Missão Jovem na Amazônia: convivência, partilha e presença

Segunda, 16 Março 2015 22:18 Escrito por  Ivan Ferreira Varjão
Ivan Ferreira Varjão, de Barra do Garças, MT, foi um dos jovens provenientes de presenças salesianas a participar da 1ª Missão Jovem na Amazônia, promovida pela CNBB em dezembro do ano passado.

A missão já começou em maio de 2014, com a divulgação, no site dos Jovens Conectados, da 1ª Missão Jovem na Amazônia, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foram mais de três mil inscritos para um total de 70 vagas, distribuídas para jovens de 18 a 35 anos, e que abrangessem todos os estados brasileiros e todas as esferas juvenis (pastorais, movimentos, novas comunidades etc.).

Inscrevi-me pelo Grupo de Jovens com Cristo SEGUE-ME, da Diocese de Barra do Garças, MT, e pela Missão Salesiana de Mato Grosso. Em junho, quando saiu a lista de selecionados, foi a maior alegria e agradecimento; e o principal: o início de muita preparação.

 

Missão entre os indígenas

Foi desenvolvido pela equipe organizadora um curso de missiologia on line no site da TV Século XXI, exclusivo para os selecionados. Participei também de encontros via rede social e de muitos grupos virtuais. Na prática, toda expectativa se concretizou. De 30 de novembro a 15 de dezembro de 2014, finalmente tivemos todo o grupo reunido.

De começo, nos reunimos em Manaus para a formação presencial. Logo seguimos para Boa Vista, em Roraima, e de lá para a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana Inglesa.

Lá convivi e aprendi com o povo de etnia Macuxi, e agora respeito mais ainda a sua história viva, a luta pelos seus direitos e a sua cultura. É um povo acolhedor, forte e guerreiro que, em meio a influências de “brancos”, tenta passar e preservar a cultura agrícola, o artesanato, a língua e a luta pela terra para seus jovens. A presença da Igreja católica na luta pela melhoria de vida dos Macuxi é real e muito importante.

 

Partilha

Tenho certeza de que aprendi muito mais com eles do que eles comigo! É um jeito diferente de se manifestar no Sagrado e na liturgia. Os Macuxi são um povo místico, com tradições e lendas vivas. Essa partilha foi muito intensa, não sei se facilitado pelo não dispor de tecnologias, que nos acorrentam na chamada “civilização”, mas esta presença cria e criou laços fraternos, que vou levar para sempre.

Lembro-me na despedida, em que um jovem Macuxi de nome Neir Mariano da Silva veio me presentear com um arco e flecha, e explicava o porque me escolhera para tal, quando se emocionou muito e chorou. Ele fez lembrar a todos os missionários uma fala citada na formação em Manaus, pela professora Márcia: “É linda a Amazônia, não é? Cheia de rios, animais... árvores! Tudo lindo lá de cima, quando se sobrevoa esta imensidão. Mas não se esqueçam que embaixo das árvores, tem gente! Que luta, que sofre e que tem sentimentos!”.

Emoções na despedida, os olhares e os acenos de mão iam se perdendo na curva... e o sentimento de mais 70 jovens na luta da causa indígena só se concretizava! Depois de ver a luta e a vida sofrida de cada um dos Macuxi, as injustiças que este povo sofre e a presença de minha Igreja junto a eles, tenho convicção do meu apoio e do meu NÃO à PEC 215! (Veja box sobre o tema). Faço um convite a todos para conhecerem a realidade indígena no nosso meio, e para apoiar também esta luta que segue.

 

Ivan Ferreira Varjão é da Paróquia Santo Antônio, Diocese de Barra do Garças, MT, e participa da Pastoral Juvenil Salesiana na Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT).

 

Participação missionária salesiana

Nos dias 30 de novembro a 15 de dezembro de 2014, 72 jovens provenientes de todos os estados do Brasil e de outros três países (Paraguai, Uruguai e Argentina) participaram da 1ª Missão Jovem na Amazônia, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Mais de 2.800 jovens de todo o Brasil se inscreveram no site Jovens Conectados, respondendo ao chamado feito pela CNBB para participar da vivência missionária na realidade amazônica das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Entre os selecionados pela CNBB, estavam alguns jovens das presenças salesianas, como Ivan Ferreira Varjão, da Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT), que escreveu o depoimento desta matéria; Emilly Kedma Menezes Ribeiro, Articulação da Juventude Salesiana/AJS e Setor Juventude da Arquidiocese de Aracaju, SE; e Flávio Medeiros, membro do Conselho Jovem e do grupo Jovens de Dom Bosco, da Paróquia São João Bosco de Brasília, DF.

Com informações de: Paróquia São João Bosco (Brasília), Maria Amélia Saad e Amanda Souza (Jovens Conectados)

 

A PEC 215 e a demarcação de terras indígenas

De autoria do ex-deputado Almir Sá, de Roraima, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, de 2000, é alvo de protesto de grupos indígenas. Isso porque a PEC 215 transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional. A proposta também possibilita a revisão das terras já demarcadas. Outra mudança seria nos critérios e procedimentos para a demarcação destas áreas, que passariam a ser regulamentados por lei, e não por decreto como é atualmente.

Fonte: Renata Martins-Portal EBC

 

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Missão Jovem na Amazônia: convivência, partilha e presença

Segunda, 16 Março 2015 22:18 Escrito por  Ivan Ferreira Varjão
Ivan Ferreira Varjão, de Barra do Garças, MT, foi um dos jovens provenientes de presenças salesianas a participar da 1ª Missão Jovem na Amazônia, promovida pela CNBB em dezembro do ano passado.

A missão já começou em maio de 2014, com a divulgação, no site dos Jovens Conectados, da 1ª Missão Jovem na Amazônia, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Foram mais de três mil inscritos para um total de 70 vagas, distribuídas para jovens de 18 a 35 anos, e que abrangessem todos os estados brasileiros e todas as esferas juvenis (pastorais, movimentos, novas comunidades etc.).

Inscrevi-me pelo Grupo de Jovens com Cristo SEGUE-ME, da Diocese de Barra do Garças, MT, e pela Missão Salesiana de Mato Grosso. Em junho, quando saiu a lista de selecionados, foi a maior alegria e agradecimento; e o principal: o início de muita preparação.

 

Missão entre os indígenas

Foi desenvolvido pela equipe organizadora um curso de missiologia on line no site da TV Século XXI, exclusivo para os selecionados. Participei também de encontros via rede social e de muitos grupos virtuais. Na prática, toda expectativa se concretizou. De 30 de novembro a 15 de dezembro de 2014, finalmente tivemos todo o grupo reunido.

De começo, nos reunimos em Manaus para a formação presencial. Logo seguimos para Boa Vista, em Roraima, e de lá para a Reserva Indígena Raposa Serra do Sol, na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana Inglesa.

Lá convivi e aprendi com o povo de etnia Macuxi, e agora respeito mais ainda a sua história viva, a luta pelos seus direitos e a sua cultura. É um povo acolhedor, forte e guerreiro que, em meio a influências de “brancos”, tenta passar e preservar a cultura agrícola, o artesanato, a língua e a luta pela terra para seus jovens. A presença da Igreja católica na luta pela melhoria de vida dos Macuxi é real e muito importante.

 

Partilha

Tenho certeza de que aprendi muito mais com eles do que eles comigo! É um jeito diferente de se manifestar no Sagrado e na liturgia. Os Macuxi são um povo místico, com tradições e lendas vivas. Essa partilha foi muito intensa, não sei se facilitado pelo não dispor de tecnologias, que nos acorrentam na chamada “civilização”, mas esta presença cria e criou laços fraternos, que vou levar para sempre.

Lembro-me na despedida, em que um jovem Macuxi de nome Neir Mariano da Silva veio me presentear com um arco e flecha, e explicava o porque me escolhera para tal, quando se emocionou muito e chorou. Ele fez lembrar a todos os missionários uma fala citada na formação em Manaus, pela professora Márcia: “É linda a Amazônia, não é? Cheia de rios, animais... árvores! Tudo lindo lá de cima, quando se sobrevoa esta imensidão. Mas não se esqueçam que embaixo das árvores, tem gente! Que luta, que sofre e que tem sentimentos!”.

Emoções na despedida, os olhares e os acenos de mão iam se perdendo na curva... e o sentimento de mais 70 jovens na luta da causa indígena só se concretizava! Depois de ver a luta e a vida sofrida de cada um dos Macuxi, as injustiças que este povo sofre e a presença de minha Igreja junto a eles, tenho convicção do meu apoio e do meu NÃO à PEC 215! (Veja box sobre o tema). Faço um convite a todos para conhecerem a realidade indígena no nosso meio, e para apoiar também esta luta que segue.

 

Ivan Ferreira Varjão é da Paróquia Santo Antônio, Diocese de Barra do Garças, MT, e participa da Pastoral Juvenil Salesiana na Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT).

 

Participação missionária salesiana

Nos dias 30 de novembro a 15 de dezembro de 2014, 72 jovens provenientes de todos os estados do Brasil e de outros três países (Paraguai, Uruguai e Argentina) participaram da 1ª Missão Jovem na Amazônia, organizada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Mais de 2.800 jovens de todo o Brasil se inscreveram no site Jovens Conectados, respondendo ao chamado feito pela CNBB para participar da vivência missionária na realidade amazônica das comunidades ribeirinhas e indígenas.

Entre os selecionados pela CNBB, estavam alguns jovens das presenças salesianas, como Ivan Ferreira Varjão, da Missão Salesiana de Mato Grosso (MSMT), que escreveu o depoimento desta matéria; Emilly Kedma Menezes Ribeiro, Articulação da Juventude Salesiana/AJS e Setor Juventude da Arquidiocese de Aracaju, SE; e Flávio Medeiros, membro do Conselho Jovem e do grupo Jovens de Dom Bosco, da Paróquia São João Bosco de Brasília, DF.

Com informações de: Paróquia São João Bosco (Brasília), Maria Amélia Saad e Amanda Souza (Jovens Conectados)

 

A PEC 215 e a demarcação de terras indígenas

De autoria do ex-deputado Almir Sá, de Roraima, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 215, de 2000, é alvo de protesto de grupos indígenas. Isso porque a PEC 215 transfere a competência da União na demarcação das terras indígenas para o Congresso Nacional. A proposta também possibilita a revisão das terras já demarcadas. Outra mudança seria nos critérios e procedimentos para a demarcação destas áreas, que passariam a ser regulamentados por lei, e não por decreto como é atualmente.

Fonte: Renata Martins-Portal EBC

 

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