Você sabe que 450 milhões de meninos e meninas vivem na pobreza? Milhões de menores, portanto, que não podem ser crianças, pois devem cuidar de seus irmãos, ir em busca de água para a família, trabalhar para levar dinheiro para casa, tentar a vida nas ruas. Em vez de ir à escola e brincar, seu dia a dia é dedicado à sobrevivência.
Você sabe que milhões de crianças sofrem com as guerras e a violência? “Mais de 11.000 crianças morreram na Guerra Civil da Síria, que começou há quase três anos, e centenas delas foram vítimas de franco-atiradores ou assassinadas seletivamente”.
Você sabe que milhares de crianças são assassinadas pelos próprios pais por causa de crença de que são bruxas? “Fui posto para fora de casa por ter sido acusado de ser bruxo”, explica um menino. São os “filhos esquecidos da África”.
Você sabe que são 40 mil meninos e meninas que morrem todos os dias por falta de comida? Morrem todos os dias por desnutrição e por diversas doenças, pela síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS), pela falta de água potável e de saneamento adequado e pelos efeitos do problema da droga.
É muito difícil celebrar o “dia internacional da infância” quando se toca com mãos o sofrimento de milhões de crianças.
Apesar do panorama sombrio, as palavras do Papa Francisco enchem-nos de esperança. Trata-se da resposta do Santo Padre a William, um menino dos Estados Unidos, que perguntou: “Querido Papa Francisco, se você pudesse fazer um milagre, qual seria?”. A resposta não surpreende porque o coração do Papa palpita com o sofrimento das crianças: “Querido William, eu curaria as crianças. Entretanto, não posso entender bem porque as crianças sofrem. Para mim é um mistério. Rezo com esta pergunta: por que as crianças sofrem? É o meu coração que pergunta. Jesus chorou e, ao chorar, compreendeu nossos dramas. Se pudesse fazer um milagre, curaria todas as crianças”.
“Neste ano, escreve o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon, desejo insistir na importância de não esquecer as crianças despojadas de sua liberdade”.