Protagonismo juvenil na prática

Quinta, 09 Abril 2015 10:53 Escrito por  RSE Informa
Protagonismo juvenil na prática RSE Informa
  Dando continuidade à série de entrevistas especiais com ex-alunos que têm a educação salesiana como importante referência em suas vidas, o RSE Informa entrevista nesta edição o jovem Renan Luís Silva.


Coordenador do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (AJS), Renan tem 20 anos e cursou o ensino médio no Instituto Maria Auxiliadora de Rio do Sul, SC. Além da missão à frente da AJS, Renan é articulador do Espaço Jovem Domingos Sávio, em Rio do Sul, e estuda Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Catarina.
 

Nesta entrevista, ele conta como teve contato com a AJS e os valores salesianos, relembra bons momentos vividos na escola e explica como funciona o Conselho Nacional da AJS. Renan também partilha sua visão sobre protagonismo juvenil e manda um recado aos alunos da RSE: "Aproveitem o espaço e as atividades da AJS, porque são de vocês. Somos nós que construímos".
 

RSE Informa: Como você conheceu a AJS e o que, ao início, chamou a sua atenção neste "movimento"?

Renan Silva: Tive o primeiro contato com a AJS no ensino médio, quando iniciei meus estudos no Instituto Maria Auxiliadora, em 2010. Fiquei interessado em participar em alguns grupos, mas como eu trabalhava no horário, à tarde, não era possível. Entretanto, como comecei a tocar contrabaixo, fui convidado a entrar na banda da escola, que também fazia parte dos grupos da AJS.
 

No início, isso não fazia diferença para mim, pois estava interessado realmente nas atividades da banda em si. Vieram convites da Pastoral Escolar para outros encontros, envolvendo todos os grupos da escola, e me esquivei de início, até que deixei a resistência de lado e resolvi participar.
 

Gostei muito do forte sentimento de acolhida e da experiência de estar junto a alunos de outras turmas de diversas idades e diferentes dons.
 

RSE Informa: Fale um pouco da AJS da sua escola. Quais atividades eram realizadas?

Renan Silva: A AJS promovia grupos de interesse, como rádio escolar, banda, esportes, jogos, leitura, teatro, entre outros. A partir destes grupos, os membros eram convidados a participar de itinerários de formação, realizados na escola, onde, além da parte formativa, havia animação, brincadeiras e jogos. Os jovens com mais caminhada participavam também de encontros da AJS em nível estadual e inspetorial, e de ações na Igreja.
 

RSE Informa: Como você enxerga a sua passagem pela escola salesiana?
 

Renan Silva: Nasci em Curitiba e morei nesta cidade por dez anos. Em 2006, minha família se mudou para Rio do Sul, SC. Após visitar algumas escolas, escolhi o Instituto Maria Auxiliadora para cursar a quinta série. Ao final deste ano, acabei me mudando para a região norte do país. Em 2010, retornei para Rio do Sul e escolhi novamente o IMA, desta vez para cursar o ensino médio.
 

Senti-me muito feliz com este retorno, pois a primeira passagem pela escola tinha sido muito positiva para mim, que era um aluno novo e que vinha de uma outra cidade. Esta situação acabou se repetindo e a acolhida de toda a equipe educacional e de todos os colegas me proporcionou uma rápida adaptação ao ambiente escolar.
 

O que mais me atraía no IMA era, além da formação escolar, foi a formação humana à qual os alunos estavam sujeitos, que eu acredito que faz toda a diferença no processo educativo.
 

RSE Informa: Entre os bons momentos que você viveu na escola, existe alguma vivência com lugar especial na memória? Conte-nos.
 

Renan Silva: A turma que eu encontrei quando iniciei o ensino médio no IMA era fantástica. Os alunos conseguiam um equilíbrio muito bom entre a dedicação e a descontração. Éramos muito alegres, em um clima de família, mas sabíamos separar o tempo necessário para os estudos, tanto que tínhamos a média de notas mais alta da escola.
 

Esta vivência foi tão marcante que fizemos uma Cápsula do Tempo, que juntou cartas e objetos da turma, a ser aberta em 2022, ano do centenário do IMA e 10 anos após a nossa formatura.
 

RSE Informa: Pensando no contexto da Campanha da Fraternidade 2015, qual a importância de redes como a AJS para a sociedade?
 

Renan Silva: A Campanha da Fraternidade nos trouxe uma reflexão pertinente sobre a sociedade em que vivemos, a Igreja que temos e como os cristãos devem encarar as problemáticas que o mundo nos apresenta.
 

Neste contexto, é notável a realidade de exclusão que muitos indivíduos sofrem. A AJS, sendo uma experiência associativa, tem condições de ir em busca de jovens das periferias, sejam as geográficas ou existenciais (como diz o Papa Francisco) e colocar em prática os ensinamentos de Dom Bosco para fins de inclusão: educativa e evangelizadora.
 

RSE Informa: Como foi seu primeiro contato com a história e os valores de Dom Bosco? Qual é a sua relação com a figura deste santo que neste ano completa 200 anos?
 

Renan Silva: A presença em uma escola salesiana dá contato com a história de Dom Bosco e da Família Salesiana em momentos formativos e de reflexão. Após eu ter a vivência na AJS, esta história fez muito mais sentido, porque comecei a notar os traços de sua pedagogia no meu ambiente.
 

É fascinante perceber como Dom Bosco esteve muito à frente do seu tempo no que diz respeito à educação e evangelização dos jovens, principalmente dos mais carentes. Conhecer sua obra e seu carisma me dá ânimo e amparo para o seguimento de Jesus Cristo ao estilo salesiano.
 

RSE Informa: Na educação salesiana, muito se fala em protagonismo juvenil. Para você, qual a importância de levar o jovem a se tornar protagonista na sua escola ou na sociedade? Como incentivá-lo?
 

Renan Silva: Pessoalmente, acredito que todos nós devemos ser protagonistas de nossas próprias vidas. Sendo assim, é preciso promover este protagonismo desde a juventude: dar oportunidades para que os jovens possam ter responsabilidades, fazendo-os descobrir o valor de si e do outro e também desenvolvendo habilidades. O papel de assessoria, seja leiga ou religiosa, é muito importante neste contexto. Não pode haver um “paternalismo”, mas sim um acompanhamento em vista do crescimento harmonioso de todos os envolvidos no processo.
 

RSE Informa: Você acaba de ser eleito coordenador do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana. Fale um pouco sobre as atividades do Conselho e suas perspectivas nesta nova missão.
 

Renan Silva: O Conselho Nacional da AJS foi formado em 2012, na ocasião do Encontro Mundial do Movimento Juvenil Salesiano que ocorreu em Niterói, RJ, em 2013, paralelamente à Jornada Mundial da Juventude. Participo do Conselho desde 2014 e fui eleito coordenador para o ano de 2015. O Conselho Nacional anima os Conselhos Inspetoriais e representa a AJS nos contextos culturais, políticos, sociais e religiosos. Creio que a atividade do Conselho é altamente enriquecedora para a Articulação da Juventude Salesiana no Brasil. Nosso país é muito grande e rico, e o Conselho é uma ferramenta que promove o intercâmbio e o consequente aprimoramento das experiências de salesianidade e associacionismo juvenil.
 

RSE Informa: O que você diria para os alunos da RSE que estudam em colégios onde a AJS está presente e têm interesse em conhecer melhor esse trabalho? O que a AJS pode oferecer para a vida dos nossos jovens?
 

Renan Silva: Minha mensagem para os jovens é que aproveitem o espaço e as atividades da AJS, porque são de vocês. Somos nós que construímos. É uma oportunidade de fazer aquilo que gostamos e aprender coisas novas, além de poder conhecer pessoas, fazer amizades. Algo que me deixa muito feliz nos encontros da AJS é encontrar jovens que passam pela mesma experiência que eu, mas que são de outra cidade, outro estado. Você percebe que faz parte de algo maior.
 

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Última modificação em Sexta, 10 Abril 2015 14:18

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Quinta, 09 Abril 2015 10:53 Escrito por  RSE Informa
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  Dando continuidade à série de entrevistas especiais com ex-alunos que têm a educação salesiana como importante referência em suas vidas, o RSE Informa entrevista nesta edição o jovem Renan Luís Silva.


Coordenador do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana (AJS), Renan tem 20 anos e cursou o ensino médio no Instituto Maria Auxiliadora de Rio do Sul, SC. Além da missão à frente da AJS, Renan é articulador do Espaço Jovem Domingos Sávio, em Rio do Sul, e estuda Ciências Sociais na Universidade Federal de Santa Catarina.
 

Nesta entrevista, ele conta como teve contato com a AJS e os valores salesianos, relembra bons momentos vividos na escola e explica como funciona o Conselho Nacional da AJS. Renan também partilha sua visão sobre protagonismo juvenil e manda um recado aos alunos da RSE: "Aproveitem o espaço e as atividades da AJS, porque são de vocês. Somos nós que construímos".
 

RSE Informa: Como você conheceu a AJS e o que, ao início, chamou a sua atenção neste "movimento"?

Renan Silva: Tive o primeiro contato com a AJS no ensino médio, quando iniciei meus estudos no Instituto Maria Auxiliadora, em 2010. Fiquei interessado em participar em alguns grupos, mas como eu trabalhava no horário, à tarde, não era possível. Entretanto, como comecei a tocar contrabaixo, fui convidado a entrar na banda da escola, que também fazia parte dos grupos da AJS.
 

No início, isso não fazia diferença para mim, pois estava interessado realmente nas atividades da banda em si. Vieram convites da Pastoral Escolar para outros encontros, envolvendo todos os grupos da escola, e me esquivei de início, até que deixei a resistência de lado e resolvi participar.
 

Gostei muito do forte sentimento de acolhida e da experiência de estar junto a alunos de outras turmas de diversas idades e diferentes dons.
 

RSE Informa: Fale um pouco da AJS da sua escola. Quais atividades eram realizadas?

Renan Silva: A AJS promovia grupos de interesse, como rádio escolar, banda, esportes, jogos, leitura, teatro, entre outros. A partir destes grupos, os membros eram convidados a participar de itinerários de formação, realizados na escola, onde, além da parte formativa, havia animação, brincadeiras e jogos. Os jovens com mais caminhada participavam também de encontros da AJS em nível estadual e inspetorial, e de ações na Igreja.
 

RSE Informa: Como você enxerga a sua passagem pela escola salesiana?
 

Renan Silva: Nasci em Curitiba e morei nesta cidade por dez anos. Em 2006, minha família se mudou para Rio do Sul, SC. Após visitar algumas escolas, escolhi o Instituto Maria Auxiliadora para cursar a quinta série. Ao final deste ano, acabei me mudando para a região norte do país. Em 2010, retornei para Rio do Sul e escolhi novamente o IMA, desta vez para cursar o ensino médio.
 

Senti-me muito feliz com este retorno, pois a primeira passagem pela escola tinha sido muito positiva para mim, que era um aluno novo e que vinha de uma outra cidade. Esta situação acabou se repetindo e a acolhida de toda a equipe educacional e de todos os colegas me proporcionou uma rápida adaptação ao ambiente escolar.
 

O que mais me atraía no IMA era, além da formação escolar, foi a formação humana à qual os alunos estavam sujeitos, que eu acredito que faz toda a diferença no processo educativo.
 

RSE Informa: Entre os bons momentos que você viveu na escola, existe alguma vivência com lugar especial na memória? Conte-nos.
 

Renan Silva: A turma que eu encontrei quando iniciei o ensino médio no IMA era fantástica. Os alunos conseguiam um equilíbrio muito bom entre a dedicação e a descontração. Éramos muito alegres, em um clima de família, mas sabíamos separar o tempo necessário para os estudos, tanto que tínhamos a média de notas mais alta da escola.
 

Esta vivência foi tão marcante que fizemos uma Cápsula do Tempo, que juntou cartas e objetos da turma, a ser aberta em 2022, ano do centenário do IMA e 10 anos após a nossa formatura.
 

RSE Informa: Pensando no contexto da Campanha da Fraternidade 2015, qual a importância de redes como a AJS para a sociedade?
 

Renan Silva: A Campanha da Fraternidade nos trouxe uma reflexão pertinente sobre a sociedade em que vivemos, a Igreja que temos e como os cristãos devem encarar as problemáticas que o mundo nos apresenta.
 

Neste contexto, é notável a realidade de exclusão que muitos indivíduos sofrem. A AJS, sendo uma experiência associativa, tem condições de ir em busca de jovens das periferias, sejam as geográficas ou existenciais (como diz o Papa Francisco) e colocar em prática os ensinamentos de Dom Bosco para fins de inclusão: educativa e evangelizadora.
 

RSE Informa: Como foi seu primeiro contato com a história e os valores de Dom Bosco? Qual é a sua relação com a figura deste santo que neste ano completa 200 anos?
 

Renan Silva: A presença em uma escola salesiana dá contato com a história de Dom Bosco e da Família Salesiana em momentos formativos e de reflexão. Após eu ter a vivência na AJS, esta história fez muito mais sentido, porque comecei a notar os traços de sua pedagogia no meu ambiente.
 

É fascinante perceber como Dom Bosco esteve muito à frente do seu tempo no que diz respeito à educação e evangelização dos jovens, principalmente dos mais carentes. Conhecer sua obra e seu carisma me dá ânimo e amparo para o seguimento de Jesus Cristo ao estilo salesiano.
 

RSE Informa: Na educação salesiana, muito se fala em protagonismo juvenil. Para você, qual a importância de levar o jovem a se tornar protagonista na sua escola ou na sociedade? Como incentivá-lo?
 

Renan Silva: Pessoalmente, acredito que todos nós devemos ser protagonistas de nossas próprias vidas. Sendo assim, é preciso promover este protagonismo desde a juventude: dar oportunidades para que os jovens possam ter responsabilidades, fazendo-os descobrir o valor de si e do outro e também desenvolvendo habilidades. O papel de assessoria, seja leiga ou religiosa, é muito importante neste contexto. Não pode haver um “paternalismo”, mas sim um acompanhamento em vista do crescimento harmonioso de todos os envolvidos no processo.
 

RSE Informa: Você acaba de ser eleito coordenador do Conselho Nacional da Articulação da Juventude Salesiana. Fale um pouco sobre as atividades do Conselho e suas perspectivas nesta nova missão.
 

Renan Silva: O Conselho Nacional da AJS foi formado em 2012, na ocasião do Encontro Mundial do Movimento Juvenil Salesiano que ocorreu em Niterói, RJ, em 2013, paralelamente à Jornada Mundial da Juventude. Participo do Conselho desde 2014 e fui eleito coordenador para o ano de 2015. O Conselho Nacional anima os Conselhos Inspetoriais e representa a AJS nos contextos culturais, políticos, sociais e religiosos. Creio que a atividade do Conselho é altamente enriquecedora para a Articulação da Juventude Salesiana no Brasil. Nosso país é muito grande e rico, e o Conselho é uma ferramenta que promove o intercâmbio e o consequente aprimoramento das experiências de salesianidade e associacionismo juvenil.
 

RSE Informa: O que você diria para os alunos da RSE que estudam em colégios onde a AJS está presente e têm interesse em conhecer melhor esse trabalho? O que a AJS pode oferecer para a vida dos nossos jovens?
 

Renan Silva: Minha mensagem para os jovens é que aproveitem o espaço e as atividades da AJS, porque são de vocês. Somos nós que construímos. É uma oportunidade de fazer aquilo que gostamos e aprender coisas novas, além de poder conhecer pessoas, fazer amizades. Algo que me deixa muito feliz nos encontros da AJS é encontrar jovens que passam pela mesma experiência que eu, mas que são de outra cidade, outro estado. Você percebe que faz parte de algo maior.
 

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