Salesianos de Dom Bosco: Padre José Ferreira 9.0

Quarta, 31 Janeiro 2018 11:12 Escrito por  Pe. João Carlos Ribeiro, SDB
Salesianos de Dom Bosco: Padre José Ferreira 9.0 Foto: Divulgação
Sete palavras identificam esse alagoano crescido em Juazeiro do Padre Cícero. Simplicidade, Música, Dom Bosco, Rio Madeira, Humaitá, Dom Miguel, Romaria.  

O padre José Ferreira de Lima nasceu em Mata Grande, AL, em 27 de janeiro de 1928. Família de romeiros, mudou-se para Juazeiro do Padre Cícero. Assim, foi aluno do Colégio Salesiano de lá e conheceu Dom Bosco. Depois do aspirantado em Jaboatão e Recife, fez o noviciado em Jaboatão e professou em 31 de janeiro de 1952. A Filosofia foi em Natal, o tirocínio de três anos em Belém-Carmo e a Teologia em São Paulo. Padre, em 8 de dezembro de 1961.

 

Depois da separação das inspetorias Norte e Nordeste, ele, em 1965, ficou no Norte. Nas missões, atuou, de maneira especial, em Humaitá e Manicoré. Por longos anos, foi missionário itinerante, rio acima-rio abaixo, nas desobrigas em comunidades de caboclos, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980. 

 

Como missionário e irmão, acompanhou dom Miguel D’Aversa por longos anos. A morte do idoso bispo salesiano, de quem estava distante, causou-lhe enorme tristeza. Escreveu, a propósito, um belo poema, “Memorare Memorantis”, onde se lê:

 

O caudaloso e dourado rio Madeira
Se queda estático ante o emérito de Humaitá
Silencioso, margeando a orla sobranceira,
Olhando a verde floresta o adeus acenar.

Adeus, Dom Miguel, amigo, mestre, benfeitor,
Herói autêntico, missionário empreendedor.
Cruciante lamento me corta o coração,
Mas vive o sentimento de suprema gratidão.

 

No seu belo costume herdado dos intrépidos missionários de Dom Bosco, escreve sempre ao padre inspetor, em estilo sucinto e nobre, com palavreado seleto e citações latinas. Em suas cartas, narra suas viagens, sua raiz missionária e o dia-a-dia de sua vida em comunidade. Ao padre Diego Vanzetta, escreveu em maio de 2012: “O saudosismo tropeça na ilusão frustrante. Ver, ouvir e calar – é regra do bem viver”.

 

Seus 90 anos foram celebrados por seus irmãos de Congregação, no final do retiro espiritual deste janeiro. Na noite anterior, coube-lhe o ‘boa noite’. Seus ‘boas noites’ nas casas de formação foram sempre proverbiais. Desta feita, saiu-se com uma advertência particular aos jovens salesianos: “Não pensem que é Mastruz com Leite, o tempo todo não. É xique-xique com chá de Mandacaru”. Quem tem ouvidos, ouça! Ele foi ainda homenageado na missa de encerramento do retiro e cortou o bolo dos seus 90 anos de vigor missionário no almoço festivo que se seguiu.

 

Padre Ferreirinha em sete palavras: Simplicidade, Música, Dom Bosco, Rio Madeira, Humaitá, Dom Miguel, Romaria.

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Salesianos de Dom Bosco: Padre José Ferreira 9.0

Quarta, 31 Janeiro 2018 11:12 Escrito por  Pe. João Carlos Ribeiro, SDB
Salesianos de Dom Bosco: Padre José Ferreira 9.0 Foto: Divulgação
Sete palavras identificam esse alagoano crescido em Juazeiro do Padre Cícero. Simplicidade, Música, Dom Bosco, Rio Madeira, Humaitá, Dom Miguel, Romaria.  

O padre José Ferreira de Lima nasceu em Mata Grande, AL, em 27 de janeiro de 1928. Família de romeiros, mudou-se para Juazeiro do Padre Cícero. Assim, foi aluno do Colégio Salesiano de lá e conheceu Dom Bosco. Depois do aspirantado em Jaboatão e Recife, fez o noviciado em Jaboatão e professou em 31 de janeiro de 1952. A Filosofia foi em Natal, o tirocínio de três anos em Belém-Carmo e a Teologia em São Paulo. Padre, em 8 de dezembro de 1961.

 

Depois da separação das inspetorias Norte e Nordeste, ele, em 1965, ficou no Norte. Nas missões, atuou, de maneira especial, em Humaitá e Manicoré. Por longos anos, foi missionário itinerante, rio acima-rio abaixo, nas desobrigas em comunidades de caboclos, sobretudo nas décadas de 1970 e 1980. 

 

Como missionário e irmão, acompanhou dom Miguel D’Aversa por longos anos. A morte do idoso bispo salesiano, de quem estava distante, causou-lhe enorme tristeza. Escreveu, a propósito, um belo poema, “Memorare Memorantis”, onde se lê:

 

O caudaloso e dourado rio Madeira
Se queda estático ante o emérito de Humaitá
Silencioso, margeando a orla sobranceira,
Olhando a verde floresta o adeus acenar.

Adeus, Dom Miguel, amigo, mestre, benfeitor,
Herói autêntico, missionário empreendedor.
Cruciante lamento me corta o coração,
Mas vive o sentimento de suprema gratidão.

 

No seu belo costume herdado dos intrépidos missionários de Dom Bosco, escreve sempre ao padre inspetor, em estilo sucinto e nobre, com palavreado seleto e citações latinas. Em suas cartas, narra suas viagens, sua raiz missionária e o dia-a-dia de sua vida em comunidade. Ao padre Diego Vanzetta, escreveu em maio de 2012: “O saudosismo tropeça na ilusão frustrante. Ver, ouvir e calar – é regra do bem viver”.

 

Seus 90 anos foram celebrados por seus irmãos de Congregação, no final do retiro espiritual deste janeiro. Na noite anterior, coube-lhe o ‘boa noite’. Seus ‘boas noites’ nas casas de formação foram sempre proverbiais. Desta feita, saiu-se com uma advertência particular aos jovens salesianos: “Não pensem que é Mastruz com Leite, o tempo todo não. É xique-xique com chá de Mandacaru”. Quem tem ouvidos, ouça! Ele foi ainda homenageado na missa de encerramento do retiro e cortou o bolo dos seus 90 anos de vigor missionário no almoço festivo que se seguiu.

 

Padre Ferreirinha em sete palavras: Simplicidade, Música, Dom Bosco, Rio Madeira, Humaitá, Dom Miguel, Romaria.

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