, o padre Luis Martins e aqueles jovens que estão buscando a formação religiosa: Ivan Alves (Areia Branca), Gabriel Silva (Areia Branca), Angelo (Tibau), João Paulo, Alcides (Areia Branca), Bruno (Grossos), Gustavo (Ponta do Mel), irmã Maria José (Filha do Amor Divino - cidade de Grossos), irmã Aparecida (Filha do Amor Divino - cidade de Grossos),iIrmã Flaviana (Filha do Amor Divino).   Podemos afirmar que surgem vocações, para os diversos níveis da vida consagrada também para as novas comunidades: Focolare (Conceição), Shalom (Manuela Marcelino) e Comunidade Boa Nova (Joane).

 

A Festa dos 40 anos surge num momento em que a Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil propõe uma nova reflexão sobre a atuação dos salesianos em cada comunidade, principalmente no que diz respeito ao trabalho social. É necessário RESSIGNIFICAR TODA PRESENÇA SALESIANA. O trabalho que estamos realizando está dentro de nossa identidade carismática salesiana? Os compromissos que assumimos são fundamentados em quê?

 

Providencialmente, contamos na comunidade salesiana de Areia Branca com dois membros daquela primeira experiência. Com isso, celebrar essa chegada ganhou mais significado. A Festa dos 40 chega também num momento oportuno em que refletimos sobre o papel da Oficina Dom Bosco, do Centro Juvenil e da Escola Especial. Estas iniciativas ainda atendem as necessidades desta nova sociedade?

 

Ouvimos os leigos, autoridades, educandos e estamos motivados a seguir observando os desafios, as oportunidades e as necessidades de cada criança, adolescente e jovem. É um momento em que a comunidade paroquial como um todo, e especialmente os leigos que participaram deste longo período de ação missionária, além de fazer memória, querem refletir sobre suas ações e sobre o impacto que elas tiveram na sociedade: querem celebrar, pensando nos passos para os próximos 10 anos.

 

A Festa em homenagem aos 40 anos da chegada dos primeiros salesianos em Areia Branca será comemorada com tríduo de 15 a 17/06/2018 e a Festa de confraternização no dia 18 de junho de 2018, além de atividades cívicas, esportivas e culturais.

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Última modificação em Quarta, 18 Julho 2018 10:30

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Os 40 anos da presença salesiana em Areia Branca

Quinta, 07 Junho 2018 10:53 Escrito por  Danielly Mendonça – Nordeste Hoje
Os 40 anos da presença salesiana em Areia Branca Os primeiros missionários: Padre Brenno Guastala, Padre Bernardo Roana, Ir. Toni Cibin Foto: Divulgação
Membros da congregação religiosa fundada no século XIX, na Itália, por São João Bosco, os salesianos há quarenta anos atuam na Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Areia Branca, RN, evangelizando, trabalhando com a juventude, escolas profissionalizantes, oratórios, entre outras atividades ligadas à comunidade católica areiabranquense.  

Os primeiros religiosos da Congregação Salesiana, vindos da Inspetoria de Verona, na Itália, chegaram a Areia Branca no dia 18 de junho de 1978. Foram eles os padres Bernardo Roana, Breno Guastalla e o salesiano coadjutor Antônio Cibin. Dois meses depois, chegou o padre Giuseppe Venturelli.

 

O convite para que os salesianos da longínqua Inspetoria de Verona viessem dirigir a Paróquia de Areia Branca foi feito pelo bispo dom Gentil Diniz Barreto, por intermédio do padre Guido Tonelloto, que se encontrava em missão na Diocese. Os salesianos, seguindo o seu carisma espiritual, arregaçaram as mangas e começaram a desenvolver um trabalho de organização e evangelização na paróquia.

 

Naquela época, Areia Branca estava carente de infraestrutura e necessitando de ações de cunho social. Dentre as várias ações de evangelização, destacamos a organização da catequese, por meio da formação de grupos de catequistas e a realização de cursos de formação.

 

No ano de 1979, foi criada uma pequena escola com três salas para prevenir e combater a exploração sexual de crianças e adolescentes. Este espaço funcionou como um anexo da Escola Estadual Dr. Dagmar Sabino, até ser transformado na residência dos salesianos, com o objetivo de ficarem estes mais próximos e acompanharem o Cento Juvenil.

 

Nos anos 1980, na pessoa do irmão Antonio Cibin, os salesianos reconstruíram a Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes e construíram o Centro Juvenil Dom Bosco. Em regime de mutirão, construíram casas e urbanizaram os bairros Baixa da Maré, Nossa Senhora dos Navegantes (SOMOBAN) e São João.

 

No período entre 87 a 90, foram implantados dois projetos de grande alcance social: a Oficina Escola Dom Bosco, que ao longo dos anos formou centenas de jovens, contribuindo enormemente para o desenvolvimento socioeconômico local, tendo à frente o irmão Giovanni Pavan e mais tarde o irmão Conrado Carpamó; e o Centro de Educação Especial Maria Lauretânia Rolim Bezerra do Vale (CEESLAUVA), uma referência em educação para pessoas com deficiência. A Escola Especial, construída conforme a legislação da época, ficou parecendo não mais alinhada ao novo modelo criado pela Lei de Inclusão das Pessoas com Deficiência. Mas foi, de fato, a única que por 30 anos realizou o que a Lei visava, criando em seu espaço um centro dotado de pessoas profissionalmente preparadas para o atendimento às “exigências especiais” e ficou sendo lugar de inclusão na escola estadual que aí funcionava em regime de comodato.

 

Em Areia Branca, os salesianos tiveram uma preocupação com as lutas do povo para defender sua terra contra latifundiários, a exemplo de comunidades como Morro Pintado, Serra Vermelha e Canto do Amaro, como também Serra de Ponta do Mel e mais tarde, moradores da Praia do Rosado. Os assentamentos acontecidos nessas localidades são fruto desta atividade que, ao contrário do que muitas vezes foi noticiado, era e continua sendo uma luta pela paz.

 

Na Serra do Mel, o padre fGiuseppe Venturelli liderou a luta pela consolidação do assentamento dos colonos e pela organização dos mesmos através de um Grupo de Estudo e Ação Social – GEAS e a criação de uma Escola Família Agrícola. Isso abriu caminho para solucionar o problema da água, cavando um poço de 1360m, num lote da Vila Espírito Santo, atendendo toda cidade. A Escola Família Agrícola posteriormente foi transformada em Fazenda da Esperança.

 

Em Tibau, a obra que está na memória daquele povo é o centro catequético que teve como idealizador e construtor o padre Giovanni Venturelli.

 

Em Grossos, além das várias capelas, na sede do município são visíveis: o Centro Catequético e o Centro Juvenil - local em que hoje funciona a Secretaria de Assistência Social. Também, foi construída a Igreja “dos Coqueiros” e a Capela de Gado Bravo.

 

Vale frisar que, além do trabalho social ,o caráter evangelizador e missionário também esteve e está presente nos quatro municípios em que a Paróquia atuou. Podemos lembrar, a propósito, as vocações surgidas nesse contexto: padre Raimundinho, padre Eudes Barreto, padre Francisco de Assis, dom Mauro Félix, padre Antonio José do Vale, o padre Luis Martins e aqueles jovens que estão buscando a formação religiosa: Ivan Alves (Areia Branca), Gabriel Silva (Areia Branca), Angelo (Tibau), João Paulo, Alcides (Areia Branca), Bruno (Grossos), Gustavo (Ponta do Mel), irmã Maria José (Filha do Amor Divino - cidade de Grossos), irmã Aparecida (Filha do Amor Divino - cidade de Grossos),iIrmã Flaviana (Filha do Amor Divino).   Podemos afirmar que surgem vocações, para os diversos níveis da vida consagrada também para as novas comunidades: Focolare (Conceição), Shalom (Manuela Marcelino) e Comunidade Boa Nova (Joane).

 

A Festa dos 40 anos surge num momento em que a Inspetoria Salesiana do Nordeste do Brasil propõe uma nova reflexão sobre a atuação dos salesianos em cada comunidade, principalmente no que diz respeito ao trabalho social. É necessário RESSIGNIFICAR TODA PRESENÇA SALESIANA. O trabalho que estamos realizando está dentro de nossa identidade carismática salesiana? Os compromissos que assumimos são fundamentados em quê?

 

Providencialmente, contamos na comunidade salesiana de Areia Branca com dois membros daquela primeira experiência. Com isso, celebrar essa chegada ganhou mais significado. A Festa dos 40 chega também num momento oportuno em que refletimos sobre o papel da Oficina Dom Bosco, do Centro Juvenil e da Escola Especial. Estas iniciativas ainda atendem as necessidades desta nova sociedade?

 

Ouvimos os leigos, autoridades, educandos e estamos motivados a seguir observando os desafios, as oportunidades e as necessidades de cada criança, adolescente e jovem. É um momento em que a comunidade paroquial como um todo, e especialmente os leigos que participaram deste longo período de ação missionária, além de fazer memória, querem refletir sobre suas ações e sobre o impacto que elas tiveram na sociedade: querem celebrar, pensando nos passos para os próximos 10 anos.

 

A Festa em homenagem aos 40 anos da chegada dos primeiros salesianos em Areia Branca será comemorada com tríduo de 15 a 17/06/2018 e a Festa de confraternização no dia 18 de junho de 2018, além de atividades cívicas, esportivas e culturais.

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