Gratidão, fidelidade, profecia!

Terça, 18 Julho 2017 12:32 Escrito por  Ir. Alaíde Deretti, FMA
Gratidão, fidelidade, profecia! A imagem de Nossa Senhora Auxiliadora que acompanhou as primeiras missionárias FMA ao Uruguai
Todas as comunidades das Filhas de Maria Auxiliadora, espalhadas nos cinco continentes, viveram em 14 de novembro de 2016 a inauguração oficial do ano que celebra os 140º aniversário da primeira Expedição Missionária das FMA. Com o envio das primeiras seis FMA, o espirito de Mornese cruzou o oceano para o desconhecido “mundo novo” e, além dos confins da Europa, o carisma de Dom Bosco e de Madre Mazzarello encontrou uma terra fecunda e hospitaleira para crescer e fazer-se dom de graça e de bênçãos. Na América do Sul, as FMA deram alegria e esperança a uma multidão de crianças, jovens, mulheres, familias, migrantes... no Uruguai, as primeiras irmãs viveram o ser missionárias de esperança e de alegria, e as suas mãos tornaram-se industriosas porque traziam no coração a herança dos fundadores: um forte impulso missionário!  

O ano de preparação ao 140° aniversário tem um belo percurso de envolvimento das comunidades educativas, com uma única meta: formar uma Grande Expedição Missionária.

 

Papa Francisco reitera com frequência que sonha e deseja uma “Igreja em saída”. Também o Instituto das FMA sonha e deseja ser, com a Igreja e na Igreja, um Instituto “em saída” missionária. Portanto, a grande expedição missionária tem como ponto de chegada reunir os diversos grupos missionários, os grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM), o Voluntariado Missionário, as Ex-alunas/os, todas as FMA e, em modo particular, as FMA missionárias ad gentes. O augurio é que nenhuma FMA e nenhum dos diversos grupos fiquem fora dessa expedição missionária!

 

Todos estão convidados a prepararem-se com alegria para partir… embora permanecendo no lugar de missão onde se encontram no momento presente. Abramos a mente e o coração em direção ao horizonte da missão e respondamos SIM ao chamado do Senhor que se renova ao amanhecer de cada novo dia. Não é necessário levar grandes bagagens... é suficiente ter um coração aberto, um olhar amplo, sem fronteiras, que nos permita ser, com os jovens, missionárias e missionários de esperança e de alegria. Basta-nos despertar em nossos corações o fogo e o dinamismo do “Da mihi animas cetera tolle” e do “A ti as confio”, para suscitar uma resposta alegre e credível.

 

Maria Auxiliadora

Este forte impulso missionário tem suas raízes no coração dos nossos fundadores: Dom Bosco e Madre Mazzarello que, dia 14 de novembro de 1877,viram partir de Gênova, na Itália, para o Uruguai, seis FMA ainda jovens, sem uma preparação especial: Ir. Angela Vallese (23 anos), Ir. Giovanna Borgna (17 anos), Ir. Angela Cassulo (25 anos), Ir. Angela Denegri (17 anos), Ir. Teresa Gedda (25 anos) e Ir. Teresina Mazzarello (17 anos). Mesmo sendo muito jovens de idade e de profissão religiosa, todas já tinham selado no próprio coração um Sim que se traduziu em coragem, em desapego sereno, em resposta alegre à missão ad gentes.

 

Entre os episódios que marcaram a primeira expedição missionária, encontramos um muito simpático, mas também muito significativo, colhido da Cronistória (Volume II): Pouco depois, enquanto estão ainda todos ao redor dos Superiores para estes últimos momentos de despedida, apresenta-se Dom Cagliero com uma linda pintura sobre um quadro: Maria Auxiliadora, que tem nos braços um gracioso Menino sorridente. “Robei na Sacristia de Valdocco – dice brincando – o robei para vocês. Foi pintado por um Senhor que sofria um mal nos olhos e estava para tornar-se cego. Recorreu a Dom Bosco o qual, depois de tê-lo ajudado um pouco a conduzir o pincel sobre a tela, o abençoou. Naquele momento o homem ficou perfeitamente são e nos deu de presente esta Nossa Senhora assim tão bonita”. É portanto um quadro milagroso: nos dá alegria só em vê-lo! Dom Bosco o abençoou novamente e o envia às missionárias. “Levai-o, e que Nossa Senhora vos abençoe e vos acompanhe na vossa viagem”.

 

Esta pintura de Maria Auxiliadora com o Menino que sorri encontra-se ainda hoje em Villa Colón (Montevidéu, Uruguai), justamente na capela da Casa Inspetorial da Inspetoria Imaculada Conceição.É bonito constatar que as primeiras jovens missionárias partiram em boa companhia! E o Menino que sorria já em 1877 porque estava feliz de poder atravessar o oceano e ir ao encontro de tantos jovens, de tantas pessoas desejosas de “vida e vida em abundância”, sorri ainda hoje...

 

Testemunho

Ao mesmo tempo em que o Instituto das FMA celebra os 140 anos da primeira Expedição Missionária, as FMA do Uruguai celebram o 140° aniversário de presença naquela Nação. Partilhamos um testemunho vindo da Inspetoria Imaculada Conceição (URU) que se refere às “pegadas” deixadas pelas seis primeiras missionárias naquela realidade.

 

“Em Uruguai tivemos o privilégio de receber o primeiro grupo de irmãs missionárias que deixaram Mornese em 1877, e também as irmãs da segunda expedição missionária de 1879, que viveram e foram formadas à escola de Maria Domingas Mazzarello e da primeira comunidade. Quais “pegadas” nos deixaram?

 

A primeira é a simplicidade de vida, a simplicidade mornesina que tornava possível a familiaridade nas relações interpessoais, a aproximação e a espontaneidade. Isto se manifesta claramente nas cartas das primeiras missionárias quando escrevem a Madre Mazzarello. A simplicidade permitiu a elas viverem com alegria o trabalho sacrificado e a pobreza daqueles tempos.

 

Além disso, também um forte sentido de pertença ao Instituto,o amor a Dom Bosco e a Madre Mazzarello. É notável que, apesar dos poucos meios daquele tempo, elas permaneceram fiéis ao carisma e também o enriqueceram com as caracteríisticas da nossa própria cultura. E não somente isso: conseguiram transmiti-lo às novas gerações e aos jovens. Sim, os jovens do Uruguai ainda hoje vibram pelo carisma e pela espiritualidade salesiana, também eles se sentem ‘filhas e filhos’ de Main.”

 

Portanto esperamos todas e todos, juntos, para participarem da Grande Expedição Missionária, dia 14 de novembro 2017, levando nas mãos e no coração os frutos do caminho missionário feito de gratidão, de fidelidade e de profecia: “Com o olhar sem fronteiras, junto aos jovens, missionárias de esperança e de alegria!”.

 

Irmã Alaíde Deretti, FMA, é conselheira geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para o Âmbito das Missões.

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Última modificação em Quarta, 09 Agosto 2017 21:19

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Gratidão, fidelidade, profecia!

Terça, 18 Julho 2017 12:32 Escrito por  Ir. Alaíde Deretti, FMA
Gratidão, fidelidade, profecia! A imagem de Nossa Senhora Auxiliadora que acompanhou as primeiras missionárias FMA ao Uruguai
Todas as comunidades das Filhas de Maria Auxiliadora, espalhadas nos cinco continentes, viveram em 14 de novembro de 2016 a inauguração oficial do ano que celebra os 140º aniversário da primeira Expedição Missionária das FMA. Com o envio das primeiras seis FMA, o espirito de Mornese cruzou o oceano para o desconhecido “mundo novo” e, além dos confins da Europa, o carisma de Dom Bosco e de Madre Mazzarello encontrou uma terra fecunda e hospitaleira para crescer e fazer-se dom de graça e de bênçãos. Na América do Sul, as FMA deram alegria e esperança a uma multidão de crianças, jovens, mulheres, familias, migrantes... no Uruguai, as primeiras irmãs viveram o ser missionárias de esperança e de alegria, e as suas mãos tornaram-se industriosas porque traziam no coração a herança dos fundadores: um forte impulso missionário!  

O ano de preparação ao 140° aniversário tem um belo percurso de envolvimento das comunidades educativas, com uma única meta: formar uma Grande Expedição Missionária.

 

Papa Francisco reitera com frequência que sonha e deseja uma “Igreja em saída”. Também o Instituto das FMA sonha e deseja ser, com a Igreja e na Igreja, um Instituto “em saída” missionária. Portanto, a grande expedição missionária tem como ponto de chegada reunir os diversos grupos missionários, os grupos da Infância e Adolescência Missionária (IAM), o Voluntariado Missionário, as Ex-alunas/os, todas as FMA e, em modo particular, as FMA missionárias ad gentes. O augurio é que nenhuma FMA e nenhum dos diversos grupos fiquem fora dessa expedição missionária!

 

Todos estão convidados a prepararem-se com alegria para partir… embora permanecendo no lugar de missão onde se encontram no momento presente. Abramos a mente e o coração em direção ao horizonte da missão e respondamos SIM ao chamado do Senhor que se renova ao amanhecer de cada novo dia. Não é necessário levar grandes bagagens... é suficiente ter um coração aberto, um olhar amplo, sem fronteiras, que nos permita ser, com os jovens, missionárias e missionários de esperança e de alegria. Basta-nos despertar em nossos corações o fogo e o dinamismo do “Da mihi animas cetera tolle” e do “A ti as confio”, para suscitar uma resposta alegre e credível.

 

Maria Auxiliadora

Este forte impulso missionário tem suas raízes no coração dos nossos fundadores: Dom Bosco e Madre Mazzarello que, dia 14 de novembro de 1877,viram partir de Gênova, na Itália, para o Uruguai, seis FMA ainda jovens, sem uma preparação especial: Ir. Angela Vallese (23 anos), Ir. Giovanna Borgna (17 anos), Ir. Angela Cassulo (25 anos), Ir. Angela Denegri (17 anos), Ir. Teresa Gedda (25 anos) e Ir. Teresina Mazzarello (17 anos). Mesmo sendo muito jovens de idade e de profissão religiosa, todas já tinham selado no próprio coração um Sim que se traduziu em coragem, em desapego sereno, em resposta alegre à missão ad gentes.

 

Entre os episódios que marcaram a primeira expedição missionária, encontramos um muito simpático, mas também muito significativo, colhido da Cronistória (Volume II): Pouco depois, enquanto estão ainda todos ao redor dos Superiores para estes últimos momentos de despedida, apresenta-se Dom Cagliero com uma linda pintura sobre um quadro: Maria Auxiliadora, que tem nos braços um gracioso Menino sorridente. “Robei na Sacristia de Valdocco – dice brincando – o robei para vocês. Foi pintado por um Senhor que sofria um mal nos olhos e estava para tornar-se cego. Recorreu a Dom Bosco o qual, depois de tê-lo ajudado um pouco a conduzir o pincel sobre a tela, o abençoou. Naquele momento o homem ficou perfeitamente são e nos deu de presente esta Nossa Senhora assim tão bonita”. É portanto um quadro milagroso: nos dá alegria só em vê-lo! Dom Bosco o abençoou novamente e o envia às missionárias. “Levai-o, e que Nossa Senhora vos abençoe e vos acompanhe na vossa viagem”.

 

Esta pintura de Maria Auxiliadora com o Menino que sorri encontra-se ainda hoje em Villa Colón (Montevidéu, Uruguai), justamente na capela da Casa Inspetorial da Inspetoria Imaculada Conceição.É bonito constatar que as primeiras jovens missionárias partiram em boa companhia! E o Menino que sorria já em 1877 porque estava feliz de poder atravessar o oceano e ir ao encontro de tantos jovens, de tantas pessoas desejosas de “vida e vida em abundância”, sorri ainda hoje...

 

Testemunho

Ao mesmo tempo em que o Instituto das FMA celebra os 140 anos da primeira Expedição Missionária, as FMA do Uruguai celebram o 140° aniversário de presença naquela Nação. Partilhamos um testemunho vindo da Inspetoria Imaculada Conceição (URU) que se refere às “pegadas” deixadas pelas seis primeiras missionárias naquela realidade.

 

“Em Uruguai tivemos o privilégio de receber o primeiro grupo de irmãs missionárias que deixaram Mornese em 1877, e também as irmãs da segunda expedição missionária de 1879, que viveram e foram formadas à escola de Maria Domingas Mazzarello e da primeira comunidade. Quais “pegadas” nos deixaram?

 

A primeira é a simplicidade de vida, a simplicidade mornesina que tornava possível a familiaridade nas relações interpessoais, a aproximação e a espontaneidade. Isto se manifesta claramente nas cartas das primeiras missionárias quando escrevem a Madre Mazzarello. A simplicidade permitiu a elas viverem com alegria o trabalho sacrificado e a pobreza daqueles tempos.

 

Além disso, também um forte sentido de pertença ao Instituto,o amor a Dom Bosco e a Madre Mazzarello. É notável que, apesar dos poucos meios daquele tempo, elas permaneceram fiéis ao carisma e também o enriqueceram com as caracteríisticas da nossa própria cultura. E não somente isso: conseguiram transmiti-lo às novas gerações e aos jovens. Sim, os jovens do Uruguai ainda hoje vibram pelo carisma e pela espiritualidade salesiana, também eles se sentem ‘filhas e filhos’ de Main.”

 

Portanto esperamos todas e todos, juntos, para participarem da Grande Expedição Missionária, dia 14 de novembro 2017, levando nas mãos e no coração os frutos do caminho missionário feito de gratidão, de fidelidade e de profecia: “Com o olhar sem fronteiras, junto aos jovens, missionárias de esperança e de alegria!”.

 

Irmã Alaíde Deretti, FMA, é conselheira geral do Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora para o Âmbito das Missões.

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