A imagem foi apresentada ao inspetor da ISJB, padre Orestes Fistarol, e ao irmão Raymundo Mesquita por seu portador, Dimas Coelho Perpétuo. Segundo ele, a santa chegou às suas mãos doada por Maria de Lourdes Monteiro de Souza. A senhora era bisneta da austríaca Marie Joaquine Sauvan, que em 1817 veio da Áustria como dama de companhia da Princesa Leopoldina, mulher de Dom Pedro I. Depois de se casar com Lucas Antônio Monteiro de Barros, o Barão de Congonhas ela adotou o nome de Maria Tereza Sóvan Monteiro de Barros. Maria Tereza é quem teria trazido a imagem, que anos mais tarde virou uma relíquia de família, passada de geração em geração até ser herdada por Lourdes, que era filha única.
“Eu ajudei essa senhora em um asilo durante 27 anos, de 1987 a 2014, até sua morte, aos 95 anos. Uma vez ela operou de catarata um olho e ficou cega, mas logo já marcou a cirurgia do segundo. Com medo que ela ficasse cega também do outro olho, eu busquei um novo médico, que era professor da Faculdade de Medicina da UFMG, para operá-la. Quando eu cheguei ao quarto depois da cirurgia, ela pediu que eu pegasse a imagem em cima da estante, contou sua história e me disse ‘Dimas eu quero dá-la para você’”, contou ele sobre como a imagem chegou à sua posse. De acordo com ele, em 2008 ela assinou um termo de doação da imagem.
Dimas apresentou aos salesianos a bela Maria Auxiliadora, feita em marfim, e mostrou também o documento que comprova sua doação a ele e as certidões de nascimento da senhora Lourdes e de sua mãe Olga, que confirmam o parentesco dela com Maria Tereza Sóvan Monteiro de Barros.
Ao ver a imagem, padre Orestes destacou algumas características observadas. “Essa realmente é uma forma antiga de apresentar Maria Auxiliadora. Tem uma imagem parecida com essa em Turim. Quase uma adaptação da Imaculada para a Auxiliadora, característica das primeiras imagens de Nossa Senhora Auxiliadora. Interessante é que o Menino Jesus tem o globo na mão, é muito significativo: o mundo na mão”, explicou.
Dimas afirmou que um de seus objetivos é encontrar um especialista que analise e descubra a data de fabricação da imagem, já que se chegou ao Brasil em 1817, deve ter sido feita anos antes.
A imagem de Maria Auxiliadora reconhecida atualmente como a mais antiga no país encontra-se em uma capela do Centro Inspetorial da ISJB, em Belo Horizonte, MG, e chegou ao Brasil há quase 140 anos. Feita toda em madeira, foi trazida da Itália por salesianos para Niterói, RJ, depois enviada para Cachoeira do Campo, em Ouro Preto, MG, de onde seguiu para a Capital mineira.