Maria Elisa Antonelli: “Aprendi a valorizar cada conquista”

Segunda, 20 Junho 2016 19:49 Escrito por  Diego Gavazzi
Maria Elisa Antonelli: “Aprendi a valorizar cada conquista” Divulgação - CBV
Olhos verdes, rara simpatia, constante disponibilidade, talento precoce. “Aos 8 anos, já tinha uma habilidade fora do comum, uma 'fome' imensa de bola e um espírito agregador impressionante”. Shirlei Gastão, ex-professora do Instituto São José - Salesiano em Resende, no interior do Rio de Janeiro, se refere a uma antiga aluna, que ainda criança já se mostrava diferenciada quando o assunto era esporte. E de destaque na escola, ela avançaria até se tornar a melhor do mundo. O nome? Maria Elisa Ticon Antonelli Mendes, uma das principais jogadoras brasileiras de vôlei de praia.

Nascida e criada em Resende, Maria Elisa estudou no Instituto São José entre 1990 e 2001, quando concluiu o Ensino Médio. Foi lá que tudo começou. “Ainda criança já gostava muito de esportes, no recreio ficava o tempo todo jogando futebol, vôlei, espiribol ... o espaço privilegiado do Salesiano é um convite à prática esportiva”, lembra Maria Elisa. Nas olimpíadas internas, sempre se destacou. Certa vez, num jogo de vôlei, ajudou a conquistar um ponto para o time ao salvar com os pés uma bola praticamente perdida. O árbitro da partida, professor de Educação Física da escola, interrompeu a disputa para elogiar Maria Elisa e citá-la como exemplo de atleta, utilizando aquela atitude para ensinar a todos que no esporte nunca se deve desistir.

O interesse maior pelo vôlei veio com a mãe, que por recreação jogava todo fim de semana em um clube perto da casa da família. Assim, intensificou os treinamentos na escola e logo chamou a atenção dos professores, principalmente de Shirlei Gastão, uma das principais incentivadoras. “Quando ela entrou na escolinha já dizia que tinha vontade de ser jogadora profissional. Além do talento e da habilidade, era muito humilde e companheira. Nunca menosprezou ou criticou as colegas que não jogavam tão bem, pelo contrário, sempre procurava ajudar”, recorda Shirlei. “Agradeço à Shirlei e a todos os educadores pela base esportiva que tive no colégio. Os treinamentos, as disputas, os torneios municipais e regionais, as viagens que fiz, tudo isso foi fundamental para moldar a pessoa e a jogadora que sou hoje”, confessa Maria Elisa.

 

Conquistas

Aos 14 anos, foi aprovada logo na primeira tentativa em uma peneira de vôlei de quadra em um time de ponta de Osasco, SP. Permaneceu no clube por um ano. Aos 17, deu os primeiros passos no vôlei de praia. Venceu um torneio regional, promovido por uma emissora de televisão. No início, tirava do bolso os recursos para as viagens, inclusive para jogos em outros estados e até no exterior. Com os bons resultados, vieram os patrocínios. E as conquistas.

Ao lado de Val, venceu a etapa da Noruega do Circuito Mundial de 2008. No ano seguinte, já com Talita como parceira, foi campeã e melhor jogadora do Circuito Brasileiro e medalha de bronze no Campeonato Mundial. Venceu o torneio “Rainha da Praia” em 2010, e foi vice-campeã do Circuito Mundial em 2009 e 2010. Em 2012, um dos ápices: ainda ao lado de Talita, representou o Brasil nas Olimpíadas de Londres, na Inglaterra. “Foi a experiência mais incrível de toda minha vida. E percebi como os tempos de escola ainda têm influência sobre mim. Digo isso porque quando vi a tocha olímpica se aproximando, me lembrei de todas as cerimônias de abertura das olimpíadas da escola que participei, e de quando conduzi a tocha na terceira série do Ensino Médio. Competir em Londres foi a realização de um sonho”, diz a atleta, que terminou em nono lugar no torneio.

 

Novos tempos

Em 2013, iniciou a parceria com Juliana, que havia feito história no vôlei de praia ao lado de Larissa. E no ano seguinte, o topo do mundo: título incontestável do Circuito Mundial. “Esse título sem dúvida foi especial, mas aprendi a valorizar cada conquista. Desde que fui campeã carioca sub-21, brasileira sub-21, até os triunfos profissionais, considero todos muito importantes, aprecio cada momento para viver minha profissão plenamente”.

Hoje, aos 32 anos, Maria Elisa mora e treina no Rio de Janeiro. Ao lado da nova parceira Lili, é suplente do Brasil para as Olimpíadas 2016. As representantes serão Talita/Larissa e Ágatha/Bárbara Seixas.

Aos novos atletas, ela deixa uma mensagem de incentivo e perseverança. “Corram atrás de seus sonhos. Nem sempre será fácil, mas sejam obstinados e persistentes, o resultado vai aparecer”. E manda um recado para os alunos salesianos de hoje em todo o Brasil. “O ambiente salesiano é diferente. Por isso, aproveite. Brinque muito, curta esse carinho que só uma escola salesiana pode oferecer. Respeite seu professor, seu treinador. E faça amigos. Fiz muitos durante toda minha vida, mas os meus melhores amigos ainda são aqueles que aprendi a amar no Salesiano. E sejam felizes”, conclui. Uma atleta campeã, uma jogadora talentosa. Mas, acima de tudo, uma boa cristã e honesta cidadã!

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Maria Elisa Antonelli: “Aprendi a valorizar cada conquista”

Segunda, 20 Junho 2016 19:49 Escrito por  Diego Gavazzi
Maria Elisa Antonelli: “Aprendi a valorizar cada conquista” Divulgação - CBV
Olhos verdes, rara simpatia, constante disponibilidade, talento precoce. “Aos 8 anos, já tinha uma habilidade fora do comum, uma 'fome' imensa de bola e um espírito agregador impressionante”. Shirlei Gastão, ex-professora do Instituto São José - Salesiano em Resende, no interior do Rio de Janeiro, se refere a uma antiga aluna, que ainda criança já se mostrava diferenciada quando o assunto era esporte. E de destaque na escola, ela avançaria até se tornar a melhor do mundo. O nome? Maria Elisa Ticon Antonelli Mendes, uma das principais jogadoras brasileiras de vôlei de praia.

Nascida e criada em Resende, Maria Elisa estudou no Instituto São José entre 1990 e 2001, quando concluiu o Ensino Médio. Foi lá que tudo começou. “Ainda criança já gostava muito de esportes, no recreio ficava o tempo todo jogando futebol, vôlei, espiribol ... o espaço privilegiado do Salesiano é um convite à prática esportiva”, lembra Maria Elisa. Nas olimpíadas internas, sempre se destacou. Certa vez, num jogo de vôlei, ajudou a conquistar um ponto para o time ao salvar com os pés uma bola praticamente perdida. O árbitro da partida, professor de Educação Física da escola, interrompeu a disputa para elogiar Maria Elisa e citá-la como exemplo de atleta, utilizando aquela atitude para ensinar a todos que no esporte nunca se deve desistir.

O interesse maior pelo vôlei veio com a mãe, que por recreação jogava todo fim de semana em um clube perto da casa da família. Assim, intensificou os treinamentos na escola e logo chamou a atenção dos professores, principalmente de Shirlei Gastão, uma das principais incentivadoras. “Quando ela entrou na escolinha já dizia que tinha vontade de ser jogadora profissional. Além do talento e da habilidade, era muito humilde e companheira. Nunca menosprezou ou criticou as colegas que não jogavam tão bem, pelo contrário, sempre procurava ajudar”, recorda Shirlei. “Agradeço à Shirlei e a todos os educadores pela base esportiva que tive no colégio. Os treinamentos, as disputas, os torneios municipais e regionais, as viagens que fiz, tudo isso foi fundamental para moldar a pessoa e a jogadora que sou hoje”, confessa Maria Elisa.

 

Conquistas

Aos 14 anos, foi aprovada logo na primeira tentativa em uma peneira de vôlei de quadra em um time de ponta de Osasco, SP. Permaneceu no clube por um ano. Aos 17, deu os primeiros passos no vôlei de praia. Venceu um torneio regional, promovido por uma emissora de televisão. No início, tirava do bolso os recursos para as viagens, inclusive para jogos em outros estados e até no exterior. Com os bons resultados, vieram os patrocínios. E as conquistas.

Ao lado de Val, venceu a etapa da Noruega do Circuito Mundial de 2008. No ano seguinte, já com Talita como parceira, foi campeã e melhor jogadora do Circuito Brasileiro e medalha de bronze no Campeonato Mundial. Venceu o torneio “Rainha da Praia” em 2010, e foi vice-campeã do Circuito Mundial em 2009 e 2010. Em 2012, um dos ápices: ainda ao lado de Talita, representou o Brasil nas Olimpíadas de Londres, na Inglaterra. “Foi a experiência mais incrível de toda minha vida. E percebi como os tempos de escola ainda têm influência sobre mim. Digo isso porque quando vi a tocha olímpica se aproximando, me lembrei de todas as cerimônias de abertura das olimpíadas da escola que participei, e de quando conduzi a tocha na terceira série do Ensino Médio. Competir em Londres foi a realização de um sonho”, diz a atleta, que terminou em nono lugar no torneio.

 

Novos tempos

Em 2013, iniciou a parceria com Juliana, que havia feito história no vôlei de praia ao lado de Larissa. E no ano seguinte, o topo do mundo: título incontestável do Circuito Mundial. “Esse título sem dúvida foi especial, mas aprendi a valorizar cada conquista. Desde que fui campeã carioca sub-21, brasileira sub-21, até os triunfos profissionais, considero todos muito importantes, aprecio cada momento para viver minha profissão plenamente”.

Hoje, aos 32 anos, Maria Elisa mora e treina no Rio de Janeiro. Ao lado da nova parceira Lili, é suplente do Brasil para as Olimpíadas 2016. As representantes serão Talita/Larissa e Ágatha/Bárbara Seixas.

Aos novos atletas, ela deixa uma mensagem de incentivo e perseverança. “Corram atrás de seus sonhos. Nem sempre será fácil, mas sejam obstinados e persistentes, o resultado vai aparecer”. E manda um recado para os alunos salesianos de hoje em todo o Brasil. “O ambiente salesiano é diferente. Por isso, aproveite. Brinque muito, curta esse carinho que só uma escola salesiana pode oferecer. Respeite seu professor, seu treinador. E faça amigos. Fiz muitos durante toda minha vida, mas os meus melhores amigos ainda são aqueles que aprendi a amar no Salesiano. E sejam felizes”, conclui. Uma atleta campeã, uma jogadora talentosa. Mas, acima de tudo, uma boa cristã e honesta cidadã!

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