Literatura infantil: formando “leitores ativos”

Quarta, 16 Mai 2018 11:37 Escrito por  Equipes salesianas de comunicação*
Literatura infantil: formando “leitores ativos” Sala de Leitura no Colégio Salesiano Dom Bosco (Paralela) Foto: Divulgação
Como a literatura infantil é trabalhada e qual é sua importância na proposta educacional da escola? Esta foi a pergunta feita a algumas unidades da RSB-Escolas, que responderam apresentando os belos projetos desenvolvidos com os alunos.  

Parada da Leitura no IMA de Rio do Sul, SC

Qualificar o aluno para uma leitura fluente e, assim, desenvolver os processos de aprendizagem. Proporcionar momentos de lazer e acesso à cultura. Estimular o protagonismo e a autonomia dos alunos. Segundo a supervisora pedagógica do Instituto Maria Auxiliadora (IMA) de Rio do Sul, SC, Angela Fronza, estes são apenas alguns dos benefícios oferecidos pela literatura nos projetos do Ensino Fundamental I. “Sempre procuramos inovar nas iniciativas, para que os alunos ‘gostem’ cada vez mais de ler. É a leitura proficiente que garantirá seu bom desempenho escolar, assim como ter a leitura como sua companheira nas horas de lazer”, destaca.

 

Entre as iniciativas realizadas no IMA está a “Parada da Leitura”, ação que acontece quinzenalmente, onde as crianças podem trazer livros de casa ou pegar livros na biblioteca da escola. Todos se dirigem para o pátio da escola e escolhem diferentes lugares para simplesmente “curtir” o prazer de ler. Os alunos ficam totalmente à vontade para ler durante 30 minutos, fora da sala de aula, a literatura de sua preferência.

 

Também é realizado o “Concurso de Leitura”. Em cada trimestre é organizado um calendário e todas as turmas do 2º ao 5º ano participam. “Esta ação acontece geralmente no auditório da escola, onde é feito o uso do microfone, para que os alunos aprendam a ter uma postura adequada diante do público. São observados critérios como: tom de voz, fluência na leitura, pronúncia correta das palavras e entonação conforme a pontuação do texto”, explica Angela.

 

Outra ação desenvolvida em todas as turmas é a leitura de três títulos pré-selecionados pelas professoras, os quais devem abordar os seguintes temas: artes, valores humanos e um clássico. Trimestralmente é trabalhado um dos livros selecionados e, a partir da obra, são desenvolvidas várias ações, tais como: aprofundar o conhecimento sobre o autor, explorar a obra através de reflexões, pesquisas, releituras, enfim... vários tipos de propostas.

 

Colégio São Paulo de Ascurra estimula a leitura e a oratória

O Colégio São Paulo de Ascurra, SC, é outra unidade da RSB-Escolas que instiga o aluno a perceber-se como “leitor ativo”. A Tarde Literária, promovida há 10 anos, é um exemplo: o aluno é atuante em todo o processo, desde a escolha da obra literária até a apresentação final, no palco.

 

A cada ano novos desafios fazem com que os educadores e a coordenação pedagógica do Colégio repensem e busquem estratégias leitoras inovadoras, atraentes e estimulantes para o aluno. Este ano, um novo projeto foi lançado para estimular a leitura e o protagonismo dos alunos: o canal de vídeo “Contos e Encantos do CSP”, que utiliza a tecnologia para propagar a literatura. A coordenadora pedagógica, Graciana L. Lenzi, explica que o projeto “permitirá também que o aluno se descubra como um incentivador de novos leitores. Neste canal, os alunos da Educação Infantil e, principalmente, do Ensino Fundamental I, serão os protagonistas”. O projeto tem o objetivo de estimular a leitura e a oratória dos alunos, fazendo também com que criem um senso crítico das obras lidas e que, em forma de vídeo, possam transmitir suas impressões e compreensões das histórias.

 

Incentivo à leitura no Salesiano de Aracaju

“Acreditamos que a leitura é uma facilitadora do processo de ensino e aprendizagem, além de ser um instrumento importante para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior. Ela desenvolve o senso crítico, o poder de argumentação, amplia e enriquece o vocabulário”, afirma Jane Célia de Aquino Gomes, coordenadora do Ensino Fundamental I no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, de Aracaju, SE.

 

O colégio realiza vários projetos integrados. Na Roda de Leitura, semanalmente e em ambientes além da sala de aula (como biblioteca, área verde, laboratório de informática), os alunos têm contato com os diversos gêneros literários e socializam através de dramatização, dança, paródia, musicalização, recontos, entre outros.

 

Já a Mala Viajante é uma atividade desenvolvida semanalmente pelas turmas dos 2º e 3º anos, em que os alunos levam um livro surpresa para ler com a família. No Compartilhando Leituras, os alunos trazem o seu livro preferido para trocar com um colega, e ao final do trimestre acontece a Manhã Literária, onde cada turma escolhe um livro trabalhado para apresentar um reconto.

 

“Entendemos também que a leitura é um hábito que precisa de estímulo e motivação, por isso realizamos diferentes ações pedagógicas e criativas para tornar esse momento prazeroso e significativo despertando assim o interesse pela leitura”, completa Jane Célia.

 

Projeto Gente que Lê, no Instituto Nossa Senhora da Glória

No Instituto Nossa Senhora da Glória - INSG/Castelo – em Macaé, RJ, o projeto Gente Que Lê reúne o saber, o querer e o fazer dos alunos do Ensino Fundamental I por meio de uma ciranda literária. Cada turma recebe no início do ano letivo um acervo abrangendo diferentes tipos e gêneros literários e uma sacola para colocar o livro que semanalmente e/ou quinzenalmente (de acordo com a rotina da turma) vai para casa e é devolvido para troca em sala de aula. Ao longo do ano, cada aluno lê em média 35 títulos diferentes. A cada leitura é realizada uma atividade específica (escrita e/ou oral), orientada pela professora, que resulta em produções que promovem no aluno um domínio maior da escrita, da leitura e da expressão oral.

 

De acordo com a coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I, Patrícia Certório, “o objetivo principal é formar leitores e incentivar o hábito de ler. E estamos conseguindo, pois as crianças até fazem com que pais que não têm esse costume passem a ler. O projeto faz com que as crianças tenham a oportunidade de explorar novos livros, escolher suas leituras, apreciar os efeitos que cada uma delas lhes traz, falar sobre essas sensações, recomendar leituras, desenvolvendo, ao longo do processo, gostos e preferências por obras, gêneros e autores”.

 

Sala de Leitura no Dom Bosco (Paralela), em Salvador

“Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura”, afirma Denise Dantas, supervisora pedagógica do Ensino Fundamental 1 do Salesiano Dom Bosco (Paralela), em Salvador, BA. “Elaboramos um projeto de leitura com o objetivo de formar bons leitores, oferecendo livros de gêneros textuais diversos. Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; identifique elementos implícitos; estabeleça relações com outros textos já lidos; e consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos”, completa.

 

Desde a Educação Infantil, os alunos, possuem uma rotina de visita à Sala de Leitura infantil, convivem com livros de literatura em língua portuguesa e inglesa na sala de aula, no material didático curricular e no projeto Ciranda de Livros. No Ensino Fundamental 1, essa dinâmica continua e se expande. Livros de literatura específicos são adicionados e há um programa trimestral de estudo dirigido dos livros literários.

 

Há o projeto “Encontro com o autor” que acontece ao longo do ano, em momentos diferentes, e promove a aproximação de autores de livros infantis com os pequenos estudantes. Esse momento é sempre marcado pelo debate e pela interação sobre a produção literária. Outro momento importante é a “Feira de Livros”, evento que acontece no segundo semestre quando, durante uma semana, editoras, livrarias e autores independentes montam estandes na escola.

 

Além da grande biblioteca que fica localizada no centro do Colégio, existe a Sala de Leitura São Domingos Sávio, uma espécie de biblioteca infantil, com ambiente próprio para o incentivo à leitura das crianças. Nesse local, há obras literárias adaptadas para as faixas etárias, e arquitetura e mobiliário próprios que colaboram para a apreciação dos livros por pequenos estudantes.

 

No Auxiliadora de Manaus, projetos da Educação Infantil

No Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Manaus, AM, a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Para atingir esse objetivo, são realizadas atividades pedagógico-pastorais diversificadas, cujo foco é propiciar às crianças o contato com a leitura através da contação de histórias e de rodas de leitura, dentre outras atividades.

 

Para a professora Kele Rejane da Silva Amorim (Infantil II), a literatura desenvolve diferentes habilidades nas crianças da Educação Infantil, como linguagem, interação entre os colegas e educadores, ampliação do vocabulário, criatividade e a descoberta do universo imaginário. Fazer dos momentos de leitura algo prazeroso e significativo, através do lúdico, é essencial. Dessa forma, ao apresentar o livro A menina e o mar, de Marta Lagarta - Editora Edebê -, a educadora trouxe para a sala de aula uma boneca, representando Theodora, a personagem principal da história, para partilhar as emoções das páginas do livro. O resultado foi surpreendente, pois as crianças mergulharam no mar de aventuras e imaginação apresentadas na obra.

 

Ao utilizar o livro Uma história de muitas cores, de Thiago Mazucato - Editora Edebê, a professora Ane Kelly de Lima Cunha (Infantil III) relatou que, por amor à Matemática, o autor resolveu dar vida às formas geométricas. A história encantou as crianças, pois a leitura extrapolou as páginas do livro. “Realizamos a dança das figuras, produzimos um mundo de formas através do desenho em grupo, pesquisamos nos ambientes da escola as figuras e formas geométricas”, relata a professora. Além disso, a história possibilitou experiências significativas como o jogo do contrário e a imaginação para criar e recriar um mundo fantástico de muitas cores.

 

O contato com a leitura proporciona a ampliação da percepção do mundo que está a nossa volta. Para as educadoras, quanto mais se proporcionarem momentos de leitura na escola, maiores serão as chances de integrar as crianças ao meio em que vivem e formar efetivamente bons cristãos e honestos cidadãos, um dos pilares da educação salesiana.

 

Momento de leitura no Salesiano Jardim Camburi

Com o objetivo de incentivar a leitura e torná-la parte do cotidiano do aluno, o Colégio Salesiano Jardim Camburi, em Vitória, ES, realiza a Ciranda Literária com os alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. Por meio da atividade, os educandos têm a oportunidade de ler, aproximadamente, um novo livro a cada dez dias. Após a leitura, eles são envolvidos em produções relacionadas à obra em questão. O projeto Ciranda Literária é desenvolvido durante todo o ano letivo e a seleção de livros indicados corresponde à quantidade de alunos por turma. Ao final da ciranda, todos os educandos da classe têm contato com as obras indicadas do acervo da Biblioteca.

 

Para os alunos do 1º ano, há o projeto Leitura em Família, desenvolvido desde 2014 para promover uma maior participação da família no processo de letramento das crianças e de encantamento pela leitura. São realizados encontros de leitores entre os alunos, contações de história com as famílias na escola e momentos de leitura semanais em casa, sempre acompanhados por algum familiar. Além disso, os participantes registram juntos os momentos de leitura em um caderno de atividades.

 

Graziani Palmejani, supervisora do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental I, afirma que as professoras do segmento buscam utilizar a literatura relacionada aos conteúdos específicos de cada série. Após essa etapa, é criado junto com os alunos um projeto que será desenvolvido ao longo de uma etapa ou, conforme os objetivos, durante o ano letivo. “Como finalização, faz-se uma culminância de todas as atividades realizadas pelos alunos (musicais, artes cênicas, poemas, oficinas, pesquisas, criação de personagens com sucata, pintura sobre tela, dentre outras), com a participação das famílias, de palestrantes, de toda a equipe docente e da diretoria pedagógica”.

 

“A literatura infantil dá vida ao trabalho aqui realizado e auxilia o desenvolvimento integral das crianças. É visível a transformação dos alunos, que se envolvem com muita responsabilidade em todas as atividades propostas. As obras infantis são nossos ternos abraços, dobrados em todos os nossos pequenos educandos!”, finaliza.

 

Era uma vez...

A contação de histórias é uma das “marcas” das visitas técnico-pedagógicas realizadas às unidades da RSB-Escolas no Estado de São Paulo. A gestora do Polo SP, Meily Cassemiro Santos, conta por que.

 

Eu incluí a contação de histórias no “Bom Dia” e no “Boa Tarde” durante as visitas técnico-pedagógicas para as crianças e educadores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, porque estes momentos têm como objetivo educativo-pastoral acolher a todos com uma mensagem especial. A “acolhida” é uma prática realizada desde o primeiro Oratório, em Valdoco (Itália), tornando-se uma tradição da Família Salesiana. A contação de histórias, aliada a este momento, contribui para a avaliação e para a animação de toda a comunidade educativa.

Escolho os textos a partir da minha experiência como educadora salesiana, trazendo temas relacionados às virtudes, à ajuda ao próximo, às boas atitudes... Também gosto de resgatar histórias e canções infantis que minha mãe, tia, avó e professoras contavam quando eu era criança.

Inicio com uma alegre saudação cantada. Caso o texto esteja registrado em um livro eu o apresento para o público e em seguida conto a história de “cor” (de coração), utilizando diferentes caracterizações coloridas e infantis, objetos, bonecos e instrumentos musicais. Sigo com algumas questões reflexivas, combino um gesto concreto com as crianças, sempre com o propósito de fazer o bem ao próximo. Logo, faço com todos uma oração final de agradecimento pelas graças diárias.

A importância da literatura no processo de ensino aprendizagem ultrapassa as fronteiras do ambiente escolar, pois ser leitor é apreender as entrelinhas que subjazem no território dos textos de natureza diversa: escrito, oral, artístico, imagético. Ainda é importante esclarecer que a literatura infantil é fundamentalmente ligada às manifestações da tradição popular. Nesse sentido, apresento minhas memórias de leitura; meu repertório de contos, poemas, parlendas, canções folclóricas e religiosas infantis... Tal percurso quase sempre começa com “era uma vez...” e alcança as promessas de um final feliz.

 

*Colaboraram nesta matéria: Gigliola Sena (Colégio Salesiano Dom Bosco – Paralela), Marianna Rosa Silva (Colégio Salesiano Jardim Camburi), Moira Paula (Instituto Nossa Senhora da Glória), Andreza Nonato (Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora - Aracaju), Rafaello Furlani Destéfani (Colégio São Paulo Ascurra), Anderson Nogueira (Colégio Nossa Senhora Auxiliadora – Manaus) e Cíntia Preis de Andrade Stramosk (Instituto Maria Auxiliadora).

 
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Última modificação em Quinta, 17 Mai 2018 13:28

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Literatura infantil: formando “leitores ativos”

Quarta, 16 Mai 2018 11:37 Escrito por  Equipes salesianas de comunicação*
Literatura infantil: formando “leitores ativos” Sala de Leitura no Colégio Salesiano Dom Bosco (Paralela) Foto: Divulgação
Como a literatura infantil é trabalhada e qual é sua importância na proposta educacional da escola? Esta foi a pergunta feita a algumas unidades da RSB-Escolas, que responderam apresentando os belos projetos desenvolvidos com os alunos.  

Parada da Leitura no IMA de Rio do Sul, SC

Qualificar o aluno para uma leitura fluente e, assim, desenvolver os processos de aprendizagem. Proporcionar momentos de lazer e acesso à cultura. Estimular o protagonismo e a autonomia dos alunos. Segundo a supervisora pedagógica do Instituto Maria Auxiliadora (IMA) de Rio do Sul, SC, Angela Fronza, estes são apenas alguns dos benefícios oferecidos pela literatura nos projetos do Ensino Fundamental I. “Sempre procuramos inovar nas iniciativas, para que os alunos ‘gostem’ cada vez mais de ler. É a leitura proficiente que garantirá seu bom desempenho escolar, assim como ter a leitura como sua companheira nas horas de lazer”, destaca.

 

Entre as iniciativas realizadas no IMA está a “Parada da Leitura”, ação que acontece quinzenalmente, onde as crianças podem trazer livros de casa ou pegar livros na biblioteca da escola. Todos se dirigem para o pátio da escola e escolhem diferentes lugares para simplesmente “curtir” o prazer de ler. Os alunos ficam totalmente à vontade para ler durante 30 minutos, fora da sala de aula, a literatura de sua preferência.

 

Também é realizado o “Concurso de Leitura”. Em cada trimestre é organizado um calendário e todas as turmas do 2º ao 5º ano participam. “Esta ação acontece geralmente no auditório da escola, onde é feito o uso do microfone, para que os alunos aprendam a ter uma postura adequada diante do público. São observados critérios como: tom de voz, fluência na leitura, pronúncia correta das palavras e entonação conforme a pontuação do texto”, explica Angela.

 

Outra ação desenvolvida em todas as turmas é a leitura de três títulos pré-selecionados pelas professoras, os quais devem abordar os seguintes temas: artes, valores humanos e um clássico. Trimestralmente é trabalhado um dos livros selecionados e, a partir da obra, são desenvolvidas várias ações, tais como: aprofundar o conhecimento sobre o autor, explorar a obra através de reflexões, pesquisas, releituras, enfim... vários tipos de propostas.

 

Colégio São Paulo de Ascurra estimula a leitura e a oratória

O Colégio São Paulo de Ascurra, SC, é outra unidade da RSB-Escolas que instiga o aluno a perceber-se como “leitor ativo”. A Tarde Literária, promovida há 10 anos, é um exemplo: o aluno é atuante em todo o processo, desde a escolha da obra literária até a apresentação final, no palco.

 

A cada ano novos desafios fazem com que os educadores e a coordenação pedagógica do Colégio repensem e busquem estratégias leitoras inovadoras, atraentes e estimulantes para o aluno. Este ano, um novo projeto foi lançado para estimular a leitura e o protagonismo dos alunos: o canal de vídeo “Contos e Encantos do CSP”, que utiliza a tecnologia para propagar a literatura. A coordenadora pedagógica, Graciana L. Lenzi, explica que o projeto “permitirá também que o aluno se descubra como um incentivador de novos leitores. Neste canal, os alunos da Educação Infantil e, principalmente, do Ensino Fundamental I, serão os protagonistas”. O projeto tem o objetivo de estimular a leitura e a oratória dos alunos, fazendo também com que criem um senso crítico das obras lidas e que, em forma de vídeo, possam transmitir suas impressões e compreensões das histórias.

 

Incentivo à leitura no Salesiano de Aracaju

“Acreditamos que a leitura é uma facilitadora do processo de ensino e aprendizagem, além de ser um instrumento importante para a apropriação de conhecimentos relativos ao mundo exterior. Ela desenvolve o senso crítico, o poder de argumentação, amplia e enriquece o vocabulário”, afirma Jane Célia de Aquino Gomes, coordenadora do Ensino Fundamental I no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora, de Aracaju, SE.

 

O colégio realiza vários projetos integrados. Na Roda de Leitura, semanalmente e em ambientes além da sala de aula (como biblioteca, área verde, laboratório de informática), os alunos têm contato com os diversos gêneros literários e socializam através de dramatização, dança, paródia, musicalização, recontos, entre outros.

 

Já a Mala Viajante é uma atividade desenvolvida semanalmente pelas turmas dos 2º e 3º anos, em que os alunos levam um livro surpresa para ler com a família. No Compartilhando Leituras, os alunos trazem o seu livro preferido para trocar com um colega, e ao final do trimestre acontece a Manhã Literária, onde cada turma escolhe um livro trabalhado para apresentar um reconto.

 

“Entendemos também que a leitura é um hábito que precisa de estímulo e motivação, por isso realizamos diferentes ações pedagógicas e criativas para tornar esse momento prazeroso e significativo despertando assim o interesse pela leitura”, completa Jane Célia.

 

Projeto Gente que Lê, no Instituto Nossa Senhora da Glória

No Instituto Nossa Senhora da Glória - INSG/Castelo – em Macaé, RJ, o projeto Gente Que Lê reúne o saber, o querer e o fazer dos alunos do Ensino Fundamental I por meio de uma ciranda literária. Cada turma recebe no início do ano letivo um acervo abrangendo diferentes tipos e gêneros literários e uma sacola para colocar o livro que semanalmente e/ou quinzenalmente (de acordo com a rotina da turma) vai para casa e é devolvido para troca em sala de aula. Ao longo do ano, cada aluno lê em média 35 títulos diferentes. A cada leitura é realizada uma atividade específica (escrita e/ou oral), orientada pela professora, que resulta em produções que promovem no aluno um domínio maior da escrita, da leitura e da expressão oral.

 

De acordo com a coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental I, Patrícia Certório, “o objetivo principal é formar leitores e incentivar o hábito de ler. E estamos conseguindo, pois as crianças até fazem com que pais que não têm esse costume passem a ler. O projeto faz com que as crianças tenham a oportunidade de explorar novos livros, escolher suas leituras, apreciar os efeitos que cada uma delas lhes traz, falar sobre essas sensações, recomendar leituras, desenvolvendo, ao longo do processo, gostos e preferências por obras, gêneros e autores”.

 

Sala de Leitura no Dom Bosco (Paralela), em Salvador

“Um leitor competente só pode constituir-se mediante uma prática constante de leitura”, afirma Denise Dantas, supervisora pedagógica do Ensino Fundamental 1 do Salesiano Dom Bosco (Paralela), em Salvador, BA. “Elaboramos um projeto de leitura com o objetivo de formar bons leitores, oferecendo livros de gêneros textuais diversos. Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; identifique elementos implícitos; estabeleça relações com outros textos já lidos; e consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos”, completa.

 

Desde a Educação Infantil, os alunos, possuem uma rotina de visita à Sala de Leitura infantil, convivem com livros de literatura em língua portuguesa e inglesa na sala de aula, no material didático curricular e no projeto Ciranda de Livros. No Ensino Fundamental 1, essa dinâmica continua e se expande. Livros de literatura específicos são adicionados e há um programa trimestral de estudo dirigido dos livros literários.

 

Há o projeto “Encontro com o autor” que acontece ao longo do ano, em momentos diferentes, e promove a aproximação de autores de livros infantis com os pequenos estudantes. Esse momento é sempre marcado pelo debate e pela interação sobre a produção literária. Outro momento importante é a “Feira de Livros”, evento que acontece no segundo semestre quando, durante uma semana, editoras, livrarias e autores independentes montam estandes na escola.

 

Além da grande biblioteca que fica localizada no centro do Colégio, existe a Sala de Leitura São Domingos Sávio, uma espécie de biblioteca infantil, com ambiente próprio para o incentivo à leitura das crianças. Nesse local, há obras literárias adaptadas para as faixas etárias, e arquitetura e mobiliário próprios que colaboram para a apreciação dos livros por pequenos estudantes.

 

No Auxiliadora de Manaus, projetos da Educação Infantil

No Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, em Manaus, AM, a Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Para atingir esse objetivo, são realizadas atividades pedagógico-pastorais diversificadas, cujo foco é propiciar às crianças o contato com a leitura através da contação de histórias e de rodas de leitura, dentre outras atividades.

 

Para a professora Kele Rejane da Silva Amorim (Infantil II), a literatura desenvolve diferentes habilidades nas crianças da Educação Infantil, como linguagem, interação entre os colegas e educadores, ampliação do vocabulário, criatividade e a descoberta do universo imaginário. Fazer dos momentos de leitura algo prazeroso e significativo, através do lúdico, é essencial. Dessa forma, ao apresentar o livro A menina e o mar, de Marta Lagarta - Editora Edebê -, a educadora trouxe para a sala de aula uma boneca, representando Theodora, a personagem principal da história, para partilhar as emoções das páginas do livro. O resultado foi surpreendente, pois as crianças mergulharam no mar de aventuras e imaginação apresentadas na obra.

 

Ao utilizar o livro Uma história de muitas cores, de Thiago Mazucato - Editora Edebê, a professora Ane Kelly de Lima Cunha (Infantil III) relatou que, por amor à Matemática, o autor resolveu dar vida às formas geométricas. A história encantou as crianças, pois a leitura extrapolou as páginas do livro. “Realizamos a dança das figuras, produzimos um mundo de formas através do desenho em grupo, pesquisamos nos ambientes da escola as figuras e formas geométricas”, relata a professora. Além disso, a história possibilitou experiências significativas como o jogo do contrário e a imaginação para criar e recriar um mundo fantástico de muitas cores.

 

O contato com a leitura proporciona a ampliação da percepção do mundo que está a nossa volta. Para as educadoras, quanto mais se proporcionarem momentos de leitura na escola, maiores serão as chances de integrar as crianças ao meio em que vivem e formar efetivamente bons cristãos e honestos cidadãos, um dos pilares da educação salesiana.

 

Momento de leitura no Salesiano Jardim Camburi

Com o objetivo de incentivar a leitura e torná-la parte do cotidiano do aluno, o Colégio Salesiano Jardim Camburi, em Vitória, ES, realiza a Ciranda Literária com os alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental I. Por meio da atividade, os educandos têm a oportunidade de ler, aproximadamente, um novo livro a cada dez dias. Após a leitura, eles são envolvidos em produções relacionadas à obra em questão. O projeto Ciranda Literária é desenvolvido durante todo o ano letivo e a seleção de livros indicados corresponde à quantidade de alunos por turma. Ao final da ciranda, todos os educandos da classe têm contato com as obras indicadas do acervo da Biblioteca.

 

Para os alunos do 1º ano, há o projeto Leitura em Família, desenvolvido desde 2014 para promover uma maior participação da família no processo de letramento das crianças e de encantamento pela leitura. São realizados encontros de leitores entre os alunos, contações de história com as famílias na escola e momentos de leitura semanais em casa, sempre acompanhados por algum familiar. Além disso, os participantes registram juntos os momentos de leitura em um caderno de atividades.

 

Graziani Palmejani, supervisora do 1º, 2º e 3º ano do Ensino Fundamental I, afirma que as professoras do segmento buscam utilizar a literatura relacionada aos conteúdos específicos de cada série. Após essa etapa, é criado junto com os alunos um projeto que será desenvolvido ao longo de uma etapa ou, conforme os objetivos, durante o ano letivo. “Como finalização, faz-se uma culminância de todas as atividades realizadas pelos alunos (musicais, artes cênicas, poemas, oficinas, pesquisas, criação de personagens com sucata, pintura sobre tela, dentre outras), com a participação das famílias, de palestrantes, de toda a equipe docente e da diretoria pedagógica”.

 

“A literatura infantil dá vida ao trabalho aqui realizado e auxilia o desenvolvimento integral das crianças. É visível a transformação dos alunos, que se envolvem com muita responsabilidade em todas as atividades propostas. As obras infantis são nossos ternos abraços, dobrados em todos os nossos pequenos educandos!”, finaliza.

 

Era uma vez...

A contação de histórias é uma das “marcas” das visitas técnico-pedagógicas realizadas às unidades da RSB-Escolas no Estado de São Paulo. A gestora do Polo SP, Meily Cassemiro Santos, conta por que.

 

Eu incluí a contação de histórias no “Bom Dia” e no “Boa Tarde” durante as visitas técnico-pedagógicas para as crianças e educadores da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I, porque estes momentos têm como objetivo educativo-pastoral acolher a todos com uma mensagem especial. A “acolhida” é uma prática realizada desde o primeiro Oratório, em Valdoco (Itália), tornando-se uma tradição da Família Salesiana. A contação de histórias, aliada a este momento, contribui para a avaliação e para a animação de toda a comunidade educativa.

Escolho os textos a partir da minha experiência como educadora salesiana, trazendo temas relacionados às virtudes, à ajuda ao próximo, às boas atitudes... Também gosto de resgatar histórias e canções infantis que minha mãe, tia, avó e professoras contavam quando eu era criança.

Inicio com uma alegre saudação cantada. Caso o texto esteja registrado em um livro eu o apresento para o público e em seguida conto a história de “cor” (de coração), utilizando diferentes caracterizações coloridas e infantis, objetos, bonecos e instrumentos musicais. Sigo com algumas questões reflexivas, combino um gesto concreto com as crianças, sempre com o propósito de fazer o bem ao próximo. Logo, faço com todos uma oração final de agradecimento pelas graças diárias.

A importância da literatura no processo de ensino aprendizagem ultrapassa as fronteiras do ambiente escolar, pois ser leitor é apreender as entrelinhas que subjazem no território dos textos de natureza diversa: escrito, oral, artístico, imagético. Ainda é importante esclarecer que a literatura infantil é fundamentalmente ligada às manifestações da tradição popular. Nesse sentido, apresento minhas memórias de leitura; meu repertório de contos, poemas, parlendas, canções folclóricas e religiosas infantis... Tal percurso quase sempre começa com “era uma vez...” e alcança as promessas de um final feliz.

 

*Colaboraram nesta matéria: Gigliola Sena (Colégio Salesiano Dom Bosco – Paralela), Marianna Rosa Silva (Colégio Salesiano Jardim Camburi), Moira Paula (Instituto Nossa Senhora da Glória), Andreza Nonato (Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora - Aracaju), Rafaello Furlani Destéfani (Colégio São Paulo Ascurra), Anderson Nogueira (Colégio Nossa Senhora Auxiliadora – Manaus) e Cíntia Preis de Andrade Stramosk (Instituto Maria Auxiliadora).

 
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