É a primeira vez que uma equipe de Refugiados disputa uma Olimpíada. A finalidade dessa participação especial nos Jogos é chamar a atenção do mundo esportivo para o problema dos refugiados.
O Santo Padre começou sua carta saudando cada um dos 10 membros, citando seus nomes. A seguir, expressou seu desejo de que eles tenham sucesso nas Olimpíadas. E acrescentou: “Que a coragem e a força que trazem dentro de vocês possam transmitir, no âmbito dos Jogos Olímpicos, seu grito de fraternidade e de paz”.
“Que por intermédio de vocês", disse o Papa, "a humanidade compreenda que a paz é possível e que, por meio dela, tudo se pode ganhar; em vez, com a guerra, tudo se pode perder!”
Francisco concluiu sua breve missiva, escrita de próprio punho em espanhol, fazendo votos de que “o testemunho destes Refugiados possa fazer bem a todos”. E, ao se despedir fraternalmente, o Papa prometeu-lhes suas orações e, ao mesmo tempo, também pediu que rezassem por ele.
A equipe de atletas refugiados disputa nas modalidades de atletismo, natação e judô. Na inauguração dos Jogos, no Estádio do Maracanã, na noite de sexta-feira, 5 de agosto, eles não se apresentaram com as bandeiras de seus países de origem, mas com a do Comitê Olímpico Internacional (COI).
O Ministério da Justiça e Cidadania (MJC) atua na proteção dos refugiados no país e apoia iniciativas de inclusão dessas pessoas. O relatório do Sistema de Refúgio Brasileiro, divulgado em maio, aponta a existência de 8.863 refugiados no Brasil, em 2016. Os dados são do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), ligado à Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania.
Os 10 integrantes da inédita Equipe Olímpica de Atletas Refugiados tiveram que deixar seus países por causa das guerras e conflitos.
Atualmente, os 10 refugiados vivem no Brasil, Alemanha, Quênia, Luxemburgo e Bélgica. A equipe é composta por dois nadadores da Síria, dois judocas do Congo, um maratonista da Etiópia e cinco corredores do Sul do Sudão.
A Agência da ONU para Refugiados (Acnur) é parceira do Comitê Olímpico Internacional nesta iniciativa. A partir de uma solicitação do COI, a Acnur identificou refugiados em todo o mundo com experiência esportiva e encaminhou os nomes à instituição.
“A equipe levará o mundo a ter mais consciência da causa dos Refugiados, mostrando que todos podem contribuir para a sociedade": foi o que afirmou o presidente do COI, Thomas Bach, durante a sessão de apresentação da Equipe de Refugiados no Rio de Janeiro.
Estes atletas representam os mais de 60 milhões de refugiados no mundo inteiro e são incentivo para que continuem perseguindo seus objetivos, apesar das adversidades.