Reconhecimento aos salesianos no “Nobel” dos missionários

Segunda, 06 Janeiro 2014 15:12 Escrito por  O. Pori Mecoi
Reconhecimento aos salesianos no “Nobel” dos missionários Ir. Paola, uma das contempladas com o prêmio Amigos do Coração
Os vencedores do prêmio Amigos do Coração de 2013, direta ou indiretamente, pertencem à Família Salesiana e testemunham a grandeza de sua dimensão missionária.

Instituído há vinte anos, o prêmio Amigos do Coração, considerado o “Nobel missionário", foi instituído pela Associação Amigos do Coração Fraternidade - Onlus, fundada em 1980 por padre Mario Pasini, e nasceu espontaneamente do coração das mães italianas. Na verdade, graças ao apelo da mãe de um missionário comboniano, publicado na revista Mãe, decidiu-se formar uma associação dedicada a apoiar as necessidades dos missionários italianos em outros países. Em 2013, os três contemplados pelo prêmio estão, direta ou indiretamente, ligados à Família Salesiana.

 

Piera Tortore, VDB: A missão como um “raio”

Piera Tortore nasceu em Savigliano, na província de Cuneo. Em 1971, graduou-se em Medicina e Cirurgia, em Turim, especializando-se depois em Medicina Nuclear, Ultrassonografia e Medicina Tropical. Recebeu a proposta do diretor das missões salesianas em Roma, para seguir para Lubumbashi, no Zaire (hoje República Democrática do Congo), onde não havia um ultrassonografista para o novo hospital salesiano, a Policlínica Dom Bosco.

Ela decidiu aposentar-se na Itália e partiu para o Zaire. Na década de 1990, o país enfrentava uma situação dramática, principalmente por causa das guerras civis, de 1960 a 1997, que devastaram este território com violência contínua. Uma das consequências mais trágicas desta realidade era a situação enfrentada por crianças que, muitas vezes recrutadas como soldados, sofriam as feridas de guerra.

A ONU estima, hoje, a presença de 70 mil ex-crianças-soldado, pobres e órfãs, sem qualquer assistência ou referência familiar. Como médica-missionária, Piera Tortore entrou em contato com histórias familiares trágicas. Encontrou bebês abandonados nos locais e nos momentos mais inesperados: curou-os e os fez crescer como filhos, chegando a reunir em torno de si vinte crianças. Usando seus próprios recursos e aqueles vindos de amigos e conhecidos, criou o Centro de Saúde e reestruturou o ambulatório médico existente.

Em 1998, foi admitida na Ordem Nacional dos Médicos do Congo, acontecimento excepcional para uma estrangeira. Em 2006, criou em Lubumbashi um abrigo para crianças abandonadas e deficientes. Atualmente Piera Tortore é diretora sanitária da Policlínica Dom Bosco Afia, hospital de referência no país. Aqui, Piera ensina ultrassonografia para muitos jovens médicos congoleses, aos quais tenta transmitir a paixão pela profissão médica, além de continuar cuidando de seus filhos.

 

Pe. Giorgio Nonni: missão na América Latina

Giorgio Nonni nasceu na Itália mas, em 1973, atuou por dois anos como voluntário no Sanatório São Julião, uma colônia de portadores de hanseníase dirigida pela irmã Silvia Vecellio, na cidade de Campo Grande, MS. A missão fazia parte da Operação Mato Grosso, movimento voluntário que incluiu muitos jovens que, em seu tempo livre, trabalharam para manter as missões na América Latina. Em 1975, voltou à Itália e fundou o "Grupo Operação” de Faenza. Nesse período, conheceu padre Ugo De Censi, salesiano e fundador da “Operação Mato Grosso”, que se tornou seu guia espiritual. Em 1980, partiu para o Peru para acompanhar De Censi, e iniciou uma missão em Chacas, um lugarejo situado a 3.400 m de altura no pobre e isolado vale da Cordilheira Branca.

Em 1987, Giorgio tornou-se padre em Chacas. O bispo o mandou para Llamellin, uma serra do Peru muito extensa e pobre, onde ofereceu seu trabalho em favor da população local. Começou sua missão com espírito e energia. Para atender às necessidades de sobrevivência e de educação dos jovens, fez nascer ao lado de Llamellin outras missões: Aczo, Chambara, Chaccho, San Martin, Aco, cujas atividades eram numerosas, mas tendo em comum a regra fundamental de querer "educar os jovens e exercitar a caridade para com os mais pobres."

Mas seu trabalho mais desafiador e importante é o Oratório dos Andes: uma obra que não tem paredes, mas é um trabalho constante de catequese e de educação à vida cristã, feito pelos meninos e meninas de boa vontade, na maior parte formados nas escolas profissionalizantes, que cada sábado e domingo se preocupam em reunir, nas aldeias, as crianças e os pais para santificar o dia do Senhor, catequizar, jogar e ajudar quem está em situação mais grave.

 

Irmã Paola Battagliola, FMA: Entusiasmo e paixão

Paola Battagliola nasceu em Manerbio (Brescia). Em 1974, tornou-se uma religiosa das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA - Salesianas). Em 1988, foi enviada para Timor Leste, uma pequena ilha do arquipélago indonésio, onde assumiu o compromisso de animar a primeira comunidade das FMA, localizada na aldeia de Venilale.

Para proporcionar uma perspectiva de vida melhor aos jovens timorenses, deu vida a uma Escola Profissional em Venilale. A este projeto, seguiu-se a abertura de outras três comunidades salesianas, de 1995 a 1999, sempre sob sua liderança.

Em 2006, de volta a Timor Leste, que ganhara a independência da Indonésia, colaborou nas atividades da missão para os jovens timorenses: nos últimos anos construíram a creche e escola fundamental no bairro de Comoro, em Dili. No mesmo período nasceu um Centro de Treinamento para a formação de líderes, catequistas, professores e um internato para jovens timorenses. O Centro de Formação João Paulo II deu um grande impulso às atividades das FMA na cidade: além de abrigar todas as atividades listadas acima, o Centro representa um ponto de referência para congressos e seminários de ONGs locais e internacionais.

Em 2009, a irmã Paola foi nomeada superiora da Inspetoria Santa Maria Mazzarello do Timor e Indonésia. Foi auxiliada em sua missão em favor dos jovens pelo entusiasmo e paixão de todas as FMA presentes nas missões dos dois países (ao todo 71 freiras, 60 nativas e 11 missionárias).

 

Artigo originalmente publicado em Bollettino Salesiano – Itália, em dezembro de 2013. Tradução: Elaine Tozetto

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Última modificação em Sexta, 29 Agosto 2014 12:00

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Reconhecimento aos salesianos no “Nobel” dos missionários

Segunda, 06 Janeiro 2014 15:12 Escrito por  O. Pori Mecoi
Reconhecimento aos salesianos no “Nobel” dos missionários Ir. Paola, uma das contempladas com o prêmio Amigos do Coração
Os vencedores do prêmio Amigos do Coração de 2013, direta ou indiretamente, pertencem à Família Salesiana e testemunham a grandeza de sua dimensão missionária.

Instituído há vinte anos, o prêmio Amigos do Coração, considerado o “Nobel missionário", foi instituído pela Associação Amigos do Coração Fraternidade - Onlus, fundada em 1980 por padre Mario Pasini, e nasceu espontaneamente do coração das mães italianas. Na verdade, graças ao apelo da mãe de um missionário comboniano, publicado na revista Mãe, decidiu-se formar uma associação dedicada a apoiar as necessidades dos missionários italianos em outros países. Em 2013, os três contemplados pelo prêmio estão, direta ou indiretamente, ligados à Família Salesiana.

 

Piera Tortore, VDB: A missão como um “raio”

Piera Tortore nasceu em Savigliano, na província de Cuneo. Em 1971, graduou-se em Medicina e Cirurgia, em Turim, especializando-se depois em Medicina Nuclear, Ultrassonografia e Medicina Tropical. Recebeu a proposta do diretor das missões salesianas em Roma, para seguir para Lubumbashi, no Zaire (hoje República Democrática do Congo), onde não havia um ultrassonografista para o novo hospital salesiano, a Policlínica Dom Bosco.

Ela decidiu aposentar-se na Itália e partiu para o Zaire. Na década de 1990, o país enfrentava uma situação dramática, principalmente por causa das guerras civis, de 1960 a 1997, que devastaram este território com violência contínua. Uma das consequências mais trágicas desta realidade era a situação enfrentada por crianças que, muitas vezes recrutadas como soldados, sofriam as feridas de guerra.

A ONU estima, hoje, a presença de 70 mil ex-crianças-soldado, pobres e órfãs, sem qualquer assistência ou referência familiar. Como médica-missionária, Piera Tortore entrou em contato com histórias familiares trágicas. Encontrou bebês abandonados nos locais e nos momentos mais inesperados: curou-os e os fez crescer como filhos, chegando a reunir em torno de si vinte crianças. Usando seus próprios recursos e aqueles vindos de amigos e conhecidos, criou o Centro de Saúde e reestruturou o ambulatório médico existente.

Em 1998, foi admitida na Ordem Nacional dos Médicos do Congo, acontecimento excepcional para uma estrangeira. Em 2006, criou em Lubumbashi um abrigo para crianças abandonadas e deficientes. Atualmente Piera Tortore é diretora sanitária da Policlínica Dom Bosco Afia, hospital de referência no país. Aqui, Piera ensina ultrassonografia para muitos jovens médicos congoleses, aos quais tenta transmitir a paixão pela profissão médica, além de continuar cuidando de seus filhos.

 

Pe. Giorgio Nonni: missão na América Latina

Giorgio Nonni nasceu na Itália mas, em 1973, atuou por dois anos como voluntário no Sanatório São Julião, uma colônia de portadores de hanseníase dirigida pela irmã Silvia Vecellio, na cidade de Campo Grande, MS. A missão fazia parte da Operação Mato Grosso, movimento voluntário que incluiu muitos jovens que, em seu tempo livre, trabalharam para manter as missões na América Latina. Em 1975, voltou à Itália e fundou o "Grupo Operação” de Faenza. Nesse período, conheceu padre Ugo De Censi, salesiano e fundador da “Operação Mato Grosso”, que se tornou seu guia espiritual. Em 1980, partiu para o Peru para acompanhar De Censi, e iniciou uma missão em Chacas, um lugarejo situado a 3.400 m de altura no pobre e isolado vale da Cordilheira Branca.

Em 1987, Giorgio tornou-se padre em Chacas. O bispo o mandou para Llamellin, uma serra do Peru muito extensa e pobre, onde ofereceu seu trabalho em favor da população local. Começou sua missão com espírito e energia. Para atender às necessidades de sobrevivência e de educação dos jovens, fez nascer ao lado de Llamellin outras missões: Aczo, Chambara, Chaccho, San Martin, Aco, cujas atividades eram numerosas, mas tendo em comum a regra fundamental de querer "educar os jovens e exercitar a caridade para com os mais pobres."

Mas seu trabalho mais desafiador e importante é o Oratório dos Andes: uma obra que não tem paredes, mas é um trabalho constante de catequese e de educação à vida cristã, feito pelos meninos e meninas de boa vontade, na maior parte formados nas escolas profissionalizantes, que cada sábado e domingo se preocupam em reunir, nas aldeias, as crianças e os pais para santificar o dia do Senhor, catequizar, jogar e ajudar quem está em situação mais grave.

 

Irmã Paola Battagliola, FMA: Entusiasmo e paixão

Paola Battagliola nasceu em Manerbio (Brescia). Em 1974, tornou-se uma religiosa das Filhas de Maria Auxiliadora (FMA - Salesianas). Em 1988, foi enviada para Timor Leste, uma pequena ilha do arquipélago indonésio, onde assumiu o compromisso de animar a primeira comunidade das FMA, localizada na aldeia de Venilale.

Para proporcionar uma perspectiva de vida melhor aos jovens timorenses, deu vida a uma Escola Profissional em Venilale. A este projeto, seguiu-se a abertura de outras três comunidades salesianas, de 1995 a 1999, sempre sob sua liderança.

Em 2006, de volta a Timor Leste, que ganhara a independência da Indonésia, colaborou nas atividades da missão para os jovens timorenses: nos últimos anos construíram a creche e escola fundamental no bairro de Comoro, em Dili. No mesmo período nasceu um Centro de Treinamento para a formação de líderes, catequistas, professores e um internato para jovens timorenses. O Centro de Formação João Paulo II deu um grande impulso às atividades das FMA na cidade: além de abrigar todas as atividades listadas acima, o Centro representa um ponto de referência para congressos e seminários de ONGs locais e internacionais.

Em 2009, a irmã Paola foi nomeada superiora da Inspetoria Santa Maria Mazzarello do Timor e Indonésia. Foi auxiliada em sua missão em favor dos jovens pelo entusiasmo e paixão de todas as FMA presentes nas missões dos dois países (ao todo 71 freiras, 60 nativas e 11 missionárias).

 

Artigo originalmente publicado em Bollettino Salesiano – Itália, em dezembro de 2013. Tradução: Elaine Tozetto

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