A redação do documento envolveu todo o Instituto e, em certo sentido, o processo mesmo quis “dar novo entusiasmo à nossa vida, à vida das comunidades educativas, das realidades nas quais trabalhamos e à existência das jovens e dos jovens” (LOME 2). Com maior consciência se reafirmou a identidade educativa do Instituto, onde se expressou a atenção da Igreja para com as jovens gerações.
A missão educativa das FMA tem como finalidade dar plenitude de vida não apenas aos jovens, mas a todas as pessoas envolvidas no processo educativo nos vários ambientes, obras, presenças onde as FMA trabalham. Esta plenitude de vida vem do encontro com Jesus, modelo e fonte de vida. Ao longo dos anos, as irmãs salesianas perceberam a verdade desta convicção também em contextos multirreligiosos, porque Jesus é referência fundamental para a construção da personalidade e para o discernimento dos valores humanos e culturais em todo ambiente humano (LOME 4).
O documento foi traduzido em mais de 20 idiomas. As linhas orientadoras foram pensadas para a formação pastoral das FMA e dos leigos educadores/educadoras em todos os âmbitos, na lógica do ser do qual brota a ação com as/os jovens e entre eles. Nos últimos anos o Âmbito para a Pastoral Juvenil compartilhou com as inspetorias um constante aprofundamento de vários temas das linhas orientadoras, através da “Coleção PJ”, um subsídio disponível em cinco idiomas: italiano, espanhol, inglês, português e francês; e facilmente acessível através do site do Instituto.
Consciência
O documento favoreceu o crescimento da consciência de que é necessário adquirir uma mentalidade de projeto. Muitas inspetorias elaboraram o Projeto Inspetorial de Pastoral Juvenil segundo as orientações das LOME. As cinco estratégias prioritárias propostas nas LOME estão se tornando escolha e caminho comum: o formar-se e trabalhar juntos; o acompanhamento das jovens e dos jovens; o Movimento Juvenil Salesiano; o voluntariado; a coordenação para a comunhão. Todavia se sente o desafio de aprofundar o sentido da mentalidade de projeto, para enfrentar, de modo proativo, os cenários socioeducativos em rápida mudança, por meio de processos de desenvolvimento mais do que com uma “pastoral de eventos e iniciativas”.
Isto exige uma capacidade de projetar colhendo as prioridades e organizando os recursos, sem cair no formalismo, mas mantendo o frescor evangélico, fruto do discernimento.
Nestes anos o sentido do núcleo animador foi ampliando sua função e, em muitas inspetorias de contextos multiculturais, ocorreu o impulso de dar vida, de modo simples e criativo, ao núcleo animador, sobretudo para ser fermento de valores evangélicos e para favorecer a presença de comunidades de referência para o crescimento na fé cristã.
A consciência de que quem educa é movida por um amor criativo também abriu horizontes para novas presenças, como expressão da nossa resposta educativa para a variedade de contextos e tempos históricos. O documento das Linhas Orientadoras indicou os “critérios que qualificam um ambiente salesiano”, confirmando o valor formativo do ambiente, uma das geniais intuições de Dom Bosco e de Maria Domingas Mazzarello; e abrindo para a inovação segundo a pluralidade de ambientes que constantemente verificamos no Instituto.
Após 10 anos de sua publicação podemos dizer que o documento “Para que tenham vida e vida em abundância. Linhas Orientadoras da missão educativa das FMA” caminhou... e abriu caminhos! Continuamos, por isto, a ser interpeladas por ele no caminho eclesial e no mundo de hoje.
Sustento
O magistério de gestos e palavras do Papa Francisco nos sustenta na leitura de fé da realidade, para acolher a história com esperança e nos indica como urgente a dinâmica do “sair” para ir ao encontro dos jovens, especialmente daqueles das periferias existenciais, para dar-lhes espaço em nosso coração, em nossa vida, em nossa comunidade. O sair e o estar com o povo são modalidades para ressignificar e tornar mais incisiva a missão educativa, abandonando o dobrar-nos sobre nós mesmos que nos dispersa e não nos abre ao essencial. O sair e o estar com o povo nos reconduzem à face a face com Deus, porque os jovens são a nossa “terra santa”, lugar do nosso encontro com Deus.
Neste mundo que tanto precisa de alegria e de esperança, seja a nossa vida e a nossa missão educativa portadora daquela boa notícia, que tem um nome: Jesus Cristo. É Ele que encontramos nas experiências de vida, Ele, fonte da vida, da vida em plenitude.