Reitor-mor fala sobre a identidade do salesiano

Terça, 14 Dezembro 2021 17:20 Escrito por  Agência Info Salesiana
Em entrevista, organizada pela Opera Tabernacoli Viventi Study Centre, em colaboração com a Conferência das Inspetorias Salesianas da Itália (CISI)-Setor da Formação, padre Ángel Fernández Artime fala sobre a identidade consagrada salesiana. Confira:


“Este sexênio deverá distinguir-se na Congregação por um profundo trabalho de crescimento na profundidade carismática, na identidade salesiana, em todas as fases da vida, com um empenho sério em todas as inspetorias e em cada comunidade salesiana, para chegar a dizer como Dom Bosco: ‘Prometi a Deus que até meu último alento seria pelos meus pobres jovens’”.


O que levou a escolher esta linha como a primeira das linhas programáticas para este mandato de seis anos?

Reitor-mor: quando pensamos em nós, em nossa missão salesiana, em nossas obras… A impressão é a de um denso “bosque”, com muitos elementos em seu interior; mas o que a mim importa  é dizer: “atenção, nem tudo tem a mesma importância ou valor!”. No centro há que estar a nossa identidade carismática, o fato que cada um de nós possa dizer: “sou e sinto-me um verdadeiro Salesiano de Dom Bosco no seguimento de Jesus Cristo”. O padre Viganò costumava destacar que a generalização não nos serve, e que, no mundo de hoje, que é ainda mais complexo, precisamos pensar em quem somos, no que oferecemos e no porquê. Como salesianos somos, por chamado e resposta, pessoas apaixonadas por Deus, que viram no fascínio por Dom Bosco, uma bela forma de expender todas as energias. E com que propósito? Com o de compartilhar a vida com os jovens.


Como ser, ao mesmo tempo, sensível à profundidade do espírito e atento aos desafios deste mundo, como fez Dom Bosco?

Reitor-mor: a esta atual questão respondo com base no que refleti para a Estreia 2022, sobre a espiritualidade de São Francisco de Sales: "Tudo se baseia na capacidade de amar". Quando sinto, no fundo do meu coração, um fascínio extraordinário por Jesus e me sinto profundamente amado por Deus, e se, quando estou entre os jovens, realmente me sinto em meu lugar, então desenvolvi um coração capaz de amar e estes dois elementos me dão toda a criatividade para dar as respostas necessárias para o nosso tempo. A pandemia causou muitos problemas em todo o mundo e também para a Congregação, mas também nos revelou a grande criatividade do mundo salesiano. Não me espanta não possuir a capacidade de dar respostas às necessidades sempre novas do nosso tempo: o que importa é ter um coração aquecido pelo amor e capaz de amar.

 

Por que o retorno a Valdocco pode representar um caminho para o futuro e não uma volta ao passado?

Reitor-mor: voltar a Valdocco, como também nos disse o Papa, significa encontrar a nossa "Galileia", o nosso encontro com o Senhor Ressuscitado, que, da Galileia, terra da vida ordinária e oculta de Nazaré, envia seus seguidores a todo o mundo. Para nós, Salesianos, voltar a Valdocco não é saudosismo: significa dar um passo rumo à fonte em que achar o lugar teológico para o encontro com Deus, nos jovens de hoje: é a nossa direção para o caminho que temos pela frente.

 

Qual é o desafio vocacional, hoje, para toda vida consagrada?

Reitor-mor: em primeiro lugar, a vida consagrada não é um caminho simples: não é para aqueles que desejam uma vida tranquila.

Em segundo lugar, a vida consagrada é um caminho de humildade. Não podemos nos fazer fortes, alimentar o orgulho... Se antes já foi assim, certamente hoje não há mais espaço para isso. Este é o momento de cultivar a humildade, de caminhar em união, de somar esforços.

Por fim, como afirma claramente esta primeira linha programática, é necessário manter a centralidade de Cristo na própria vida pessoal. Se não houver isto, mais cedo ou mais tarde as fragilidades humanas emergem, aparecem, se fazem sentir.

A centralidade de Cristo "funciona" também em contextos não cristãos (em que atuam mais de 60% das presenças salesianas?

Reitor-mor: com toda a certeza! Até mesmo em países onde nem se pode pronunciar o nome de Jesus ou de Maria. Porque a centralidade, nestes contextos, significa ajudar a todos os nossos jovens a viverem uma vida em harmonia com os valores do Evangelho, com honestidade e bondade. Isto é feito com a nossa presença e testemunho de vida.

E mesmo onde não podemos falar explicitamente de Jesus Cristo Ressuscitado, podemos falar ‘do’ Deus de todos nós; e ajudar a crescer em humanidade segundo o coração de Deus.

A entrevista completa, conduzida pelo padre Silvio Roggia, SDB, pode ser vista na página do Facebook dos Salesianos da Itália.

 

Fonte: Agência Info Salesiana

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Última modificação em Terça, 14 Dezembro 2021 18:29

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Reitor-mor fala sobre a identidade do salesiano

Terça, 14 Dezembro 2021 17:20 Escrito por  Agência Info Salesiana
Em entrevista, organizada pela Opera Tabernacoli Viventi Study Centre, em colaboração com a Conferência das Inspetorias Salesianas da Itália (CISI)-Setor da Formação, padre Ángel Fernández Artime fala sobre a identidade consagrada salesiana. Confira:


“Este sexênio deverá distinguir-se na Congregação por um profundo trabalho de crescimento na profundidade carismática, na identidade salesiana, em todas as fases da vida, com um empenho sério em todas as inspetorias e em cada comunidade salesiana, para chegar a dizer como Dom Bosco: ‘Prometi a Deus que até meu último alento seria pelos meus pobres jovens’”.


O que levou a escolher esta linha como a primeira das linhas programáticas para este mandato de seis anos?

Reitor-mor: quando pensamos em nós, em nossa missão salesiana, em nossas obras… A impressão é a de um denso “bosque”, com muitos elementos em seu interior; mas o que a mim importa  é dizer: “atenção, nem tudo tem a mesma importância ou valor!”. No centro há que estar a nossa identidade carismática, o fato que cada um de nós possa dizer: “sou e sinto-me um verdadeiro Salesiano de Dom Bosco no seguimento de Jesus Cristo”. O padre Viganò costumava destacar que a generalização não nos serve, e que, no mundo de hoje, que é ainda mais complexo, precisamos pensar em quem somos, no que oferecemos e no porquê. Como salesianos somos, por chamado e resposta, pessoas apaixonadas por Deus, que viram no fascínio por Dom Bosco, uma bela forma de expender todas as energias. E com que propósito? Com o de compartilhar a vida com os jovens.


Como ser, ao mesmo tempo, sensível à profundidade do espírito e atento aos desafios deste mundo, como fez Dom Bosco?

Reitor-mor: a esta atual questão respondo com base no que refleti para a Estreia 2022, sobre a espiritualidade de São Francisco de Sales: "Tudo se baseia na capacidade de amar". Quando sinto, no fundo do meu coração, um fascínio extraordinário por Jesus e me sinto profundamente amado por Deus, e se, quando estou entre os jovens, realmente me sinto em meu lugar, então desenvolvi um coração capaz de amar e estes dois elementos me dão toda a criatividade para dar as respostas necessárias para o nosso tempo. A pandemia causou muitos problemas em todo o mundo e também para a Congregação, mas também nos revelou a grande criatividade do mundo salesiano. Não me espanta não possuir a capacidade de dar respostas às necessidades sempre novas do nosso tempo: o que importa é ter um coração aquecido pelo amor e capaz de amar.

 

Por que o retorno a Valdocco pode representar um caminho para o futuro e não uma volta ao passado?

Reitor-mor: voltar a Valdocco, como também nos disse o Papa, significa encontrar a nossa "Galileia", o nosso encontro com o Senhor Ressuscitado, que, da Galileia, terra da vida ordinária e oculta de Nazaré, envia seus seguidores a todo o mundo. Para nós, Salesianos, voltar a Valdocco não é saudosismo: significa dar um passo rumo à fonte em que achar o lugar teológico para o encontro com Deus, nos jovens de hoje: é a nossa direção para o caminho que temos pela frente.

 

Qual é o desafio vocacional, hoje, para toda vida consagrada?

Reitor-mor: em primeiro lugar, a vida consagrada não é um caminho simples: não é para aqueles que desejam uma vida tranquila.

Em segundo lugar, a vida consagrada é um caminho de humildade. Não podemos nos fazer fortes, alimentar o orgulho... Se antes já foi assim, certamente hoje não há mais espaço para isso. Este é o momento de cultivar a humildade, de caminhar em união, de somar esforços.

Por fim, como afirma claramente esta primeira linha programática, é necessário manter a centralidade de Cristo na própria vida pessoal. Se não houver isto, mais cedo ou mais tarde as fragilidades humanas emergem, aparecem, se fazem sentir.

A centralidade de Cristo "funciona" também em contextos não cristãos (em que atuam mais de 60% das presenças salesianas?

Reitor-mor: com toda a certeza! Até mesmo em países onde nem se pode pronunciar o nome de Jesus ou de Maria. Porque a centralidade, nestes contextos, significa ajudar a todos os nossos jovens a viverem uma vida em harmonia com os valores do Evangelho, com honestidade e bondade. Isto é feito com a nossa presença e testemunho de vida.

E mesmo onde não podemos falar explicitamente de Jesus Cristo Ressuscitado, podemos falar ‘do’ Deus de todos nós; e ajudar a crescer em humanidade segundo o coração de Deus.

A entrevista completa, conduzida pelo padre Silvio Roggia, SDB, pode ser vista na página do Facebook dos Salesianos da Itália.

 

Fonte: Agência Info Salesiana

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